- Bom dia, Sr. Dr.! Está muito ocupado?
- Bom dia! Dona Maria! Esteja à vontade. Em que lhe posso ser útil?
- É que eu precisava de uma vassoura!
- Uma vassoura? Para quê?
- Para varrer umas coisas ali ao fundo. A parede ganhou salitre e aquele pó cai para o chão e suja tudo! Mas não queria uma vassoura de cabo partido. Queria uma vassoura com ele inteiro.
- Está bem! Eu vou ver o que se pode arranjar!
A dona Maria tem setenta anos e um tumor cerebral. Embora tenha melhorado, tem frequentes períodos de confusão.
- E a dona Maria tem passado bem?, pergunto, para avaliar alguma necessidade mais urgente.
- Esta noite dormi muito mal. A minha mãe veio dormir comigo. Apareceu sem dizer nada e meteu-se na minha cama. Pensei “olha, veio!”, e ... lá ficámos. A meio da noite acordei e ela não estava ao meu lado. E pensei: “é porque foi ao quarto de banho fazer xixi!”. Como não vinha, puxei aquela coisa que põe a luzinha acesa e fui à procura dela. Dei uma volta sem a encontrar e pensei: “já deve ter ido para a cama!”, mas quando lá cheguei, os lençóis estavam todos emaranhados e ela não estava. Então, fui assim, com a mão … a ver, e veio-me uma cara com um nariz muito grande e uns pelos grossos e feios. Era aquele que anda ali, que se foi meter na minha cama! (e apontou para a enfermaria, na direcção de um idoso pouco sociável que, de vez em quando, é preciso sedar para não bater nos outros), e continuou: - Como não me ia meter na cama com ele, fui por ali adiante, à procura de uma cama vazia. Quando encontrei uma, deitei-me. Mas dormi mal! A cama era muito alta e eu não consegui metê-la para baixo. Tive de puxar uma cadeira para subir.
- Bom dia! Dona Maria! Esteja à vontade. Em que lhe posso ser útil?
- É que eu precisava de uma vassoura!
- Uma vassoura? Para quê?
- Para varrer umas coisas ali ao fundo. A parede ganhou salitre e aquele pó cai para o chão e suja tudo! Mas não queria uma vassoura de cabo partido. Queria uma vassoura com ele inteiro.
- Está bem! Eu vou ver o que se pode arranjar!
A dona Maria tem setenta anos e um tumor cerebral. Embora tenha melhorado, tem frequentes períodos de confusão.
- E a dona Maria tem passado bem?, pergunto, para avaliar alguma necessidade mais urgente.
- Esta noite dormi muito mal. A minha mãe veio dormir comigo. Apareceu sem dizer nada e meteu-se na minha cama. Pensei “olha, veio!”, e ... lá ficámos. A meio da noite acordei e ela não estava ao meu lado. E pensei: “é porque foi ao quarto de banho fazer xixi!”. Como não vinha, puxei aquela coisa que põe a luzinha acesa e fui à procura dela. Dei uma volta sem a encontrar e pensei: “já deve ter ido para a cama!”, mas quando lá cheguei, os lençóis estavam todos emaranhados e ela não estava. Então, fui assim, com a mão … a ver, e veio-me uma cara com um nariz muito grande e uns pelos grossos e feios. Era aquele que anda ali, que se foi meter na minha cama! (e apontou para a enfermaria, na direcção de um idoso pouco sociável que, de vez em quando, é preciso sedar para não bater nos outros), e continuou: - Como não me ia meter na cama com ele, fui por ali adiante, à procura de uma cama vazia. Quando encontrei uma, deitei-me. Mas dormi mal! A cama era muito alta e eu não consegui metê-la para baixo. Tive de puxar uma cadeira para subir.
- Dona Maria! Venha comigo, que eu levo-a ao seu quarto e ensino-lhe a baixar a cama. Pelo caminho, vamos ver se encontramos alguém que lhe possa dar um pouco de atenção!
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