segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Frase do dia

 


Nada é impossível para o homem que não tem de executar a tarefa

sábado, 26 de novembro de 2022

Aviso


Se, por acaso, alguém se cruzar com este paisano em qualquer espaço público, não se assuste! Não é nenhum perigoso sem abrigo. Sou eu a tentar um  "look" de artista plástico. Juro que tomo banho todos os dias!
O desenho está uma "porcaria", embora não seja muito diferente da realidade. A culpa é do artista que não soube escolher o papel e utilizou um papel liso, isto é: "sem dente", onde o carvão não fixa. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A minha visão sobre a guerra na Ucrânia

 


Antes de mais, quero deixar claro que pouco ou nada percebo de Geopolítica, o que não me impede de teorizar sobre o que se passa na Ucrânia, já que diariamente sou bombardeado com notícias sobre o que lá se passa, mesmo sabendo que elas são uma parte da verdade.

Quando iniciei algum entendimento político do Mundo em que vivia, havia duas Superpotências: os EUA e a URSS. Falava-se da China aquando dos milhares de vítimas das cheias do rio Amarelo e do Mao Tsé Tung, da India vinham histórias de conflitos religiosos e de uma ou outra catástrofe e não se falava da Europa, mas sim dos países que a formam. Os russos eram os “papões” e os “amaricanos” os salvadores do mundo.

Os tempos foram mudando e a China começou a aparecer, primeiro como grande fábrica do mundo e posteriormente como potência económica e militar e os países da Europa que durante séculos se digladiaram, começaram a perceber que só unidos podiam ter voz no panorama mundial e esboçaram esse entendimento no Euro e na União Europeia.

Ora o fortalecimento dessa União Europeia, não agradou militarmente à Rússia nem à bolsa dos conservadores americanos temerosos que uma nova força económica viesse pôr em causa negócios onde, desde a II Guerra Mundial, são hegemónicos, pelo que, por motivos diferentes, a Rússia de Putin e os EUA de Trump, se conjugaram para que o Brexit se efectivasse.

Recentemente, quer a China quer a Rússia, começaram a falar numa “Nova Ordem Internacional” que basicamente visa a influência militar dos EUA que está por detrás da sua preponderância económica em vastas áreas do globo.

Ora os países da ex-URSS são território importante para que a União Europeia tenha “dimensão de potência” e possa concorrer nas várias frentes da tal “Nova Ordem”, em "igualdade" com os EUA, China, Rússia e Índia, e a Rússia, para se afirmar como potência global, necessita dos portos de águas quentes que estão no Mar Negro, já que é a via marítima a mais barata para o transporte de bens entre continentes. 

Os EUA apoiam a UE para que a Rússia não volte a ter a força que já teve e tornar improvável que um eventual bloco China / Rússia  possa englobar uma UE demasiado fraca.  

O resto é conversa.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

À espera do comboio



Lápis de cor aguarelável - Caran d'Ache, em papel Tiziano, cor Brina

 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Carta aberta a Cristiano Ronaldo

 



Caro Ronaldo

Espero que esta carta te vá encontrar de boa saúde, que nós andamos, como sempre, à espera de melhores dias.

Cá pela terra vamos sabendo quase diariamente notícias tuas, ou não fosses tu uma referência deste bocado de terra à beira mar plantado. Eu, em particular, tenho tido tempo livre para te ver jogar em directo, na esperança de te ver voltar a ser quem eras dantes mas, desculpa dizer-to tão frontalmente, nem de longe nem de perto o fazes. Por jogo, tens um ou dois gestos que considero “razoáveis”, mas ficas-te por aí, pese embora as tuas manifestações contra a “má sorte”.

Agora voltas à ribalta por más razões, a fazer-me lembrar o Putin, convencido de teres força suficiente para ganhares uma guerra contra Erik ten Hag, o teu actual treinador. O Putin olhou do mesmo modo para o Zelensky, esquecendo-se do que está por detrás. No caso dele o povo Ucraniano e quase todo o “Ocidente”, no teu caso o Manchester United, a Inglaterra e não só.

Podias ter telefonado que eu dizia-te para estar quieto e aceitares que já estás abaixo da média e que o melhor era arranjares a desculpa de uma lesão qualquer para arrumar as botas. Não te esqueças que no Futebol reina a máxima do “You are as good as your last performance”, e essa de vires para o Mundial à espera que Deus te ajude a marcar golos para reverter toda essa trapalhada em que te meteste, não me parece boa ideia.

O que fizeste compromete-te definitivamente. Os grandes clubes nunca mais te irão contratar e as TVs desportivas nem para comentador te vão convidar. Na melhor das hipóteses voltas para o Sporting, como um filho pródigo e esqueces o futebol internacional.

Portugal deve-te muito, mas isso não te dá direito a “bitaites” fora da caixa. O país fez de ti um "modelo" de alguém que sobe pelo esforço, o que limita muito as tuas opções pessoais. Devias sabê-lo sem necessidade de to dizerem constantemente e saber perder é também uma coisa que se esperava de ti. Fernando Santos sentiu-se "obrigado" a convocar-te para o Mundial, pelo que o melhor é não nos desiludires mais e adoptares um “low profile” dentro e fora do campo. Senta-te, analisa bem o que fizeste, deixa esse ar arrogante de menino mimado que se faz de vítima por tudo e por nada e, se não conseguires, toma uns ansiolíticos que vais ver que melhoras.

