quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O biscate




Tem 51 anos. Está há dois com subsídio de desemprego, mas ... "ainda tem mais um". Faz uns biscates.

-"No outro dia apareceu aí um amigo a oferecer-me trabalho. Cinquenta euros o dia. Começar às oito e meia e acabar às cinco, com intervalo para almoço. Trabalho no monte. Mas era sem contrato nem seguro. A trabalhar "à preto", e ainda por cima ao pé da porta, com risco de algum vizinho dar à língua. Trabalhei um dia! Sabe, eu descontei dezoito anos!
...
Hoje, levou as ferramentas e trabalhou das 14:30h às 19:30h, com intervalo para duas cervejas! !
...
- Quanto lhe devo?
- Sessenta Euros!
- ???!!!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Muros


Gosto de muros de pedra, desde que o cimento seja pouco visível e tenha havido o cuidado de lhe dar solidez. Muros feitos de pedras grandes, médias e pequenas.
Este numa esplanada, dava-lhe graça.

- Quem o fez?
- Foi o Sr. Maciel de Barroselas!
- Quanto custou?
- Eu dou-lhe o contacto.
- Obrigado!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O empobrecimento lícito




Lançam-se as medidas de austeridade que nos empobrecem e que irão colocar muitas famílias à beira do desespero.
Parece que é inevitável!
Ao mesmo tempo levantam-se entraves à criminalização do enriquecimento ilícito dos titulares de cargos públicos.
Custa a aceitar uma coisa sem a outra, até porque é por causa desses que é pedido maior esforço à população.

domingo, 25 de setembro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

Bryan Adams

Bryan Adams - Have You Ever Really Loved A Woman? – Tema do filme “Don Juan DeMarco” (1995)
vídeo filmado na Casa las Pavos Reales, Málaga.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Inimigo Público


A edição de hoje é dedicada, na íntegra, a Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira. .
O mote, para nossa desgraça, não podia ser melhor. Tanta tragédia roça a comicidade. Os escritos pecam por tardios.
Esperemos que todo este humor cáustico sirva não só ao visado, mas a todos aqueles que fazem figura com dinheiro que não lhes pertence.
Esta ideia que grassa nos nossos políticos (e não só) de se armarem em Robin dos Bosques e fazerem as leis por que se querem reger, dá nisto.
A coberto de estarem a "trabalhar para o povo que os elegeu", não cumprem regras e "roubam aos a quem chamam ricos, para dar aos a que chamam pobres".

Alguns títulos para meditar:
-Alberto João Jardim defende "lusobonds".
-TGV na Madeira adiado por 6 meses.
-Jardim diz-se perseguido porque é bonito, rico e um grande estadista.
-Cientistas estudam gene do relativismo ético dos madeirenses que depois disto tudo ainda votem no Jardim.
-"Defenderei a Madeira até ao último cêntimo da República".

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Jardinagem





-Que horas são?
-Deve passar das nove!
-O gato já entrou?
-Já!
-Ontem à noite deste de comer aos cães?
-Sim! O que é que vamos fazer hoje?
-Não tenho programa. Só ao fim da tarde é que tenho que fazer!
-Então hoje era um óptimo dia para jardinar. Eu queria deitar duas árvores abaixo que estão a crescer para fora do terreno, limpar a horta daquelas canas que estiveram a estacar os feijões e, se tiver tempo, limpar o tanque e as sarjetas, antes que comece a chover.
-Está bem! Eu fico pela horta, limpo os agapantos, dou um jeito às rosas, apanho as framboesas e faço doce. O melhor é levantarmo-nos já!
-Abre a janela para ver o tempo.
...
-São quatro da tarde! Não vens almoçar?
- Não! Eu como um pão com qualquer coisa e bebo uma cerveja fresca!
-Vou sair! Volto às sete!

