sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Serviço de Urgência - Ontem



Jesus:
My time is almost through ; Little left to do ; After all I've tried for three years ; Seems like thirty, seems like thirty
Crowd:
See my eyes I can hardly see ; See me stand I can hardly walk ; I believe you can make me whole ; See my tongue I can hardly talk
See my skin I'm a mass of blood ; See my legs I can hardly stand ; I believe you can make me well ; See my purse I'm a poor poor man ;

Will you touch will you mend me Christ ; Won't you touch will you heal me Christ ; Will you kiss you can cure me Christ ; Won't you kiss won't you pay me Christ ;
Jesus:
There's too many of you - don't push me ; There's too little of me - don't crowd me ; Leave me alone!

Jesus:
O meu tempo está quase a acabar , Pouco mais tenho que fazer ; Depois de tudo o que tentei nestes três anos , que me parecem trinta!
Multidão:
Olha para os meus olhos que eu mal posso ver ; Olha como eu me aguento, que mal posso andar ; Eu acredito que tu me podes por direito
Olha para a minha língua, eu mal posso falar ; Olha para a minha pele eu sou uma pasta de sangue ; Olha para as minhas pernas, eu mal posso andar ; Eu acredito que tu me podes por direito ; Olha para a minha carteira, eu sou um homem muito, muito pobre ; Toca-me Cristo e tu me emendarás , Por favor toca-me para que eu me cure , Por favor beija-me para que me cures

Jesus:
Vocês são muitos - não me empurrem! Eu sou tão pouco - não me abafem
Deixem-me em paz!!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Padre Zé Ramos


O Padre Anselmo fazia apostas antes dos sermões. Coisas do tipo “ganhas uma cerveja se fizeres chorar as velhas”. Mas era o Zé Ramos quem mais ganhava à custa dos seus dotes oratórios.
Tive oportunidade de o ouvir. Era um pregador afamado. Ao domingo na igreja de Buarcos, deixava aquela gente toda a chorar depois da Homilia, até saírem da igreja e caírem de novo na realidade. Era um "S.E.E. Significant Emotional Event".

Mas não fiz nenhuma aposta. Eu já sabia que ele ganhava!


Esta conversa enterneceu-me, quando, por um acaso, caí num Blog de um ex-seminarista.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um espinho


Teve tudo o que um mortal pode ansiar para sair desta vida, realizado e com o reconhecimento público, mas centrou-se no umbigo e hoje evitam-na, no temor das suas conversas centrípetas e sem fim.
Viveu no tempo em que um curso superior era, só por si, garantia de poder económico e sucesso. Casou rica e embora cedo ficasse viúva, num pronto outro par lhe encheu a casa de juventude.
Mas aquele oásis de oportunidades, virou tempestade. Os filhos dos 2 casamentos digladiaram-se e na casa em desordem, surgiram as agressões e as equimoses que displicentemente mostrava.
Depois veio o autoritarismo balofo e a procura de vantagem pelo posto. Por fim a reforma.

Agora, ignorada, arrasta o passo miúdo, insistindo em favores e eficiências que nunca ofereceu.

domingo, 25 de janeiro de 2009

A Sombra do Vento























Li-o de um fôlego, neste fim de semana chuvoso.

É um romance semelhante na estrutura ao "Jogo do Anjo", que lhe é posterior, onde ressalta uma extraordinária capacidade em descrever os ambientes e as situações e as história paralelas aos grandes eventos da História.

Sublinhei:

As pessoas que não têm vida própria têm sempre de se meter na vida dos outros.

A Bea diz que a arte de ler está a morrer muito lentamente, que é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e que estes sãos bens cada dia mais escassos.

mas, desta vez não tive o lápis à mão a maior parte do tempo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

É de Homem!



