Foram as histórias e as ficções que uniram a espécie humana e a fizeram divergir dos outros animais. Vivemos de acordo com as histórias em que acreditamos e organizamo-nos à volta das ficções religiosas, políticas, sociais e amorosas, que nos estruturam e nos dão um enquadramento comum.
As histórias são o modo que a humanidade encontrou para dar sentido ao caos, ordenando factos de modo a nos permitir a ilusão de compreender o mundo e o sítio onde estamos.
O poder sedutor de uma história é sempre uma construção afectiva do real. Uma construção de inteligibilidade do real. Uma forma de inquirirmos sobre o mundo que nos rodeia e sobre nós. As boas histórias são formas de verdade que perduram.
O que faz uma boa história: a capacidade de surpreender e de ensinar. Ensinar, dar prazer e comover. As histórias têm de ter uma moralidade. O autor, no fim da história, tem de decidir quais dos personagens manda para o céu, para o inferno e para o purgatório. O desfecho de qualquer personagem tem de ser justo, para dar a impressão de que o mundo pode ter sentido.
… e por aí fora. Por vezes, a RTP tem programas que vale a pena ver e ouvir.
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