A escrita foi inventada para comunicar, pelo que, quando escrevemos, devemos ter sempre presente o provável leitor, preocupando-nos para que ele chegue ao fim do nosso texto.
Uma Nota de Alta, após um internamento em Medicina Interna, deve ser um marco na vida de um doente.
Ela deve conter os dados relevantes, devidamente organizados, de modo a que se possam planear as atitudes futuras sobre as doenças identificadas.
Para que ela seja eficaz é necessário que a escrita seja clara e interessante, reunindo as informações essenciais com um sentido. Para isso é fundamental rejeitar o irrelevante, com coragem e mais trabalho.
Oferecer uma massa de factos não digeridos é preguiça.
Pascal terminou uma carta de quatro páginas, a um amigo, dizendo: ‘Desculpe tê-lo cansado com uma carta tão longa, mas não tive tempo para a escrever mais curta!“
Só se aprende a escrever, escrevendo.
As frases curtas são preferíveis às longas e quanto às palavras, quanto menos sílabas, melhor!
O melhor é escolher as partes da verdade que melhor produzem o efeito do todo. A selecção pode ser difícil porque há sempre mais material do que aquele que se pode usar. O trabalho consiste em encontrar uma linha narrativa, sem se afastar dos factos essenciais e sem deixar de fora factos relevantes, não esquecendo que "muita informação é mais chatice do que precisão!”.
O produto final é resultado daquilo que se escolheu e daquilo que se preferiu deixar de lado.
Colocar tudo, simplesmente, é fácil e seguro, mas resulta num texto onde o autor deixa ao leitor todo o trabalho.
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