domingo, 22 de agosto de 2010

Curso Superior / Curso Médio


Só entendo que alguém afirme ter nível de “Curso Superior”, se tem capacidade de individualizar soluções em problemas complexos. Se unicamente aplica “protocolos”, mesmo que o faça com eficiência, atribuo-lhe “Curso Médio”.
Não quero com esta frase tirar valor aos protocolos e a quem os aplica. São tão necessários uns como outros. Mas eles atingem o modo de fazer, e não a decisão de quando e como os aplicar, pois não são universais.

Qualquer desenhador médio é capaz de executar um projecto para uma casa, cumprindo protocolos. Mas uma casa de arquitecto é outra coisa. É fruto de outro saber (que não é só técnico) que lhe permite interpretar os espaços e os fins a que se destina, balizando-se pelo dinheiro que se disponibiliza.

É semelhante a profissão de médico. Identificar a doença e aplicar-lhe um plano terapêutico uniforme, tratando os doentes em linhas de produção como actualmente tende a acontecer com as cirurgias a cataratas ou no tratamento cirúrgico de varizes, hemorróides ou hérnias, onde os operadores não conhecem os doentes, e usam protocolos dirigidos ao órgão, não é trabalho médico. Qualquer indivíduo com curso médio seria suficiente.

Exemplos destes são possíveis em qualquer área do saber, pois dependem da postura de cada um. Ou se é capaz de "criar com qualidade" e se tem “um curso superior” ou se desvaloriza a individualização aplicando protocolos, e se funciona como “curso médio”!

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