Era deste modo que o meu tio Elviro, interrompia as conversas, para lhes pôr ordem: -Batia duas vezes com as duas mãos no tampo da mesa, e dizia: Então é assim! Dois pontos! E foi o que me apeteceu fazer depois de ler o pequenino livro do Professor Manuel Sobrinho Simões: “Os portugueses”.
Conheci-o na baliza adversária de um jogo de futebol de salão, dos “juniores” contra os “séniores” do Café, quando o seu andar de pato e o historial de bom aluno, faziam prever goleada. Ganhou a modéstia que o havia de transformar num dos “profetas” que o deus da Ciência mandou à Terra para orientar quem sofre de curiosidade pelas coisas da vida.
E foi esse mesmo deus que me fez tropeçar no último livro do Mia Couto “O universo num grão de areia” para me dar as palavras que servem perfeitamente para o definir.
Um homem bom.
... Não existe escola maior que conhecer pessoas boas, fazedoras do bem. Conhecer uma pessoa boa é bem mais importante que todos os anos acumulados de experiência política ou profissional. As pessoas boas (querendo dizer pessoas integras, generosas, solidárias e disponíveis) deviam ser protegidas como um património da humanidade. Um património cada vez mais raro, cada vez mais em risco. Uma pessoa boa, ensina mais que todos os compêndios. Agora, que pouco restou das utopias políticas e dos valores morais que as suportavam, agora, mais que nunca, carecemos desta gente como o barco carece de um farol. Basta que tenha havido um homem como o Professor Sobrinho Simões para que acreditemos que valeu a pena. E que ainda vale a pena.
Ponto final.
Vem apresentar o livro à Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, na noite de 22 de Novembro.
Leitão adulto
Há 5 horas
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