De repente sinto o peso dos “psicólogos” no país. Psicólogos de facto, que as Universidades lançaram em revoadas nas últimas décadas, e que frequentemente não são mais que “uma solução à procura de um problema”, e de gente que procura esse espaço para “vender a sua bondade”.
E na sequência deste pensamento, vem-me à memória o Padre Matos.
No meu primeiro ano de Liceu, actual quinto de escolaridade, fui colocado numa turma de rapazes mais velhos, muitos deles repetentes, que constantemente perturbavam a aula e criavam ao mais novos um ambiente favorável à asneira.
No segundo ano, o meu pai mudou-me de escola, onde me confrontei com o padre Matos, professor de Português e Francês.
Eu ainda não tinha assimilado a “obrigatoriedade de aprender”. Entendia a Escola como um sítio onde se “ia”, e onde, de vez em quando, havia “pontos” para que era preciso estudar. O trabalho do dia-a-dia não me estava no programa.
Creio que se fosse agora, integraria o grupo a que os psicólogos chamam com “défice de atenção”.
Mas o padre Matos tinha a solução. À terceira ou quarta aula já me tinha identificado, e nas aulas seguintes o meu trabalho de casa passou a ser sistematicamente revisto e perguntado, com recurso a régua de cinco olhinhos, que não só doía, como humilhava, e nem um mês passado, eu já cantava os verbos intransitivos que se conjugam com o verbo “être” e as palavras que faziam os plurais de modo diferente do que seria lógico.
-Ouve aí, oh nº 9. Põe-te fino!
E eu, … pus-me. … Sem psicólogo!
E na sequência deste pensamento, vem-me à memória o Padre Matos.
No meu primeiro ano de Liceu, actual quinto de escolaridade, fui colocado numa turma de rapazes mais velhos, muitos deles repetentes, que constantemente perturbavam a aula e criavam ao mais novos um ambiente favorável à asneira.
No segundo ano, o meu pai mudou-me de escola, onde me confrontei com o padre Matos, professor de Português e Francês.
Eu ainda não tinha assimilado a “obrigatoriedade de aprender”. Entendia a Escola como um sítio onde se “ia”, e onde, de vez em quando, havia “pontos” para que era preciso estudar. O trabalho do dia-a-dia não me estava no programa.
Creio que se fosse agora, integraria o grupo a que os psicólogos chamam com “défice de atenção”.
Mas o padre Matos tinha a solução. À terceira ou quarta aula já me tinha identificado, e nas aulas seguintes o meu trabalho de casa passou a ser sistematicamente revisto e perguntado, com recurso a régua de cinco olhinhos, que não só doía, como humilhava, e nem um mês passado, eu já cantava os verbos intransitivos que se conjugam com o verbo “être” e as palavras que faziam os plurais de modo diferente do que seria lógico.
-Ouve aí, oh nº 9. Põe-te fino!
E eu, … pus-me. … Sem psicólogo!
Se eu tivesse tido o azar de um "psicólogo", se calhar, iria andar de relatório em relatório, sem meter a cabeça nos livros e aprender a cantar o "aller, arriver, décéder, échoir, éclore, mourrir, naitre, partir, retrouver, sortir, tomber, venir et ses composés" e o "bijou, caillou, chou, genou, hibou, joujou et pou", e o resto das coisas a que depois me obriguei.
Agora passaram a ser usados com o mesmo critério com que se vai de automóvel ao café.
Perdeu-se a noção do equilíbrio, e, mesmo quando (lá de fora) nos dizem “põe-te fino”, só iremos ouvir quando “a menina dos cinco olhinhos” nos acertar em cheio.
Talvez aí caiamos na real, e mandemos às malvas a psicologia barata.
Agora passaram a ser usados com o mesmo critério com que se vai de automóvel ao café.
Perdeu-se a noção do equilíbrio, e, mesmo quando (lá de fora) nos dizem “põe-te fino”, só iremos ouvir quando “a menina dos cinco olhinhos” nos acertar em cheio.
Talvez aí caiamos na real, e mandemos às malvas a psicologia barata.
4 comentários:
Acho uma aberração fazer uma apologia desse tipo de métodos (mais ainda da parte de quem diz que os aguentou...)
Já agora: não sou "psicólogo"...
Eu não me considero um “apugilista” do método, mas não duvido que o “medo” altera comportamentos de modo mais rápido, e às vezes há necessidade de não perder tempo.
Para pensar a rir sobre o assunto, recomendoo Analista de Bagé de Luís Fernando Veríssimo, que mais que á psicoterapia recorria à técnica do joelhaço.
É mesmo como diz o ditado: "Ou pões-te fino, ou levas no focinho"!
Na verdade, tambem não vou muito á baila com esse método, mas que resulta...ai isso resulta!Mas não é sempre. Há situações em que o "medo" nos impede de chegar mais longe, e, se calhar com sucesso.
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