quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Mrs. Doris Lessing






















Mrs. Doris Lessing (1919 - ...) - Romancista. Prémio Nobel de 2007. Filha de pais ingleses, nasceu na Pérsia (Irão). A mãe era enfermeira.
Na sua entrevista à revista "Visão" 825, destaco as afirmações:

"As pessoas não estão minimamente conscientes do peso da História. Se não sabes o que o passado foi, vais repetir os mesmos erros. É uma fatalidade!"

"E o que interessa perceber é que não se pode fazer nada com crentes. Sei-o, porque fui educada por gente assim. Os argumentos não mudam nada, aprendi-o da maneira mais dura. As mentes das pessoas mudam por si próprias, não por as tentarmos convencer. Algo acontece. Apenas isso."

domingo, 28 de dezembro de 2008

Humor

A palavra Humor vem do grego onde significava líquido.
O humor é um capricho, um luxo, uma pluma que se põe no chapéu e, se estiver fundamentado numa consideração amável da natureza humana, pode propor uma forma construtiva de aproximação entre as pessoas.

O humor contém uma inesperada e súbita mudança de perspectiva.
Ser universal e intemporal é um Mito, pois a capacidade para achar graça depende da localização geográfica, da cultura, da maturidade, do nível de educação, da inteligência e do contexto.

É o desenho que mais facilita a universalidade e, neste estilo, cumprimento os cartoonistas franceses

Jean-Marc Reiser (1941 – 1983) por:














Jean-Jacques Sempé (1932 - …) por:













e Claude Serré
(1938 - …) por :

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Cryptomeria japónica, o cedro do Japão























Confesso a culpa mas, quando tudo começou, os meus problemas eram outros e tinha a pressa de ver um início a qualquer preço.
Se soubesse que vinhas, tinha-te feito a cama mais larga e não um dossel de rainha de margens limitadas, no meio daquele saibro que mandei pôr no fim do terreno para resolver de uma assentada o entulho e o declive para um caminho por ali.
Só depois te decidi namorar. Não tinhas mais de dois palmos quando te encontrei no Horto. Diziam que te descarnavas por baixo, mas eu estava seduzido pelo teu bronzeado de Inverno e pelas três copas com que te vestias.
Na cova que te fiz pus tudo o que (pensava) irias necessitar para viver sem restrições. Depois vi-te viçosa a animar-me por te ver dona daquela esquina.

Agora desististe, vestiste ramos secos e obrigas-me a cuidados para te tirar essa expressão de gueixa macambúzia.
Sempre te pensei a furar por ali abaixo à procura de soluções, mas entristeceste o chão à tua volta com o castanho das tuas folhas, para gáudio dos vis eucaliptos que te circundam, por fora da nossa casa.

Talvez, um dia, te diga Saionara -“já que tem de ser assim”, porque sei que entendes melhor a tua língua-, e ficar com a dor da tua ausência, ou então ganhar de novo alento, decidir que é ali o teu lugar, e voltar ao princípio de um amor novo com todas as dores e desassossegos.
Ser velho é "não ter paciência para a trabalheira da sedução" e eu, sou ainda rapaz novo.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A Arte de Morrer


Arte é o correcto conhecimento do que se deve fazer (S. Tomás de Aquino)

Na Idade Média a morte era ao mesmo tempo familiar e próxima. Esperava-se por ela sem dramatismos, pois esta pertencia a uma ordem maior da natureza, a que todos estavam submetidos e contra a qual não havia que sublevar-se.
O problema cingia-se ao que fazer quando a nossa alma, na hora da morte, enfraquecida pelo medo do desconhecido que se afigura, se vê susceptível aos ataques do diabo!”
Deste modo, a morte mais temida era a repentina, por não permitir o arrependimento.
Na hora da morte os “anjos e demónios vinham cercá-lo como se estivesse num tribunal, para lhe fazerem as últimas tentações e demonstrações de graça, para que o seu livre arbítrio decidisse pela fé da graça divina ou pelos medos aterrorizadores do inferno”.
Convinha estar bem preparado para este momento.
Havia que fazer uma série de advertências ao moribundo para que ele pudesse bem morrer: manter a fé em Deus e a obediência à Igreja Católica; arrepender-se e pedir perdão pelas ofensas dirigidas a Deus; penitenciar-se e arrepender-se dos pecados cometidos e guardar firme propósito de não voltar a cometê-los; perdoar a todos os que o ofenderam e requerer a Cristo que perdoasse os seus ofensores; restituir a quem de devido as coisas mal adquiridas; reconhecer e crer em Cristo como único salvador e redentor dos homens. Após ter cumprido essas etapas do processo de purificação da alma, o moribundo devia, ainda, receber os sacramentos da Igreja apropriados a este momento de passagem e confessar-se de livre vontade.
Era conveniente que outras pessoas acompanhassem o moribundo neste momento para o caso de ele se esquecer de algum item.
As dores e o sofrimento eram entendidos como provas (como se no Purgatório estivesse) a ultrapassar com resignação e como um meio para encurtar o caminho para a salvação. Os gestos de desespero eram blasfémias contra Deus.


