Talvez esta coisa da “expansão” esteja no gene humano, mas quando o que se tenta expandir é a “solução” de um só livro, seja ele a Bíblia, o Corão, a Tora, a General theory of employment, interest and Money ou qualquer outro, o certo é que os seus fundamentalistas irão fazer rolar ou estourar cabeças.
Confesso o meu medo dessa gente que propõe soluções organizacionais únicas e imutáveis.
Hoje é o Islão que cativa os pobres e os desiludidos, que vêm nele oposição à opulência das elites de um ocidente que, nos últimos cinco séculos, sugou o planeta, a coberto de um Deus redentor das almas dos pecadores submissos e implacável para com os “infiéis”.
Quando o hemisfério sul iniciou a emancipação dos impérios ocidentais, esse mesmo Deus foi incapaz de ensinar cidadania e os comportamentos em sociedade passaram a ser maioritariamente determinados pelas Leis dos Tribunais com os seus subterfúgios e "inconseguimentos" processuais.
A Sharia é uma mistura de Ética com Lei que põe a vida das comunidades nas mãos dos seus mullahs, sem as superestruturas dos recursos ou excomunhões papais. Uma ”Justiça na hora”, a branco e preto, ao gosto dos desocupados, iletrados e desesperados, que só vêm no ocidente os desmandos dos opulentos a pavonear-se na Internet e nos canais de TV.
Se pretendermos evitar as hordas de ladrões, sequestradores e assassinos numa explosão de anarquia e vandalismo, há que dar formação aos deuses e pô-los a aprender informática, saúde, sociologia, economia, engenharia e colocar os teólogos fundamentalistas de todos os "ismos" em lugares turísticos, para podermos consultar o passado e entender as coisas onde todos eles falham, que é no respeito pelo outro.
E aos que emigrarem para zonas com outras culturas para impor os seus "deuses únicos e omniscientes", deve-lhe ser dado um bilhete de ida sem possibilidade de regresso. É que a globalização não obriga a haver de tudo em todo o lado.
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