Porque obriga a enfrentar realidades que nos incomodam, a aceitar conivências, calar opiniões, a sermos participantes em movimentos para onde contra vontade somos arrastados, a consciência colectiva é um poderoso fenómeno.
Ultrapassa-nos. É ela que dá a verdadeira medida de nós próprios, a pequenez, a cobardia, o temor de enfrentar a massa que idolatra, jubila e aplaude.
Um ou outro desatinado rema contra a maré, gritando a sua verdade, mas proveito alcança quem cala e segue a onda.
Este texto que Rentes de Carvalho escreveu no seu blog, Tempo Contado, vem, de algum modo, ao encontro de umas filosofices que nos últimos tempos me têm assomado à cabeça: a onda que parece vir do nada e que rapidamente engrossa e leva tudo à sua frente.
Ontem foi o leite para os adultos, hoje é o açúcar para as crianças, amanhã pode ser uma aparição num lugar inóspito ou a descoberta de um paraíso remoto para férias e, imediatamente se avolumam aderentes e quem os queira cavalgar, oferecendo-lhes, impudoradamente, a banha da cobra, que estica e não dobra, ou Salamanca, que a uns cura e a outros manca.
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