Alguns são protótipos, mas a maioria dos que conheço são de série, daqueles que andam pelos bares e corredores à procura de uma qualquer informação que possam utilizar em seu proveito, baldando-se o mais que podem ao que deviam estar a fazer. São comuns nas instituições públicas e nos Cafés, mas podem-se encontrar em qualquer local onde haja gente.
Perguntam coisas ou procuram ouvir as conversas do lado, enquanto se fingem absorvidos em qualquer actividade, para depois difundirem por quem gosta de emprenhar pelos ouvidos. Aqui no burgo chamam-lhes "faroleiros".
O grande desejo do videirinho é a política, onde se sentem corredores de Fórmula 1, a falar do que nunca fizeram, com "escuderias" e "sponsors" que lhes cobrem as pulhices com que presenteiam quem é apanhado "à má fila".
Já deram provas nos campeonatos de segunda e terceira divisão. Iniciaram o currículo nas escolas e nos seus locais de trabalho. Sabem engolir sapos vivos e utilizaram a adulação para reduzir as obrigações profissionais e assim garantir a frequência dos corredores, pois é aí que se consegue o acesso aos gabinetes onde se permitem as ultrapassagens. Mostraram disponibilidade "para o que quer que seja" e são ávidos naquelas "novidades" que confundem o adversário e lhes criam a falsa auréola de estarem dentro da "problemática da temática" e, como dentro da sua profissão, pouco ou nada fizeram, é difícil alguém tropeçar num dos seus erros.
A sua relevância nesses campeonatos, junto ou num conselho de administração de uma empresa, seja ela do Estado ou de um privado, influencia as promoções e é frequente a causa do insucesso, ao desvalorizar a qualidade em favor daquilo a que ele chama "estabilidade", que mais não é que a sua escada para o poder.
Abril não exigiu qualidade aos dirigentes. Manteve o padrão básico do "muito é melhor que pouco!" e do "rouba, mas faz!" e, pela larga porta da sua "bondosa confiança" muitos se apressaram a lançar as suas raizes.
1 comentário:
Bem dito
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