Era assim que um homem mostrava quem era. Primeiro ia para a tropa e depois alardeava a agilidade na praça pública.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Mocidade Portuguesa


Hino da Mocidade Portuguesa
Letra por Mário Beirão, Música de Rui Correia Leite

Lá vamos, cantando e rindo
Levados, levados, sim
Pela voz de som tremendo
das tubas,- clamor sem fim
Lá vamos, (que o sonho é lindo!)
Torres e torres erguendo,
Rasgões, clareiras, abrindo!
- Alva da Luz imortal,
Roxas névoas despedaça
Doira o céu de Portugal!
Querer! Querer! E lá vamos!
-Tronco em flor, estende os ramos
À mocidade que passa.

Cale-se a voz que, turvada,
Já de si mesma se espanta;
Cesse dos ventos a insânia,
Ante a clara madrugada,
Em nossas almas nascida:
E, por nós, oh Lusitânia,
-Corpo de Amor, terra santa
-Pátria! serás celebrada;
E por nós serás erguida;
Erguida ao alto da Vida

Muito mal se falou da Mocidade Portuguesa por defender princípios já então inadequados: Deus, Pátria e Autoridade.
Mas depois da queda dos nacionalismos exacerbados, quem cuidou dos hinos, das histórias e dos rituais que nos identificam como uma nação e nos dão ânimo para o trabalho colectivo?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Aula de Canto Coral


Aqui é Portugal
Letra de Mário de Sampayo Ribeiro, Música de Manuel Tino

De Sagres, do Restelo
Partiram caravelas,
Levando a Cruz de Cristo esmaltada em suas velas,
E foram, mar em fora,
A desvendar arcanos
Num esforço indómito, sem par,
Que desbravou os oceanos
Argamassado com sangues generosos,
De missionários, guerreiros valorosos,
Consolidou-se com rapidez
Todo o mundo Português!

Em Goa, como na Beira,
Na Praia ou na Terceira,
Em Díli, Macau, Bolama,
Angola ou no Funchal,
Até mesmo a terra clama
Aqui é Portugal!

1962 – Liceu Alexandre Herculano, aula de Canto Coral – Professor ?, de alcunha “o Pausa”.
O Pausa era um homenzarrão de voz aflautada, que desde o início do ano, se esforçava por pôr aquela turba de garotos irrequietos, a cantar um hino heróico, que lhes incutisse a honra e o desígnio da portugalidade.
Geria-nos com mão de ferro: “Senta aí, e só fala quando eu mandar! Tudo calado! Quem falar vai já para rua!” e a malta calava-se 5 minutos, para lhe dar tempo para nos encher a boca até à garganta com novas músicas.

Mas, para essa aula, tinhamos-lhe preparado uma surpresa. Durante a manhã ensaiaramos até à perfeição o último verso, modificado. E, quando no auge da intensidade dramática, se afirma o mais glorioso dos patriotismos e o Pausa como de costume, diz energicamente “PAUSA” a seguir a “Até mesmo a terra clama”, o maralhal de peito cheio, à uma e dentro do tom, em vez do "Aqui é Portugal!" previsto, grita “Aqui ... é Canto Coral!”

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Com um pé na cova























Naquele dia de Inverno, o anúncio da chegada do Dr. Penacova, aqueceu a casa, e tirou toda a gente do escano, para lhe preparar os aposentos e a sala de jantar.
Ninguém antes falara do homem, porque tudo acontecera nesse dia, numa imperiosidade que a todos surpreendeu.
-Oh! Chico! Eu vou aí jantar e levo companhia. Mas ninguém pode saber! Há inconveniente?, perguntara pelo telefone, à hora do almoço, com voz trémula, e o Sr. Francisco, para quem as visitas a desoras, não eram problema, respondeu pronto:
- Claro! Esta casa sempre esteve aberta para ti e para quem trouxeres!, mas, no temor de qualquer percalço, inquiriu:
-Há novidade!?, para do outro lado ouvir apressado:
-Depois eu conto! Até já!, e, iniciou-se o alvoroço.

O Dr. Penacova era amigo do Sr. Francisco. Aos 17 anos fora para Lisboa para se formar em Direito, mas os trilhos da política mudaram-lhe a vida, e nunca exercera a profissão. Fora da oposição a Salazar e, talvez, do partido Comunista. Vivera a guerra de Espanha, a prisão e muitos anos de clandestinidade, quando fizera toda a sorte de trabalhos braçais, sem nunca abandonar a militância.
Constava que fora traído pela mulher, de quem se divorciara. Voltara com o 25 de Abril, pela mão de um político influente, que lhe conseguira uma “choruda” pensão vitalícia.
Dessa vida trouxe cicatrizes no corpo e na alma, sem deixar de manter activa a amizade pelo Francisco, seu companheiro de escola.

