José Estaline, polo agregador de um dos maiores cultos da personalidade a que a História assistiu, sabendo que Vassili, o seu filho problemático, se aproveitava do apelido para atemorizar e intimidar, repreendeu-o.
- Mas eu também sou um Estaline!, respondeu Vassili.
- Não! Não és!, respondeu o ditador. – Eu próprio não sou Estaline. Estaline é o poder soviético, é o seu rosto nos jornais e nos retratos; não és tu nem sou eu!
José Estaline sabia que os indivíduos, à imagem dos produtos, também se podem constituir como “marca”. Um bilionário corrupto pode ser rotulado como defensor dos pobres; o maior imbecil pode ser vendido como génio; um guru que abusa sexualmente de seguidores pode ser apresentado ao mundo como um santo casto. O público crê estar conectado ao indivíduo, mas está ligado à história que lhe contaram sobre o ele e, o mais das vezes, a distância que vai de uma coisa à outra é gigantesca.
In “Nexus” de Yuval Noah Harari
“No man is a hero to his valet”, dita um velho provérbio inglês.
Como “não há grandes homens para o seu criado de quarto”, há que criar uma “marca” para aqueles que se quer promover.
Sem comentários:
Enviar um comentário