-Como tu estás! Ainda bem que, hoje, não vem cá ninguém!
-Vou tomar um banho de meia hora! … Qual Ginásio. Desporto mesmo, é jardinagem! Amanhã ainda quero cortar uns galhos secos e outros que não quero ali, cortar a relva e pôr insecticida nas laranjeiras que têm piolho. À tarde vamos ao Porto?
-Ok!
-Fizeste o doce para as miúdas?
-Quando é que acabam as férias?
...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carlos Moreno - para relembrar


Para relembrar que não foi só o "Sócrates". Que há mais gente. E alguns até falam do que é preciso fazer para sair da crise, mas na hora de lidar com o dinheiro público ou foi displicente ou ganacioso.
Estão todos na Madeira?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Woody Allen




"Meia noite em Paris"
Um filme inteligente acerca da nostalgia.
Assim gosto de ir ao cinema!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Leituras de férias

É um gosto ler estes contos. Histórias vistas por uns olhos que sabem ver para além do óbvio. Histórias de ontem e de hoje, deste Portugal-aldeão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Atenção


ATENÇÃO: Até nova informação, a luz ao fundo do túnel será desligada. É tudo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Gestão Hospitalar e o desperdício


Os hospitais empresa (EPE) são uma das grandes ameaças ao cumprimento das metas de contenção orçamental impostas pelo memorando de entendimento (MoU).

"O esforço inicial para reduzir custos operacionais em 15% para as empresas do sector empresarial do Estado iniciado ainda pelo anterior Governo teve níveis diferentes de sucesso nos vários sectores. Em particular, no sector da saúde está claramente abaixo do esperado", diz o relatório da ‘troika' ontem divulgado. O documento não poupa críticas ao desempenho dos hospitais.
Um exemplo já inscrito no novo documento: o corte imposto nas horas extraordinárias dos profissionais de saúde duplicou. Agora, os hospitais têm de cortar 20% nas horas extra em 2012 e outros 20% em 2013".

Há três anos que assisto a investimentos dispensáveis e a aumento do desperdício, quando a ordem já era poupar. E não foi por falta de gestores, que andam por toda a parte, não a gerir, mas … a “monitorizar”.

Quem "geriu" (e gere ... pois não mudaram) as EPE, mostrou-se excessivamente sensível a "parangonas" e, incapaz de relacionar custos com eficiência, esconde-se atrás de números de significado duvidoso e de frases de “boa vontade", para justificar os gastos que ultrapassam os seus orçamentos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Filmes italianos





I Nuovi Monstri, Itália, 1978
Os Novos Monstros, de Mario Monicelli, Dino Risi e Ettore Scola é um filme composto por 9 curtas histórias com uma duração de 87 minutos, interpretadas por Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi, Ornella Mutti e Alberto Sordi, entre outros.
Ficaram-me na memória a Hosteria e o Tamtum Ergo que aqui ponho.
Quem for expedito pode ver o restante do filme no Youtube.
Pena que não haja legendas em português.

domingo, 11 de setembro de 2011

Os heróis pouco "perpétuos"




A História é escrita pelos vencedores. Aos vencidos resta a débil esperança que num volte-face se reconheça algum bem que tenham feito, mas os novos vencedores raramente se dão a esse trabalho e habitualmente apropriam-se das suas ideias e obra, e o esquecimento é quase garantido.
Custa ver "heróis" apeados por muitos dos que dias antes os levavam aos ombros, só porque uma onda pôs em questão os muitos anos de poder.

É há muito conhecido que o poder absoluto corrompe, pelo que se recomenda que ele mude ao fim de um ciclo relativamente curto, talvez não ultrapassando uma década. Desaconselha-se até que o sucessor esteja fortemente comprometido com o poder anterior, mesmo que tenha ideologia semelhante e pertença ao mesmo partido. É que a teia de interesses que se cria em redor do poder tende a fortalecer-se de tal modo, que só as novas ideias que os respeitem podem proliferar.

É esta a razão porque José Eduardo dos Santos deverá ser o próximo herói/ditador a cair.
Esperemos que ele entenda os ventos actuais e saia de cena, porque não lhe auguro nada de bom. Até porque em Angola há petróleo.

sábado, 10 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fala a uma suicida