Nessa tarde gelada de Março de 1977, um Mercedes preto estacionou à frente do portão. O motorista saiu e depois de um toque, um sorriso e três palavras para o intercomunicador, dirigiu-se à porta traseira da viatura. Entretanto, da outra porta do Mercedes, saíu uma senhora de meia idade, vestida com um grosso casaco comprido castanho por cima de um pijama de felpo cor de rosa e uma touca de lã branca, de onde saíam as pontas de uns bigudins vermelhos, que o ajudou a desenterrar do automóvel, um velho magro e anquilosado, que transportaram pelas axilas, os vinte metros até à porta, enquanto a anfitriã se desfazia em amabilidades, orientando-lhes o caminho.
-Entrem, entrem! Venham depressa para a lareira, antes que enregelem. Que dia para viajar! E logo uma viajem tão grande, do Porto aqui, por esse Alvão cheio de neve! O Chico, vem já! Telefonei-lhe agora mesmo. Teve de ir ao Escritório, mas vem já!.
E, enquanto o trio entrava pela sala, surgiram os cobertores e as almofadas, que iriam dar o mote aos dez dias seguintes naquela casa, varrida pelo frio cortante do vale de Vila Pouca.
Mais tarde, no aconchego da lareira, vieram as justificações a sós que, lentamente se divulgaram pelos 4 jovens médicos do Serviço Médico à Periferia, que familiarmente se hospedavam naquela casa.

O Dr. Penacova aparentava 80 anos. Estava emagrecido e a incapacidade em rodar a cabeça, dava-lhe um ar de tábua andante. Na voz sumida e nas poucas palavras, pressentia-se ainda o medo de uma denúncia.
O seu regresso fora saudado por uma irmã que, se disponibilizara para o ajudar e, simultaneamente, restabelecer a sua antiga família, direccionando-lhe o património para o que considerava “a estabilidade do clã”.
E é, quando a trama desta insinuação se lhe torna evidente, no trajecto de uma ida ao Banco, que a decisão surge inapelável. Deixa-a sair do carro e, logo que lhe sai do campo de visão, ordena ao motorista uma visita surpresa à casa da sua companheira dos últimos anos de clandestinidade para, sem delongas, resgatá-la, dizendo-lhe: “Desce como estiveres, que vamos para Vila Pouca, para casar!”.
A pobre mulher, nem tempo teve para pensar no seu pequeno emprego, nem na roupa que tinha vestida. Fechou o gás e a porta e desceu a correr, habituada como estava a cumprir, sem questionar, as ordens que ele lhe dava.

Fizeram-se as diligências com o notário, que assegurou residência habitual naquele concelho, e afixou o Edital. Depois, foi esperar os oito dias, sem visibilidade ou notícia, para que se pudesse processar o enlace.

Via-o, de vez em quando, ao jantar, porque o cansaço o retinha no quarto, mas a noiva animada por toda aquela história, procurava-nos para contar a felicidade e, sem pudor, descrever a carne do amor e a angústia de não saber se o enchia de felicidade ou se o matava.
Não o matou. Casaram no dia aprazado e foram de núpcias para Espanha com o motorista.
Morreu sete meses depois.
Paz á sua alma.

domingo, 18 de janeiro de 2009

O Jogo do Anjo


É um Romance que se lê com extremo agrado.
Tem uma história policial, 3 ou 4 de amor, fala da importância dos livros e dá uma imagem de Barcelona da 1ª metade do Século XX.
O enredo gira em volta de uma encomenda a um escritor para que ele, num livro, crie uma Religião: “um código moral que se expressa por meio de lendas, mitos ou qualquer tipo de artifício literário a fim de estabelecer um sistema de crenças, valores e normas com os quais regular uma cultura ou uma sociedade.”

