Ligo a TV e num rápido zapping ouço os Noticiários da Ucrânia, do Iraque, do entorse do Coentrão e dos índices de significado dúbio que são empolados como sinais de recuperação da "economia".
Tiro-lhe o som e pego numa das revistas que na mesa aguarda
uma passagem de olhos. Sai-me a Proteste de Setembro de 2014.
Leio a notícia da capa “Reparadores sob investigação” e
pasmo em cada parágrafo.
Resumindo: entre abril e julho de 2014, contactaram de forma
anónima, 29 empresas das áreas da Grande Lisboa e do Grande Porto para reparar
uma máquina de lavar roupa em casa. Usaram máquinas novas e da mesma marca e
modelo. Como os aparelhos estavam abrangidos pela garantia legal de 2 anos, informaram que tinha
sido oferecida por um familiar que a tinha numa casa de férias.
Causaram duas avarias fáceis de identificar e reparar. Desligaram a ficha da electroválvula principal
de entrada da água e desnivelaram a máquina, alterando
o curso do parafuso de um dos pés frontais, para que o aparelho trepidasse durante
a centrifugação. Marcaram ainda várias peças, para verificar se eram
substituídas.
A identificação do problema requeria algumas acções,
mas a reparação era simples, bastava apertar os terminais e encaixá-los. Indicaram
urgência na reparação e explicaram o que acontecia quando se ligava a máquina.
Contactaram apenas reparadores independentes.
Dos 29 que
responderam só 7 mereceram apreciação positiva. Os restantes revelaram incompetência
e desonestidade que acrescentaram custos.
Quinze apresentaram uma hora para a visita do técnico, os
outros indicaram horários distendidos que causavam dificuldade em organizar a
vida para quem não tem presença constante em casa.
Só 13 profissionais detectaram e repararam o problema
durante a visita e informaram o consumidor do mesmo. Três deram pela ficha e
ligaram-na, mas foram desonestos e referiram anomalias inexistentes, para encarecer
o serviço, e dois deles entregaram peças velhas de outras máquinas, que traziam
consigo.
Os restantes reparadores fizeram diagnósticos errados e seis
propuseram levar a máquina para a oficina, para fazer um orçamento e arranjar,
caso o cliente aceitasse. Três nem tentaram reparar o aparelho e um desses pediu
€ 30 pela deslocação.
Quanto ao desnível da máquina só dois o não corrigiram.
Metade não entregou factura legal, apesar de a terem pedido.
Houve quem cobrasse 237,39€ (que é quase o custo da máquina
nova), e um cobrou-se de 20€ pela resolução das avarias.
Com problemas destes os noticiários preocupam-se com o entorse do
Coentrão, ignorando que as
nossas escolas para além de não darem competências técnicas não ensinam cidadania.
Como ter mão pesada para estes camaradas arraçados de hiena, que grassam na nossa sociedade?
Como ter mão pesada para estes camaradas arraçados de hiena, que grassam na nossa sociedade?
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