Qualquer modo de ver a realidade é necessariamente limitado.
Estas são algumas das histórias que definem o meu olhar.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Fado Maravilhas
Fui no domingo a Cacilhas
Mais o Chico Maravilhas
Comer uma caldeirada
A gente não nada em taco
Mas vai dando p'ró tabaco
E p’ra regar a salada
É porque isto é mesmo assim
A gente morre e o pilim
Não vai prá cova coa gente
E antes gastá-lo no tacho
Que na farmácia que eu acho
Isto é que é principalmente
Terminada a refeição
Ao entrar na embarcação
Começou a grande espiga
O Mangas abriu o bico
Pôs-se a mandar vir c'o Chico
E o Chico arriou a giga
Eu para acalmar a tormenta
Inda disse ao Chico auguenta
Mas o Mangas insistiu
E o Chico sem intenção
Deu-lhe um ligeiro encontrão
Atirou c'o tipo ao rio
Um sócio de outro meco
Quis-se armar em malandreco
A gente já estava quentes
Veio para mim desnorteado
Eu dei-lhe c'o penteado
E pu-lo a cuspir os dentes
Veio outro veio outra ideia
De sarnelha e plateia
Mais outro fui-lhe ao focinho
E o Chico pelo seu lado
Só para não ficar parado
Aviou quatro sozinho
Fez-se uma grande molhada
Desatou tudo à estalada
Eu e o Chico no centro
Naquela calamidade
Apareceu a autoridade
E meteu-nos todos dentro
Não tenho vida pra isto
E de futuro desisto
De me meter noutra alhada
Nunca mais vou a Cacilhas
Mais o Chico Maravilhas
Comer outra caldeirada
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