Os meus sublinhados:
… Acho que tens talento e vontade, Isabella. Mais do que julgas e menos do que esperas. Mas há muitas pessoas que têm talento e vontade, e muitas delas não chegam a lado nenhum. Esse é apenas o princípio para se fazer alguma coisa na vida. O talento natural é como a força de um atleta. Pode-se nascer com mais ou menos faculdades, mas ninguém consegue ser um atleta simplesmente por ter nascido alto, forte ou rápido. O que faz um atleta, ou um artista, é o trabalho, o ofício e a técnica. A inteligência com que se nasce é simplesmente munição. Para se chegar a fazer alguma coisa com ela é necessário transformarmos a nossa mente numa arma de precisão. … Para chegar a alguma coisa que te proponhas é preciso primeiro a ambição e depois o talento, o conhecimento e, por fim, a oportunidade.
… Não confio nas pessoas que julgam ter muitos amigos. É sinal de que não conhecem os outros.
… A justiça é uma extravagância da perspectiva, e não um valor universal.
… É aquela história antiga do diz-me de que te blasonas, dir-te-ei do que precisas. É o pão-nosso de cada dia. O incompetente apresenta-se sempre como perito, o cruel como piedoso, o pecador como santarrão, o agiota como benfeitor, o mesquinho como patriota, o arrogante como humilde, o vulgar como elegante e o pateta como intelectual,
… As boas palavras são bondades vãs que não exigem sacrifício algum e que se agradecem mais do que as bondades de facto.
… A Velhice é a vaselina da credulidade.

O comentário do cliente sobre a estrutura do livro encomendado:
“ O trabalho é óptimo …, se tivesse de fazer alguma observação, seria que acertou em cheio ao construir toda a história do ponto de vista de uma testemunha dos factos que se sente vítima e fala em nome de um povo que espera a chegada desse salvador guerreiro. … Nada nos faz acreditar mais do que o medo, a certeza de estarmos ameaçados. Quando nos sentimos vítimas, todas as nossas acções e crenças são legitimadas, por mais questionáveis que sejam. Os nossos opositores, ou simplesmente os nossos vizinhos, deixam de estar ao nosso nível e transformam-se em inimigos. Deixamos de ser agressores para nos convertermos em defensores. A inveja, a ameaça, está sempre no outro. O primeiro passo para acreditar apaixonadamente é o medo. O medo de perdermos a nossa identidade, a nossa vida, a nossa condição ou as nossas crenças. O medo é a pólvora e o ódio o rastilho. O dogma, em última instância, é apenas um fósforo aceso.
… Sinto a falta de um vilão. A maioria de nós, quer tenhamos consciência disso, quer não, define-se por oposição a alguma coisa ou a alguém. É mais fácil reagir do que agir, por assim dizer. Nada aviva a fé e o zelo do dogma como um bom antagonista. Quanto mais inverosímil, melhor.
… Uma das funções do nosso vilão deve ser permitir-nos assumir o papel de vítima e reivindicar a nossa superioridade moral. Projectaremos nele tudo aquilo que somos incapazes de reconhecer em nós próprios e diabolizamos de acordo com os nossos interesses particulares.

Estes sublinhados têm a ver com algumas das minhas preocupações actuais.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Uma memória do SNS - 1977


- O quê?, perguntei incrédulo.
E ele repetiu:
-“Escreva aí: 1 litro de soro subcutâneo, água com Cerinutrina, Ralopar de manhã e Garalone à noite!”
E perante a minha indecisão, insistiu sobre o meu ombro:
-Escreva subcutâneo por extenso, se não, a enfermeira põe endovenoso!”
Foi assim a resposta ao meu pedido de colaboração, naquele Hospital, onde chegara dias antes.
Num lampejo de razão, rolei o papel na sua direcção e, intimidado por aquela figura magra com a solenidade de quem chega para resolver o mundo, disse com voz sumida:
-“É melhor o Dr. assinar, não vá a enfermeira questionar a terapêutica, por não me conhecer a letra!”
E, quando vi as costas do seu grosso sobretudo, perguntei a medo:
-“Isto é sempre assim?”.
-“Não conhece? Parece impossível!”, pasmaram os presentes.