O Renascimento traz uma postura científica em relação à natureza e aos aspectos práticos da vida.
Em 1687 Isaac Newton na sua obra principal “Os princípios matemáticos da ciência da natureza”, põe fim à crença que supunha a existência de vários mundos (o Céu, a Terra, o Inferno), e substitui-a pela ideia de um espaço único em que todos os corpos interactuam, mas ainda mais decisiva é a concepção de um tempo abstracto e homogéneo, em que todas as coisas podem ser sincronizadas (na Idade Média, o tempo dividia-se entre um além em repouso eterno e um aquém fugaz sempre sujeito a ingerências a partir do além, como era o caso dos milagres).
O tempo de Newton, ao invés, é tão total e absoluto como o espaço. O além já não existe. Em vez disso, o tempo subdivide-se em passado e futuro. O possível deixa de ser algo que irrompe no aquém a partir da presença paralela do além, mas algo previsível no futuro. Não há já espaço para espíritos e demónios e Deus tem de se contentar com o papel de criador.
Faz-se luz no mundo e a História surge como uma ideia condutora, que permite projectar todas as esperanças que até então se tinham encontrado associadas à religião.
No início do Século XVIII, surgem as ideologias em contraponto à religião, com os pontos mais marcantes na independência dos EUA (1783) e a Revolução Francesa (1789). Proclama-se o “individuo com direitos naturais” como liberdade, igualdade, … e a vida terrena ganha valorização progressiva, em detrimento do conceito de “uma passagem da alma pela terra”.

Estes factos mudam o modo de estar perante a morte.
A morte era uma cerimónia pública e organizada – em muitas circunstâncias, pelo próprio moribundo, que presidia e conhecia o seu protocolo.
O seu quarto transformava-se num local público, onde se entrava e saía livremente e onde estavam sempre presentes parentes, amigos e vizinhos. Levavam-se as crianças.
Os ritos de morte eram aceites com simplicidade e cumpridos de modo cerimonial, mas sem carácter dramático ou gestos de emoção excessivos.
As soluções técnicas oferecidas pela Medicina eram de difícil acesso, escassas e facilmente disponibilizadas junto ao leito do doente.

No século XX a morte virou tabu. A sociedade cada vez mais tecnológica e concentrada no trabalho, esvazia e dessacraliza a natureza humana onde o homem procura minimizar cada vez mais as suas fraquezas e dessa forma o acto de morrer passa a ser um acto vergonhoso.
No cenário da sociedade globalizada o ideal é que o indivíduo morra sem saber que o seu fim se aproxima, poupando-o à perturbação e à emoção forte causadas pela fealdade da agonia, pois acredita-se que a vida é feliz ou pelo menos deve tomar esta aparência. A família deixa de ser a confidente do moribundo e passa esta função para a equipe de saúde, onde todos fingem optimismo (inclusive o doente), para manter a moral.
Por fim tratam-no como a uma criança a quem se repreende por ser despojado da sua responsabilidade, da sua capacidade de reflectir, de observar e de decidir.

Os progressos da medicina não param de prolongar a agonia, deixando todos incertos quanto à hora em que a morte irá ocorrer.
O hospital é o novo espaço onde se morre, e o médico passa a intermediar os instantes finais do moribundo, numa sociedade em que a família nuclear não tem disponibilidade para a morte por nunca a ter presenciado, por temer o sofrimento do familiar e por medo de que o ambiente familiar fique impregnado de más lembranças.

Nos últimos anos, entre a casa e o hospital surge um outro local onde se morre - os Lares de Idosos.

