Deixaste-me a pensar! E ainda por cima hoje, que é dia Mundial de Prevenção do Suicídio e não é comum que uma jovem bonita e elegante como tu, num acto de desespero tente pôr cobro à vida.
Disseste que não foi por teres entrado em ruptura com o namorado, que até não te entusiasmava de modo particular, mas que essa só foi mais uma adversidade quando tinhas o saco cheio. Os cortes que conseguiste fazer, não vão deixar cicatriz, mas não o repitas. Podias criar um problema irremediável.
Entendo-te. Vires imigrada, de tão longe, com a família, a meio da juventude, e num prazo de quatro anos assistir ao divórcio dos pais e a um novo casamento da mãe com quem não te entende, e ter de resolver as inúmeras dificuldades de uma integração com que se não contava, é demais para quem mal entrou na idade adulta.
Depois “a crise” e as fracas perspectivas, principalmente para quem viveu catorze anos numa cidade cosmopolita e conhece outros mundos, pouco ajudam.
Mas acalma-te e pensa um pouco. Só tens que ter determinação e coragem e claro … algum afecto, que é o que te está agora a faltar, mas atrás de tempo vem tempo e crê que há gente disposta a ajudar-te se quiseres partilhar dores e alegrias. Melhora as tuas qualificações e vais ver que as coisas se vão compondo sem dares por isso!
Vais falar com um psiquiatra. Está bem? Entretanto toma este comprimido.
Dizem as estatísticas que, em Portugal, entram anualmente nos Serviços de Urgência 20 a 30 mil casos de comportamentos suicidários, pelas mais variadas razões (culturais, sociais, psicológicas …) e que se consumam ~1000 suicídios/ano, 1/4 dos quais afectam jovens de idade inferior a 25 anos.
Muitos de nós, no decorrer da vida, tem a fantasia de se matar como dramatização numa última tentativa para alterar o rumo da “história”, como suicida altruísta imitando Jesus e outros, mas a maioria de quem o tenta, tem por detrás o desespero de não ter com quem partilhar a vida, principalmente quando a família se desmembra e a sociedade se organiza em torno do lucro.
Há pressão sobre a comunicação social para não noticiar a sua totalidade, porque a sua divulgação pode induzir novos suicídios por imitação - efeito Werther.
Contudo, os suicídios podem ser prevenidos, se houver identificação precoce das pessoas em risco e uma intervenção consistente no plano das políticas sociais.
Disseste que não foi por teres entrado em ruptura com o namorado, que até não te entusiasmava de modo particular, mas que essa só foi mais uma adversidade quando tinhas o saco cheio. Os cortes que conseguiste fazer, não vão deixar cicatriz, mas não o repitas. Podias criar um problema irremediável.
Entendo-te. Vires imigrada, de tão longe, com a família, a meio da juventude, e num prazo de quatro anos assistir ao divórcio dos pais e a um novo casamento da mãe com quem não te entende, e ter de resolver as inúmeras dificuldades de uma integração com que se não contava, é demais para quem mal entrou na idade adulta.
Depois “a crise” e as fracas perspectivas, principalmente para quem viveu catorze anos numa cidade cosmopolita e conhece outros mundos, pouco ajudam.
Mas acalma-te e pensa um pouco. Só tens que ter determinação e coragem e claro … algum afecto, que é o que te está agora a faltar, mas atrás de tempo vem tempo e crê que há gente disposta a ajudar-te se quiseres partilhar dores e alegrias. Melhora as tuas qualificações e vais ver que as coisas se vão compondo sem dares por isso!
Vais falar com um psiquiatra. Está bem? Entretanto toma este comprimido.
Dizem as estatísticas que, em Portugal, entram anualmente nos Serviços de Urgência 20 a 30 mil casos de comportamentos suicidários, pelas mais variadas razões (culturais, sociais, psicológicas …) e que se consumam ~1000 suicídios/ano, 1/4 dos quais afectam jovens de idade inferior a 25 anos.
Muitos de nós, no decorrer da vida, tem a fantasia de se matar como dramatização numa última tentativa para alterar o rumo da “história”, como suicida altruísta imitando Jesus e outros, mas a maioria de quem o tenta, tem por detrás o desespero de não ter com quem partilhar a vida, principalmente quando a família se desmembra e a sociedade se organiza em torno do lucro.
Há pressão sobre a comunicação social para não noticiar a sua totalidade, porque a sua divulgação pode induzir novos suicídios por imitação - efeito Werther.
Contudo, os suicídios podem ser prevenidos, se houver identificação precoce das pessoas em risco e uma intervenção consistente no plano das políticas sociais.
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