Cerca de 80% da população portuguesa consome regularmente bebidas alcoólicas. O consumo em baixas quantidades pode ter efeito benéfico, pois parece diminuir a incidência de enfarte do miocárdio, de acidente vascular cerebral, e possivelmente de demência de Alzheimer.
Contudo, beber mais de 2 bebidas standard por dia aumenta o risco de problemas de saúde.
O Etanol atravessa facilmente as membranas, estabelecendo-se um equilíbrio rápido entre o sangue e os tecidos.
Uma bebida standard (12 gr de etanol) causa, em média, um valor no sangue de 0,2g/l. Em Portugal, a taxa limite de alcoolemia permitida aos condutores é de 0,50 gr/l.
Quem ultrapassar a taxa máxima definida por lei, estará sujeito a coimas, que variam em função do valor da taxa apurada. Assim, uma taxa de alcoolemia entre 0,5 g/l e 0,8 g/l é considerada uma contra-ordenação grave, que poderá ser punida com a proibição de conduzir por um período de 1 mês a 1 ano, e o pagamento de uma multa de valor entre 250 a 1.250 euros. Uma taxa de alcoolemia entre 0,8 g/l e 1,2 g/l é considerada uma contra-ordenação muito grave, e implica proibição de conduzir entre 2 meses e 2 anos, e multa de 500 a 2.500 euros. Uma taxa igual ou superior a 1,2 g/l é considerada crime, punível com pena de prisão até 1 ano ou multa até 120 dias, para além da inibição de conduzir por um período de 3 meses a 3 anos.
Consideram-se bebedores moderados, com baixo risco de vir a ter problemas associados ao consumo de álcool, as mulheres e os idosos (> 65 anos) que bebem menos de 2 bebidas standard por dia, e os homens que bebem menos de 3.
Mais de 10% dos portugueses têm consumo abusivo de bebidas alcoólicas. O padrão mais típico é o jovem adulto do sexo masculino, solteiro e com baixos rendimentos, mas todos os grupos sociais estão afectados, porque se associou ao alcoól um falacioso efeito anti-depressivo.
O abuso de álcool está associado ao consumo de tabaco - 80% dos alcoólicos fuma e 30% dos fumadores são alcoólicos.
O início do consumo de bebidas alcoólicas antes dos 21 anos aumenta em quatro vezes o risco de se tornar alcoólico e é por isso que não entendo a permissividade ao abuso de bebidas alcoólicas nas Festas de Universitários. Será que em 12 anos de ensino não se alertou para o risco da degradação?
Nos últimos meses para além do pobre alcoólico comum com intoxicação aguda, acidente de viação, trauma, síndrome de abstinência, cirrose hepática, pancreatite, demência ou miocardiopatia, tenho tropeçado em quadros superiores a morrer com alcoolismo activo ou com as consequências tardias dos abusos da juventude, e pergunto-me:
- Será que não foi em período académico que tudo começou?
- Que grau de complacência merecem, quando activos?