sábado, 28 de março de 2015

Segurança e Confiança

Luigi Cherubini: "Requiem in do minore"



Ainda a digerir o “inconcebível” acidente com o Airbus A320 da Germanwings, que na 3ª feira passada levou 150 pessoas para a morte, dou-me a pensar na 75ª Lei de Murphy, que diz que: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.
Quem pode garantir a bondade do que se passa na cabeça de cada um, e partir do princípio que ele actuará como sempre o fez, sem que nada lhe possa alterar o comportamento?
Este pensamento é de uma inocência, também ela “inconcebível”!
Eu, que já vi locutores de rádio a fazer programas com extensos tumores cerebrais, médicos bipolares, em fase maníaca, a operar, e profissionais que se deveriam manter altamente diferenciados, a degradarem-se ao ponto de actuarem a um nível mais que básico, sem que os seus superiores hierárquicos os tentassem conter, nada me espanta.
Este caso, choca mais por questionar toda a segurança das viagens aéreas. Felizmente que se deveu a um louco não devidamente identificado, porque, de outro modo, muito mais tinta iria correr, mesmo quando agora se tenta a interpretar, à mesma luz, o acidente de 8 de Março de 2014, do voo 370 da Air Malaysia, com 239 pessoas a bordo.
Mas quando os casos são distendidos no tempo e os maus resultados das disfunções não são tão bruscos, tudo se complica. São exemplo o erro médico sistemático, decorrente de doença ou da sua degradação moral, ou o erro pelos mesmos motivos em magistrados, engenheiros e outros decisores, sejam eles políticos ou não, de onde advêm consequências que podem até ser mais graves para quem o acaso colocou na sua esfera de influência, que a destes acidentes.
Uma sociedade evoluída tem a obrigação de identificar e tomar as devidas atitudes para proteger a população dos efeitos nocivos de quem perdeu as qualidades para o exercício das sua funções, salvo quando há uma aposta férrea na 115º Lei de Murphy que diz que: “Não há melhor momento do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai fazer nunca”.

1 comentário:

Anónimo disse...

A solução para evitar pilotos suicidas/assassinos começa por um avaliação inicial do homem/mulher candidato a piloto, e por uma avaliação do currículo antes de entrar para a linha aérea. Se isto for feito, seguir e avaliar os pilotos que passaram por estes crivos torna-se mais fácil e o risco é muito menor.
Nenhum dos pilotos que se suicidou, destruindo o avião e assassinando os passageiros, passou por estes crivos ou outros semelhantes. As histórias poderão ser diferentes mas o elo comum é que nunca foram suficientemente e/ou eficientemente avaliados nas várias fases das respectivas carreiras.

A solução encontrada pelos burocratas, de pôr um tripulante de cabine no cockpit quando um dos pilotos tem de sair, pondo a segurança dum avião dependente da fiabilidade de um tripulante de cabine que teve um escrutínio ainda menos profundo é verdadeiramente estúpido, pois considera todos os pilotos de linha aérea potenciais kamikaze.