segunda-feira, 13 de maio de 2013

Milagres

Em 11 de Outubro de 1946, Nossa Senhora apareceu em Vilar Chão, no concelho de Alfândega da Fé, a mais de 40.000 pessoas, depois de muitos milagres e curas terem acontecido, catalisados pela vidente Amélia Natividade Fontes. Uns “viram” Nossa Senhora com o Menino ao colo, outros, S. José, a Virgem e o Menino na fuga para o Egipto, e até houve quem "descobrisse” um soldado romano a pôr uma escada junto à cruz para ajudar Cristo a ir directo para o céu.

A “miraculosa” tinha 22 anos e estava entrevada desde os 15, depois de uma muito provável estafilococia (o povo pensava em lepra). Como os médicos “não atinavam com a doença”, o padre da freguesia sugeriu-lhe que implorasse um milagre e logo ela “recebeu a visita da Virgem, que a curou!

Anunciada a “boa nova” acabou o sossego da aldeia, com peregrinos e gente à procura do grande espólio largado pela fé dos crentes, enquanto a Amélinha, uma vez por outra, ia de visita ao Céu, ao Inferno e ao Purgatório. Numa dessas digressões, “viu” Nosso Senhor na cruz, cuja sombra se lhe projectou na testa e lhe causou o sinal que a estigmatizava.

Porque todo o povo dizia que a virtude da “santa” era tanta que há muitos meses não comia, o bispo da diocese exigiu um exame médico credível à rapariga e, neste contexto, o Delegado de Saúde de Bragança, deu ordem ao motorista para a ir buscar para ser observada.
Segundo relato verbal do dito médico, o chauffeur não era dos melhores. Conduzia aos repelões, com travagens e acelerações sucessivas que facilmente despertavam o enjoo dos passageiros, pelo que lhe atribuiu parte da responsabilidade no Milagre que na viagem aconteceu.
Logo nas primeiras curvas e contracurvas da serra de Bornes, a Amelinha teve três arrancos, e de seguida, mesmo com vários meses de jejum, vomitou uma grande quantidade de couves com feijão.
Haja Deus!

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