domingo, 21 de outubro de 2018

Remo



Sexta-feira. Jantar de amigos na margem esquerda do Douro, marcado para as 20:00 horas. Um transito de fim-de semana a dificultar o acesso. Um dia de Outubro de sol forte a dar início a uma noite de verão.

Caminho pela margem do rio, agora interdita ao transito, em direcção à Presuntaria Transmontana. O sol já se escondeu e a noite está quase, quase aí. O espelho do rio duplica as luzes da cidade em frente.

Num pequeno cais duas jovens preparam-se para sair num Double scull. Os turistas fotografam o rio e a cidade e elas demoram-se para se eternizarem nas fotos e partem piscando umas pequeninas luzes a meio de cada remo. Mais uma chega ao cais num outro skiff e parte mais lestra. Agora é mesmo noite. Só as luzes das margens iluminam o rio quando as vejo desaparecer debaixo da ponte. Vou ao hangar do outro lado da rua. Horário: Segundas, Terças, Quintas e Sextas: das 8:30h às 12:30h e das 16:00h às 21:00h. Quartas – das 17:00h às 21:00h. Sábados: das 8:30h às 13:00h (e, por vezes, das 15:00 às 18:00). Domingos e Feriados: das 8:30h às 13:00h.

Três jovens no meio do rio ... à noite, vestidas de preto, a fazer nascer em mim um quê de inveja.
Como o mundo muda! 

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Chuva


Razão tinha a senhora da padaria: Ninguém rega como Deus Nosso Senhor!

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O peru




Imagine um peru de criação. Cada vez que lhe é dada comida há um contributo para a crença, por parte do animal, de que é uma regra geral da vida ser-se alimentado todos os dias por membros amigáveis da raça humana que, como diria um político, "cuidam dos seus melhores interesses”. Mas na véspera do Natal, pela tarde, algo de inesperado lhe irá acontecer!
Como poderemos imaginar o futuro, recebendo o conhecimento do passado, ou, mais genericamente, como podemos calcular as propriedades do desconhecido baseados no que é conhecido? Que pode um peru aprender acerca do que lhe está reservado, a partir dos acontecimentos de ontem? Muito, talvez, mas certamente um pouco menos do que pensa e é justamente esse “um pouco menos” que irá fazer toda a diferença.
O peru aprendeu através da observação. A sua confiança aumentou com o crescente número de vezes em que foi alimentado por gente amigável e sentiu-se cada vez mais seguro, apesar da sua morte estar cada vez mais eminente. O sentimento de segurança atingiu o valor máximo quando o risco era mais elevado!

O problema está relacionado com a natureza do conhecimento empírico. Algo que funcionou bem no passado, inesperadamente, deixa de funcionar, e o que aprendemos revela-se, na melhor das hipóteses, irrelevante ou falso e, na pior das hipóteses, perversamente enganador.

Confundir uma observação ingénua do passado como algo definitivo ou representativo do futuro impede-nos de contar com o improvável.
Na perspectiva do peru, o facto de não ter sido alimentado por volta do dia 200 é um “choque”! Para o talhante, não!
Surpresas destas, podem ser eliminadas pela ciência (se se for capaz disso) ou mantendo a mente aberta!

In “O Cisne Negro” de Nassim Nicholas Taleb