Era um ícone da cidade. Dono de dinheiro e influência, fundamentada em 50 anos de trabalho e prestígio próprio e da família, ali, pelo país e pelo estrangeiro.
Apesar da idade, trabalhava na sua Clínica e no Hospital. Tinha horário indefinido e “por chamada” à Urgência, para ouvir duas frases, pousar as mãos vinosas nos ventres dos doentes e fundamentar as decisões, como quem lê o destino nas vísceras de uma cabra.

Mas, o tempo e algum vício, tinham-lhe roubado as capacidades, e haviam-no transformado num velho temido por imprevisível.
-“Veja no que se mete! Que a sua casa arde por inteiro!”, dizia quem tinha por maior valor a “vidinha”, quando alguém se animava em soluções que lhe impedissem operações ou terapêuticas inusitadas.

Era assim, em 1979, naquele Hospital da Misericórdia com instalações degradadas, recém integrado num SNS que dava os primeiros passos, e onde as carreiras profissionais eram um som muito distante.

Trinta anos é muito tempo? Parecem-me 100 anos!

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Inveja



















Enunciar imperfeições ou enumerar defeitos é o modo mais banal (e cobarde) de invejar. À falta de as pessoas terem coragem para afirmar que se julgam melhores que «este» ou «aquele», insinuam-no, de forma (supostamente) modesta, e, assim, sobressaem sobre eles. Eduardo Sá.

A inveja é a religião dos medíocres. Reconforta-os, responde às inquietações que os roem por dentro e, em sua última análise, lhes apodrece a alma e lhes permite justificar a sua mesquinhez e cobiça a ponto de acreditarem que são virtudes e que as portas do céu se abrirão apenas aos infelizes como eles, que passam pela vida sem deixar outra marca que não seja a das suas mal amanhadas tentativas de amesquinhar os outros e de excluir, se possível for, destruir, aqueles que, pelo simples facto de existirem e de serem quem são, põem em evidência a sua pobreza de espírito, mente e entranhas. Bem-aventurado aquele a quem os cretinos ladram, porque a sua alma nunca lhes pertencerá.
- Ámen – declarava Don Basilio.- Se você não tivesse nascido rico, devia ter sido padre. Ou revolucionário. Com sermões assim até um bispo se prostra contrito.
In “O Jogo dos Anjos” de Carlos Ruiz Zafón

A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento, que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas. Miguel Cervantes

Num lugar onde é semeado inveja, as idéias nascem mortas. Rafael de Oliveira Leme

A minha Anedota Favorita sobre “A Inveja”, contaram-ma como se fosse passada na Rússia.
Um camponês, quando lavrava o terreno, desenterrou a Lâmpada de Aladino. Quando a segurou, viu de imediato sair do seu interior o génio que, agradecido, lhe disse:
- Dar-te-ei tudo o que quizeres, na condição de dar ao teu vizinho o dobro do que tu pedires!
O homem pensou, pensou … e depois de longos minutos, respondeu:
- Quero ficar cego de um olho
!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Escola da Ponte



A Escola da Ponte é uma instituição pública de ensino, localizada em Vila das Aves, Portugal.
Apesar de ser Escola Básica Integrada, lecciona apenas o 1º e o 2°Ciclos do Ensino básico. A faixa etária dos alunos compreende aproximadamente dos 5 aos 13 anos de idade. No entanto, devido à sua filosofia de educação inclusiva, a escola tem alguns alunos mais velhos. Actualmente, a Escola da Ponte conta com cerca de 160 alunos e 29 orientadores educativos.

Para se fazer (o que quer que seja) bem feito, é necessário gosto no que se faz, "Know how" e liderança!

José Francisco Pacheco (1951 - ) - Especialista em Música e em Leitura e Escrita, é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Coordenou, desde 1976, a Escola da Ponte, da qual é idealizador, instituição que se notabilizou pelo projecto educativo inovador, baseado na autonomia dos estudantes.
Em 2004 foi condecorado, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio com a Ordem da Instrução Pública".

