Ontem fui-te ouvir.
Afirmaste-te escritor, mas não disseste o teu porquê, e ficou no ar se não foi só um ganha-pão a razão desta história sem esqueleto.
Eu entendo a escrita como um desafio para clarificar um pensamento que nos surpreendeu e que registamos, para nós e para procurar sintonias. Talvez também uma vaidade.
O motivo é uma inquietação ou uma surpresa que nos fez ver para além do óbvio e nos desafia a procurar coerências, subentendendo e afirmando com o cuidado de deixar margem para que eventuais leitores possam integrar as suas experiências.
Tens 37 anos. Falaste muito. Deste uma ideia do ambiente de uma Lisboa onde o hedonismo marca os dias, longe do cerne que se sente em quem tem a terra ou a sobrevivência por perto.
Foi isto que eu li neste teu novo livro – “O verdadeiro ator” – mas eu não sou crítico literário.
Expuseste-te, e daí o meu apreço. Foi bom ouvir-te! Não perdi o meu tempo.
Obrigado!
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