Os Cuidados Paliativos desenvolvem-se a partir de 1960, para minorar o sofrimento físico aos que a ciência desiste de prolongar a vida.
Mas será que resolvem também as dores do espírito de quem parte?

domingo, 21 de dezembro de 2008

O Sr. Napumoceno























- “Bons dias! Então como vai essa perna?”, perguntei, enquanto entrava pela enfermaria.
- “Melhor, doutor! Está quase boa, e já deve dar para andar!”, respondeu prazenteiro, com sotaque alentejano, o que mais uma vez me motivou a inquirir do seu passado.
- “O que é que você anda a fazer aqui por estes lados?”
. “Eu sou de cá! Sou de Perre! Estou a viver há mais de 40 anos no Alentejo! Fui para lá para a tropa e depois, arranjei mulher, e por lá fiquei! Agora, estou viúvo e vim ver as terras que foram dos meus pais, para dar um caminho àquilo. O doutor não quer comprar?”
- “Não! Obrigado! Eu já tenho terra que me chegue!”, respondi, temendo as capacidades de negociante daquele olhar ladino.
- “Mostre lá a perna!”
O Sr. Napumoceno tinha a pele crestada por um sol que só existe no mar e no Alentejo, que lhe marcava em longos sulcos o riso quase constante. Era magro e bom conversador, e as suas histórias enfiavam-se umas nas outras como um rosário, enquanto eu, com os dedos, lhe percorria o trajecto da veia trombosada.
- “Olhe lá homem! Quando isto melhorar, você vai ficar aqui ou vai para o Alentejo? É que você vai precisar de alguém para o apoioar!”, pergunto a medi-lo!
- “Não tenho problema, doutor! Eu cá me arranjo! Eu sou o homem dos sete instrumentos!”
E de imediato conta a história da sua vida, mil vezes contada.
- “Sabe, eu sou um homem muito rico! Eu tenho mais de 100 fatos, tenho mais de 200 pares de sapatos, e de todas as medidas!”, e elevava-se nos cotovelos para garantir que eu estava a ouvir direito, e confiante continuava.
- “Quando fui para o Alentejo, comprei um terreno pequeno e comecei a juntar aquilo que ninguém queria. Como me viam sempre roto e sujo, chamavam-me e diziam-me: - Oh Sr. Napumoceno, o meu marido morreu, tenho lá a roupa dele sem uso, passe por lá que eu dou-lhe um fato!, e eu ficava-lhe com a roupa do defunto. Outro tinha por lá uns arames e uns ferros ou uma mobília, que lhe estavam a empatar e eu levava aquilo de graça para o meu terreno. Como estas muitas outras que depois eu dividia e vendia a outros e, aos poucos, fui juntando muito dinheiro!
- Um dia, ainda os meus pais eram vivos, quis saber o que é que valia mais, se era o dinheiro se era a aparência. Vesti-me com a roupa mais rasgada que tinha, calcei umas botas com as solas descoladas e atadas com cordas, fui a Santa Apolónia e comprei um bilhete no Foguete para o Porto em 1ª classe.”
- “Nem há 10 minutos estava lá sentado, com todos aqueles chiques a olhar para mim, quando apareceu o revisor: -“ O senhor!, mostre-me o bilhete!” E eu, ali, deito a mão ao bolso do casaco e mostro-lho, Faz Favor!”. Sentou-se e imitou o antigo gesto, com quem lança o ás de trunfo para cima de uma manilha para de seguida reclinar-se e continuar: - “Fiz a viagem toda em 1ª, com toda a gente a olhar para mim! Depois, quando cheguei ao Porto, fui a todos os Bancos onde tinha dinheiro e entreguei um cheque de 300 contos para levantar. Só o Banco Espírito Santo é que me deu logo o dinheiro, os outros puseram-se com merdices, que iam perguntar ao Gerente e isto e aquilo. Vai daí, eu tirei o dinheiro que tinha nos outros e pus tudo no Espírito Santo!

- “Oh Sr. Napumoceno, você é um perigo! Mas agora como a perna está a melhorar, vai ter de arranjar quem o ajude pelo menos por mais 5 dias depois da alta.”
- “Esteja descansado doutor, que não vai haver problema.”

E eu mais não perguntei, por a história me ter convencido e pela multidão de visitas que vira à volta da sua cama no dia anterior.

sábado, 20 de dezembro de 2008

As Manif da populaça que diz que sabe o que não quer!




Os gregos inventaram a Filosofia e libertaram o pensamento das amarras da religião.
Os Romanos copiaram-nos e deram a República e a globalização à Europa.

Todo este saber foi esquecido na Idade Média (476 - 1453), para dar lugar ao obscurantismo onde pontuavam anjos, demónios, espíritos, fantasmas, mortos, santos, mártires e Deus e uma caterva de gente especializada na comunicação com eles, num jardim zoológico imenso onde a figura principal era o diabo.
Por sorte os árabes haviam copiado os textos dos gregos e foi possível importar o conhecimento perdido para dar início ao Renascimento.