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Omnipotência de Deus





As catedrais góticas, onde o mínimo sussurro se propaga, tornam claro, que Deus tudo ouve.
O canto, reforçado pelo poder de ressonância das igrejas, foi provavelmente uma das demonstrações mais convincentes da omnipotência de Deus que a Idade Média conheceu.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Elisabeth Schwarzkopf





Elisabeth Schwarzkopf (1915 – 2006) - soprano alemã.

Canta (Kavatine) da ópera "Der Freischütz" de Carl Maria von Weber (1786 - 1826) - Texto de von Friedrich Kind.

3º acto:

AGATHE
Und ob die Wolke sie verhülle,
Die Sonne bleibt am Himmelszelt;
Es waltet dort ein heil'ger Wille,
Nicht blindem Zufall dient die Welt!
Das Auge, ewig rein und klar,
Nimmt aller Wesen liebend wahr!
Für mich auch wird der Vater sorgen,
Dem kindlich Herz und Sinn vertraut,
Und wär' dies auch mein letzter Morgen,
Rief' mich sein Vaterwort als Braut:
Sein Auge, ewig rein und klar,
Nimmt meiner auch mit Liebe wahr!

Primeiro ... estranha-se. Depois ... entranha-se!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Band of Brothers

"We salute the rank, not the man!" "Nós saudamos o Posto!. Não o homem!"

Do filme “Band of Brothers”, quando o Capitão Sobel, não saúda o Major Winters, um antigo 1º tenente, que lhe tirou o comando da Companhia Easy.
É tempo de guerra e é “tropa”, … mas os códigos na vida civil têm de ser os mesmos, porque “Respeitar o Posto” não tem nada a ver com “Concordar com o homem que o ocupa” .

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Beleza


1: Modelo é uma pessoa que posa ou se exibe para fins de arte, moda ou de outros produtos e publicidade. Nesse acto, não é a pessoa em si nem a sua personalidade que se apresenta, mas um personagem mais ou menos definido pelo director de cena (fotógrafo, pintor, escultor ou desenhador).
A Association of Model Agents (AMA) diz que as modelos devem ter como medidas: 86-61-86 cm e, pelo menos, 1,73m de altura, para se ajustarem ao tamanho 34/36 dos protótipos da alta costura. Para os homens as medidas são 97-76- ? cm, e 1.83m de altura.

2: Toda a movimentação do corpo depende de contracção muscular. Esta acontece de modo voluntário por ordem vinda do córtex cerebral (feixe piramidal), mas o sistema extrapiramidal, que tem origem na substância cinzenta da base do cérebro, é responsável pela postura, pelo tónus muscular, pelos movimentos involuntários e pela modulação dos movimentos voluntários e reflexos.
É ele que dá individualidade aos nossos movimentos.
De algum modo Bom em 1 + Bom em 2 = a Saúde Física.

3: Cultura é o padrão de actividade humana e de estruturas simbólicas que dão a essa actividade significado e importância. Inclui os códigos (modos, vestuário, linguagem, rituais, jogos, normas de comportamento e crenças) que definem as qualidades da alma e do carácter.
Saúde Mental = Bom em 3

4: A linguagem corporal integra estes três parâmetros e pode constituir 50% ou mais da comunicação.

As palavras influenciam a modulação que o sistema extrapiramidal fornece à nossa linguagem corporal.
E é a verdade desta conjunção, o que gostamos de perceber, com os olhos da mente, naqueles que nos agradam.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Atracção pelo Abismo

Zdzisław Beksiński (1929 - 2005) - O artista que visitou o Inferno.

Nasceu na Polónia. Forma-se em arquitectura em 1952 e interessa-se por fotografia, escultura, pintura e gravação.

Um dia foi atropelado e esteve várias semanas em coma e depois de uma surpreendente recuperação, criou uma série de obras onde recreou a sua experiência do Inferno onde, segundo ele, esteve.

Em 1998 morre a sua esposa e em 1999 o seu filho suicida-se. Em 2005 é assassinado com 17 punhaladas.