Olha que meio mundo está a olhar para os teus deslizes e que não perdoa a quem alto sobe. Espero que esteja tudo bem com os teus e que a dona Dolores não leve isso a peito, que ela não tem saúde para grandes decepções. 

Fica bem. Abraço!



domingo, 13 de novembro de 2022

A garra


Olá bom dia! Tenho 70 anos e fui hoje fazer  a vacina do covid, em regime de casa aberta.

Nem =hora e meia demorou todo o processo. Estava sol e vento muito frio, de modo que apanhei uma "ponta de ar"...

Ia preparada para tomar apontamentos das conversas dos meus companheiros, mas... nada. Todos tranquilos e em silêncio. Na fila um ou outro curioso esticava o pescoço e, semicerrando os olhos, percorria a fila em todas as direcções..., mas não comentava. Havia gente bem vestida e gente com a roupinha coçada, mas não dava para saber se eram ricos ou pobres só pelas etiquetas do vestuário. 

Alguns mais incapacitados e tímidos, pediam desculpa para sair da fila e iam-se sentar mais à frente nas cadeiras laterais, vigiando o vácuo que deixavam, para não perderem a vez. Os cabelos eram brancos, cinzentos e acaju e uma mosca pousava no eczema da cabeça do velho que me precedia e vinha lamber a minha mão.

Que dia chato...

Isto não estava certo...

Olhei melhor e compreendi que aquele silêncio doentio não se devia à introspecção própria do acto vacinal, nem ao recolhimento de um templo, pois um quartel da tropa por mais imponente que seja, não inspira qualquer meditação!.

Todos os presentes exibiam na sua mão esquerda, dedos em garra para segurar o telemóvel, fazendo avançar as páginas com o indicador direito. E foi essa mão assim torcida que me fez vir à memória os seguintes factos:

Nas décadas de 70-80 do século passado, a epidemia da toxicodependência e as infecções associadas, quando o regresso da guerra e a descolonização foram acompanhados pela introdução da heroína no nosso meio, pôs-me perante uma nova realidade. 

A adição era garantida e os  jovens cumpriam o ritual de aquecer a droga numa colher com sumo de limão, aspirar para uma seringa que depois seguravam entre os dentes, enquanto garrotavam o braço. Antes de se injectarem, lambiam a agulha como se de um beijo se tratasse. Procuravam  reavivar a sensação da primeira dose que os levara a patamares nunca antes sentidos, mas essa sensação não mais se repetia, acabavam a injectar-se apenas para se conseguirem sentir "normais", passando todo o tempo  entre o torpor da droga e as tentativas de arranjar dinheiro para encher os bolsos do fornecedor. 

O que  viam ao espelho em nada correspondia à realidade. O envelhecimento, os dentes podres, as olheiras a pele escura e sem brilho...

Ao fim de algum tempo a injectar, tornavam-se mestres na descoberta do mais pequeno vaso para se picarem: pescoço, cabeça, pénis, virilhas, dedos..., e se o próprio não lhe chegava, valia-lhes a solidariedade do companheiro.

Uma das complicações que víamos, entre tantas outras, era a garra cubital em que o 4 e 5 dedos se apresentavam em flexão e os metacarpos em extensão, por lesão do nervo cubital ao nível do cotovelo. Sendo um aleijão, alguns faziam da sua exposição um modo de inspirar piedade... 

Estes tempos foram substituídos por outras adições, igualmente nefastas, mas com outros contornos... 

Ao ver toda aquela gente, no Centro de Vacinação, com a mão em forma de garra cubital, totalmente absortos e alheados da vida à sua volta, ainda me interroguei sobre o que aconteceria se o governo sugerisse que tinham que andar com telemóvel e instalar uma aplicação tipo Stayaway Covid.... 

Conclusão: Cheguei a casa com 39.7° C de temperatura.

História de H. G. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

O anjo e o Mal


Pastel sobre papel. Segunda tentativa para um "Original". 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Dia dos Mortos


Porque hoje é Dia dos Mortos e porque, pelo menos no México, as almas estão autorizadas a visitar os vivos. aqui fica o desenho de um dos nove Nazgul!

Pastel seco Branco Chinese White, sobre papel Tiziano negro 160g/m2.

 

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Viver no mundo, sem nele viver!

 


Um discípulo do rei filósofo Chanakya perguntou-lhe o que é que ele queria dizer ao afirmar que “uma pessoa pode viver no mundo, sem nele viver”, e o filósofo mandou-o transportar um cântaro cheio de água até ao bordo, pelo meio de uma multidão em festa, sem entornar uma única gota, sob pena de morte, pelo que ao regressar o discípulo foi incapaz de descrever as festividades do dia, tendo passado por elas como um cego e com olhos apenas para a bilha que levava à cabeça.

In Versículos Satânicos de Salman Rushdie