Tão difícil que é manter uma sociedade a funcionar racionalmente!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Judas Superstar


Jesus Christ Superstar - Heaven On Their Minds

Judas

My mind is clearer now
At last, all too well, I can see, where we all soon will be!
If you strip away
The myth from the man, you will see, where we all, soon will be!
Jesus!
You’ve started to believe, the things they say of you
You really do believe, this talk of God is true?!
And all the good you’ve done, will soon be swept away,
You’ve begun to matter more, than the things you say!
Listen Jesus, I don’t like what I see!
All I ask is that you listen to me!
And remember, I’ve been your right hand man all along!
You have set them all on fire,
They think they’ve found the new Messiah!
And they’ll hurt you when they find they’re wrong!
I remember when this whole thing began,
No talk of God then, we called you a man
And believe me, my admiration for you hasn’t died!
But every word you say today, gets twisted ‘round some other way
And they’ll hurt you if they think you’ve lied!
Nazareth’s most famous son,
Should have stayed a great unknown,
Like his father carving wood
He’d have made good tables, chairs and oaken chests
Would have suited Jesus best
He’d have caused nobody harm! No one alarm!
Listen Jesus, do you care for your race?
Don’t you see we must keep in our place?
We are occupied!
Have you forgotten how put down we are?
I am frightened by the crowd
For we are getting much too loud,
And they’ll crush us if we go too far, If we go too far!
Listen Jesus to the warning I give
Please remember that I want us to live
But it’s sad to see our chances weakening with ev’ry hour
All your followers are blind, too much heaven on their minds
It was beautiful, but now it’s sour
Yes it’s all gone sour.
Ah --- ah ah ah --- ah God Jesus, it’s all gone sour
Listen Jesus to the warning I give
Please remember that I want us to live
So come on, come on, listen to me. Ah --- ah
Come on, listen, listen to me. Come on and listen to me. Ah --- ah

É a história de um homem amargurado por ter sido abandonado por um líder que se deslumbra pela adulação da populaça e perde o controle do projecto que acarinhava.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cinema Paraíso

O filme da minha vida!

E esta história então ..., como marca!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Implementar um Projecto













Para implementar um projecto há 3 itens fundamentais a gerir:

1: Tempo: planear para evitar perdas de tempo e corridas apressadas.
2: Dinheiro: identificar gastos e o modo de os rentabilizar.
3: Capacidade: identificar as vontades e aptidões necessárias para o cumprir.

Queixamo-nos de "falta de tempo", de "falta de dinheiro" e raramente de "falta de vontade para ultrapassar a adversidade" ou de "falta de aptidão para resolver os novos problemas".

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

As três Peneiras


















Um homem foi ao encontro de Sócrates, levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
- Quero contar-te uma coisa!
- Espera, disse o sábio, antes de me contares, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
- Três peneiras? Que queres dizer?
- Se não as conheces, presta atenção. A primeira é a peneira da VERDADE: tens certeza de que isso que me queres dizer é verdade?
- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exactamente se é verdade!
- A segunda peneira é a da BONDADE: o que me vais contar é uma coisa boa que ajuda a construir um caminho?
Envergonhado, o homem respondeu: - Devo confessar que não!
- A terceira peneira é a da UTILIDADE: Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

- Então, disse-lhe o sábio, se o que me queres contar não é verdadeiro, nem bom, nem útil, o melhor é que o guardes apenas para ti e não contribuas para envenenar o ambiente e levar discórdia. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.

PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDEIAS.
PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS.
PESSOAS MEDÍOCRES FALAM SOBRE PESSOAS.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Atributos de Mérito de um Médico


Prof. Doutor Dinis da Gama - Director do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Maria e Professor Catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa

Atributos que definem a qualidade de um médico em meio hospitalar:
-Assiduidade, pontualidade, disponibilidade;
-Espírito de iniciativa, sentido de responsabilidade e capacidade decisão;
-Conhecimentos técnico-científicos actualizados (hábitos de estudo);
-Relacionamento e respeito para com os doentes, enfermeiros, pessoal administrativo e auxiliar;
-Espírito de equipa, respeito institucional e hierárquico;
-Cumprimento das obrigações assistenciais e normas de procedimento (qualidade das histórias, dos diários e das notas de alta);
-Capacidades de comunicação e relacionamento interdisciplinar;

Outros:
-Capacidade de investigação clínica
-Comunicações científicas e trabalhos publicados na Imprensa Médica;
-Participação e envolvimento no ensino médico pós-graduado.

Ao contrário do que sucede com a produção quantitativa, que pode ser apreciada pelos administradores hospitalares, só um médico, colocado em categoria hierarquicamente superior, está em condições de valorizar e classificar aqueles atributos qualitativos e esse é, será e não pode deixar de ser o director de serviço.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Linda Ronstadt





Nasceu em 1946 in Tucson, Arizona, USA.