Deixaste-me a pensar! E ainda por cima hoje, que é dia Mundial de Prevenção do Suicídio e não é comum que uma jovem bonita e elegante como tu, num acto de desespero tente pôr cobro à vida.
Disseste que não foi por teres entrado em ruptura com o namorado, que até não te entusiasmava de modo particular, mas que essa só foi mais uma adversidade quando tinhas o saco cheio. Os cortes que conseguiste fazer, não vão deixar cicatriz, mas não o repitas. Podias criar um problema irremediável.
Entendo-te. Vires imigrada, de tão longe, com a família, a meio da juventude, e num prazo de quatro anos assistir ao divórcio dos pais e a um novo casamento da mãe com quem não te entende, e ter de resolver as inúmeras dificuldades de uma integração com que se não contava, é demais para quem mal entrou na idade adulta.
Depois “a crise” e as fracas perspectivas, principalmente para quem viveu catorze anos numa cidade cosmopolita e conhece outros mundos, pouco ajudam.
Mas acalma-te e pensa um pouco. Só tens que ter determinação e coragem e claro … algum afecto, que é o que te está agora a faltar, mas atrás de tempo vem tempo e crê que há gente disposta a ajudar-te se quiseres partilhar dores e alegrias. Melhora as tuas qualificações e vais ver que as coisas se vão compondo sem dares por isso!
Vais falar com um psiquiatra. Está bem? Entretanto toma este comprimido.

Dizem as estatísticas que, em Portugal, entram anualmente nos Serviços de Urgência 20 a 30 mil casos de comportamentos suicidários, pelas mais variadas razões (culturais, sociais, psicológicas …) e que se consumam ~1000 suicídios/ano, 1/4 dos quais afectam jovens de idade inferior a 25 anos.
Muitos de nós, no decorrer da vida, tem a fantasia de se matar como dramatização numa última tentativa para alterar o rumo da “história”, como suicida altruísta imitando Jesus e outros, mas a maioria de quem o tenta, tem por detrás o desespero de não ter com quem partilhar a vida, principalmente quando a família se desmembra e a sociedade se organiza em torno do lucro.
Há pressão sobre a comunicação social para não noticiar a sua totalidade, porque a sua divulgação pode induzir novos suicídios por imitação - efeito Werther.

Contudo, os suicídios podem ser prevenidos, se houver identificação precoce das pessoas em risco e uma intervenção consistente no plano das políticas sociais.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sexo e o consentimento informado



Onde fica a linha divisória entre a brincadeira e o mau gosto, entre a sedução e a tentativa de violação, entre o tolerável e o ilícito?. Prognósticos … só no fim do jogo!

Há uns quarenta anos, quando a cultura francesa dominava Portugal e muita da lei era feita pelos costumes, o indefinido nevoeiro da sedução era mote das comunidades e motivo para lavagem de honras ofendidas. O que acontecia aqui, não se sabia ali, e aos poderosos era dado todo o espaço que a necessidade obrigava.

Quando a cultura francesa foi substituída pela anglo-saxónica e os “puritanos” definiram o conceito de “consentimento informado” tudo mudou.
Acabaram as cartas à francesa em que as primeiras três páginas criavam ambiente para que no último parágrafo se insinuasse ao que se ia, e até o padrão das cartas privadas adoptou conceitos comerciais.

Assunto: Pedido de Namoro.
Fulano de tal, vem por este meio, mostrar o seu interesse em iniciar relação afectiva com V. Exª, para o que solicita entrevista em data e local a combinar.


Com os melhores cumprimentos

Em Anexo, segue Curriculum Vitae. A Declaração do IRS será apresentada se solicitada
.

Este moderno modo de estar, que a Internet facilita, tem a grande vantagem de evitar perdas na rentabilidade profissional, por um qualquer amor não correspondido.
De igual modo, se o assunto não é tão sério que vise uma prolongada vida em comum, há sempre a possibilidade de aderir a um site de “online dating” e considerar as diferentes opções, que podem ir do “non committed sex” com um “non-boyfriend” à relação clássica, mas sempre com a obrigatoriedade do tal “Consentimento Informado”.

Dito isto, e não havendo censura aos sites que fornecem gratuitamente pornografia, não se entende que ainda haja gente que arrisca pesadas penas, principalmente quando tem conhecimento da tecnologia que dá acesso a este tipo de oportunidades.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

OH Valha-nos Deus!



Imposto sobre o açúcar, o sal e a "fast food"!!?? ... E a alheira, o leitão e ... os torresmos? Ficam de fora????
... E porque não outro sobre os elevadores e escadas rolantes??????
...
Para financiar o SNS?
...
... só um Deus Todo Poderoso nos pode salvar!!!!

domingo, 4 de setembro de 2011

Cave ne cadas!





