25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais! O povo Unido jamais será vencido! Gritam-se os slogans de Abril e depois vai-se discutir política e futebol na mesma onda. É assim o Portugal dos populistas.
Em casa, mal ou bem, fazem a verdadeira política. Fazem contas, estabelecem prioridades e, se errarem nos planos, procuram compensar com o orçamento disponível. Mas, no Café, a discutir política, a música é outra. Os "valentes" disparam a torto e a direito, por tudo e por nada, sobre o governo, os políticos dos partidos tradicionais, os juízes, as leis e Instituições sejam elas dependentes do Estado ou não, atirando soluções para os problemas com um estalar de dedos.
O 25 de Abril, no meio das coisas boas, também deu voz activa a quem nem a passiva merece, e estes “iluminados” saíram dos cafés e meteram-se na vida pública. Trump e Bolsonaro são os exemplos recentes de que qualquer um pode chegar ao topo de um país democrático, para depois o tentar virar num estado despótico.
Soluções simples para problemas complexos, exigem muito esforço e capacidades e não é com “palpites” de quem não estudou os problemas que elas aparecem, e são poucos os portugueses que leem um livro e a maioria nem um texto como este são capazes de terminar, mas tal não os impede de usar as redes sociais para replicar os “memes” da moda ou de dar os “améns” aos que os seus amigos replicam.
O óptimo é inimigo do bom, porque o bom pode ser possível. Mas quando nem o bom é possível, que a solução a aplicar seja a menos má. Foi assim que sempre exerci a minha profissão, tentando identificar as condicionantes e adequar-me a elas. É assim que entendo a vida dos políticos e a de toda a gente que tem a cabeça em cima dos ombros.
Mas no populismo não há condicionantes. Não se faz porque se não quer. Ponto final. Para essa gente que nas redes sociais persiste em falar de política, seria bom um pouco de leitura.
Frases de Abril - roubado a Parlamento,pt