Este seu disco de finais de 1987, é um dos meu favoritos e a janela por onde os meus olhos vêem o México. Ganhou um Grammy para o melhor álbum de música Mexicana/Americana.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Leitura de Banhos









Leitura de banhos!? ... de banhos??, pré-nupciais.

A origem da palavra para este “banho”, tão estranho, está no latim vulgar sob a forma de bannum, que por sua vez a tinha ido buscar ao verbo BAN comum a muitas línguas teutónicas, que originalmente significava proclamar ou anunciar e que nada tem a ver com os banhos com água.

Estes Banhos são uma proclamação pública numa igreja paroquial de que irá acontecer um casamento entre duas determinadas pessoas. O propósito era permitir denunciar qualquer impedimento legal e assim impedir casamentos inválidos pela lei canónica (casamentos prévios, votos de celibato, falta de consentimento, consanguinidade próxima, ...).
Os banhos deveriam ser lidos em voz alta nas Igrejas paroquiais dos nubentes, nos 3 domingos anteriores ao dia do casamento, e também na igreja onde iria decorrer a cerimónia, caso esta fosse diferente. O incumprimento desta formalidade tornaria o casamento nulo.

A lei canónica, saída do Concílio de Trento (1545–1563), influenciou a maioria das legislações civis que vieram depois.
O matrimónio civil torna-se obrigatório pela primeira vez com o Código Civil Napoleónico de 1804, e prescinde do carácter religioso.

Quem actualmente pretenda contrair casamento deve declará-lo, pessoalmente ou por intermédio de procurador, numa Conservatória do Registo Civil e requerer a instauração do respectivo processo de publicações.
À pretensão dos noivos é dada publicidade por meio de afixação de Editais nas Conservatórias das áreas de residência dos noivos (nos últimos doze meses, e se algum dos noivos tiver residido no estrangeiro, também no Consulado da área de residência), durante oito dias consecutivos, para convidar as pessoas a virem declarar se conhecem algum impedimento que obste à realização daquele casamento.
Até à celebração do casamento qualquer pessoa pode vir declarar à Conservatória a existência de impedimentos, devendo o Conservador sempre que tome conhecimento suspender o processo até que o impedimento cesse ou seja dispensado.
Findo o prazo das publicações e das diligências efectuadas pelo Conservador, é lavrado um despacho a autorizar o casamento ou a mandar arquivar o processo, devendo, caso o despacho seja desfavorável, ser notificado aos nubentes, pessoalmente ou por carta registada, para que estes possam recorrer para o tribunal, se assim o entenderem.
Se o despacho for favorável, o casamento deve ser celebrado no prazo de 90 dias, contados a partir da data do referido despacho.

Acabaram-se os banhos!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Votos Nupciais







Casei em 1974, 118 dias depois da Revolução de Abril.
Embuído do espírito revolucionário, restringi a cerimónia aos mínimos e, que me lembre, a única palavra oficial que pronunciei foi SIM.
Mais tarde, quando senti a falta das palavras nos funerais, questionei as palavras uniformes do ritual do casamento.

Os “votos nupciais” são a diferença e o que entendo como o Upgrade do casamento tradicional e não o crescendo da festa em que se tornou.
Explicitar o “sonho”, projectando os valores é a graça, o compromisso e o acto de coragem que dá o toque pessoal à cerimónia.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O lado bom do que não está certo!






É assim o jogo. Primeiro apuramo-nos para a vida e acertando-nos com os outros.
Depois medimos forças e avançamos convencidos de razões e de capacidades.
Quando falhamos, racionalizamos culpados e elegemos inimigos para nos aliviar o ego.

Com sorte aprendemos a viver com a imperfeição e o lado bom do que não está certo e não engrossarmos o discurso de rua descontente e maledicente.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Em Memória dos Mortos


A falta que as palavras certas fazem, principalmente nos eventos solenes, quando são substituídas pelas palavras ocas da circunstância.

Os enterros são-me duplamente tristes. Primeiro por ver partir alguém que conheci e que de algum modo admirei, depois pelo ritual que não privilegia o morto, recusando-lhe um Elogio Fúnebre, que diga todo o bem que foi capaz.

Por fim, a laje com um nome, duas datas e uns adereços religiosos. Com sorte umas flores. Raramente um Epitáfio.


















E depois de tudo acabado e com o tempo todo, porque não uma Biografia a guardar com as principais fotografias. ??

E porque não um fotógrafo e um “escritor” para dar qualidade à memória.