Após uma batalha vitoriosa, havia o "Triunfo". O Triunfo era uma das maiores solenidades da antiga Roma e a maior recompensa dada aos generais vitoriosos. Vestido de púrpura com uma coroa de louros na cabeça, sentado num magnífico carro puxado por quatro cavalos brancos e precedido por senadores, rodeado por parentes e amigos, seguido por todo o seu exército e por um grande número de cidadãos, o general vitorioso - o Triunfador - era conduzido em pompa ao Capitólio Romano. Adiante dele iam os despojos dos inimigos vencidos - quadros e objectos de arte das províncias que havia conquistado. Com correntes de ouro e prata iam à frente os reis e os chefes prisioneiros. Atrás, as vítimas que deveriam morrer.
Durante essa cerimónia, para abater o orgulho que um aparato tão deslumbrante pudesse inspirar ao Triunfador, um escravo, colocado atrás dele, no mesmo carro, juntava uma voz discordante às aclamações da multidão e alertando-o para a embriaguez da glória, gritava ao vitorioso: "Olha para ti. Lembra-te que não passas de um homem!" Respice te, hominem te memento: "Cuidado! Não caias!" Cave ne cadas.



Retirado daqui

sábado, 3 de setembro de 2011

O Silva



O Silva era assim. Inteiro. Dentro e fora do estádio dizia o que alma lhe mandava e, se só falava de futebol antes do Abril/74, era porque a sua paixão pelo FCP o exigia e a política ainda não tinha aparecido na sua vida.
Abria o Café, dava as primeiras ordens, e lia de fio a pavio os jornais desportivos e o Notícias, só se interrompendo se um maior afluxo de clientes obrigasse a mais uma mão no balcão mas, na primeira oportunidade, depois de analisar à porta o movimento, voltava ao quiosque para mais uma leitura.
Este saber era então destilado durante a tarde, para surgir em filigranas de jogadas, golos e demais incidentes dos jogos, depois do jantar na tertúlia que juntava ao canto do salão, onde pontuavam, professores, médicos, economistas, comerciantes e um ou outro aprendiz de qualquer coisa.

Veio o 25 de Abril e, num estalar de dedos, o grupo passou a inflamar as vozes com a "política" e, para pasmo dos clientes habituais, o Silva ergueu o punho pelo PCP e a credibilidade, que vinha "em alta" da bola, baixou tanto que um dia, um amigo chamou-o à razão e disse-lhe: “Oh Silva! Você não é do PCP! Veja se se lembra! Você é,... é do FCP!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Carta

Ex.mos Srs
Na segunda feira passada fui internado neste Hospital.
Aconteceu que o sítio e a cama não foram os ideais, devido à minha idade. Vou fazer oitenta e dois anos. O local é escuro e a cama demasiado alta. Quando me vou deitar preciso de subir uma escada e, como vejo mal mesmo com óculos, preciso de ter muita claridade para poder ler, e assim passar o tempo.
Hoje é um bom dia para resolver isto, porque a minha enfermaria está só ocupada comigo.
À consideração de V. Ex.as, fico a aguardar resposta.
Este pedido é feito por X X X, que o vai assinar!
31 de Junho, digo Agosto do ano de 2011.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O mundo que não mudou.



O mundo mudou!, disse José Sócrates em Maio de 2010, quando tudo se tornou evidente. Mas de facto, ... não mudou. O que mudou foram os fluxos do dinheiro e anunciou-se o fim do "fartar vilanagem" para alguns dos propensos à aldrabice e ao desenrasca.

Agora pedem-nos um esforço para parecermos "boas pessoas" ... lá fora. Querem que mostremos princípios e que não estamos constantemente à espera da mínima oportunidade para mostrar o pior de nós, quando é esse leite que mais se serve à mesa dos cafés, nos recreios das escolas e nas refeições lá de casa. Querem um verniz para pôr em cima disto, na certeza de que ele vai estalar na primeira oportunidade. Ah! Ele é isso? Então eu também faço!
A cidadania não se muda por decreto. São precisas gerações, para se abandonarem práticas de "o poder pelo poder" e o "oportunismo de pobre" que nos limita, e só faremos "bem" o que nos fôr imposto.

Venha lá esse governo europeu, que nos livre dos Jardins, dos Varas, dos Valentões, dos Dias Loureiros e dessa gente que é eleita porque "rouba mas faz" que os portugueses cismam em proteger, porque é neles que se revêem.