segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

She



Elvis Costello (1954 - …), nasceu em Londres e canta para o mundo! Não é um crooner mas, nesta interpretação, faz as vezes.

She, May be the face I can't forget, A trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay
She, may be the song that summer sings, May be the chill that autumn brings,
May be a hundred different things, Within the measure of a day.

She, May be the beauty or the beast, May be the famine or the feast

May turn each day into a heaven or a hell~,
She may be the mirror of my dreams A smile reflected in a stream
She may not be what she may seem Inside her shell

She who always seems so happy in a crowd, Whose eyes can be so private and so proud

No one's allowed to see them when they cry
She may be the love that cannot hope to last, May come to me from shadows of the past
That I'll remember till the day I die

She May be the reason I survive, The why and wherefore I'm alive,
The one I'll care for through the rough and ready years
Me I'll take her laughter and her tears And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be The meaning of my life is
She, she, she

domingo, 30 de janeiro de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amorosa




As obras afectam-me sempre. Agora não tenho telefone no gabinete. Por um lado até é bom, por me interromperem menos, mas vou ter de sair sempre que precisar dele, e este corredor, a fazer de sala de espera, não ajuda nada. O que vale é que não é por muito tempo!

Já fiz a maior parte da consulta e, para que não houvesse atrasos, pouco escrevi, mas agora, que só faltam três, vou actualizar os diários. Uma das que está lá fora chegou já tão fora do horário que me vieram perguntar se ainda a podiam registar. Para ser franca, até contava que não viesse, já que são mais as vezes que falta do que as que vem.
Enquanto escrevo, ouço a voz ríspida da auxiliar a chamar a atenção de alguém: - A Sra. não pode entrar por onde quer! Primeiro tem de pedir!, e logo a seguir sinto a porta a abrir para dar passagem a uma cabeça.
É ela! Levanto os olhos e digo-lhe calmamente: - Vai ter de esperar cinco minutos, que eu chamo-a já!, e volto aos processos, mas nova agitação no corredor, apressa-me a ir à porta chamá-la.

Está de cócoras virada para a parede a introduzir o carregador do telemóvel numa das tomadas. Sente-me e levanta-se, enquanto o retira, e se insurge virada para mim, em gestos largos: - Eu quero ver quem é que me paga estas horas de trabalho que estou aqui a perder? Sim, eu tenho de ganhar a vida! Eu tenho que ir para a Amorosa e ainda perco a camioneta! Quem é que me paga a camioneta? És tu? E as horas? És tu? É que aqui, eu estou a perder horas de trabalho!
Parece-me que não está capaz de raciocinar. Chamo-a para o gabinete, ofereço-lhe a cadeira, e, para pôr alguma ordem digo-lhe:
-Ora vamos lá ver. Para começar a Sra. não me vai tratar por tu. Está bem?
Ela olha-me, e sem alterar o ar, responde: - E a Sra. não me vai tratar por “senhora”...!

Pausa! ... A mantermos este registo, vai ser doloroso para as duas. O melhor é aceitar uma negociação, e para baixar os níveis de adrenalina, proponho-lhe: - E ... dona Aurora … pode ser?
-Pode!, condescende, mas de imediato volta à carga. – E esta consulta não pode ser à terça?
-Não! Respondo. – Esta consulta é à segunda-feira há muito tempo, e não vai mudar!
-É que a mim convinha-me à terça, que nós à terça não temos autorização para ir para a rua! E mais, Sra. Dra! Disseram-me que eu, com esta doença, posso ter a reforma!
-Não, dona Aurora. Isso foi há muitos anos. Agora as coisas estão diferentes e só tem direito a reforma quem está muito doente!
-Ainda por cima, com a doença que tenho, ando para aí a passar a doença aos outros!
Depois pára, olha para a porta que deixou semi-aberta, levanta-se para a fechar e na volta diz, em surdina, que me quer falar de um pequeno segredo. Disponibilizo-me.
-Sabe? …. Eu sou homossexual! Ando com outra mulher! Mas não na rua. Tenho uma companheira em minha casa, e queria saber como é que hei-de fazer com ela e ela comigo, para ela não ficar doente!

Sou apanhada de surpresa. Para ganhar algum tempo, pergunto:
-Há quanto tempo vivem juntas?
-Há menos de dois meses!
-Primeiro ela tem de fazer os testes! afirmo, para a ouvir dizer, peremptória, que a outra não tem “nada”.
E para pôr um ponto final no assunto, digo:
- Agora não faz nada! Primeiro vamos ver as suas análises, melhorar essas maleitas que a afligem e depois vê-se! Se não se importa, arregace a manga para vermos as tensões …
... ... ... ... ...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Consulta de 2ª feira


- Sr. Dr.! Eu não me responsabilizo. Já é a terceira vez que na Junta Médica deitam a minha mulher abaixo, e ela não pode trabalhar da coluna. Eu tenho a minha reforma de França e ela não tem nada! Antes com o dinheiro da “baixa”, eu fazia as Farmácias, e olhe que ela toma tantos comprimidos como eu. Agora não sei o que fazer. Já levei relatórios do neurologista, do psiquiatra, do médico de família e eles não ligam, e botam-na abaixo!
Sr. Dr.! Eu, às vezes, estou cá fora, no Centro de Saúde, e começam-me a passar coisas pela cabeça. Se isto continua assim, eu não me responsabilizo pelo que faça!
- Oh Sr. Hilário. Você tem tomado os medicamentos que a psiquiatra lhe receita?
- Todos Sr. Dr.! O Diplexil, o Dogmatil, o Tercian, o Seroquel, o Triticum e o Alprazolan. Tomo esses todos, mais os outros para as outras doenças!

- Você também está a tomar estes? Flindix, Diazepan 10mg, Gliclazida 30, Losartan 50mg, Atarax 25, Betaserc, Lyrica, Ventilan Rotacaps, Seretaide e Isoptin 40? Todos os dias?

- Sim! E a minha mulher ainda toma mais que eu!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O nó cego


Opinião: O nó cego - por António Barreto roubado ao Público de 24/01/2011


O Presidente eleito não vai ter surpresas. Já sabe que país tem e o estado em que se encontra. O Governo e os partidos também não. Sabem o que têm e o que fizeram. E sobretudo o que adiaram. Surpresas, a breve prazo, talvez as tenham os cidadãos.

O nó cego na vida política portuguesa e o impasse na actividade económica e na situação financeira exigem acção. Depois de cinco anos de adiamento e de agravamento, após quase dois anos de suspensão e azedume, já não é mais possível fazer de conta, protestar de modo impotente ou olhar para o lado. O que se segue a esta eleição de calendário não é previsível. Grande remodelação? Coligação tardia? Demissão do Governo? Dissolução do Parlamento? Iniciativa presidencial? Novas eleições? Novos pacotes de austeridade? Chegada do FMI e do Fundo Europeu? Nova intervenção política da Alemanha e da União Europeia? Tudo pode acontecer. Os dirigentes políticos nacionais já quase não são mestres da sua decisão. As grandes instituições nacionais parecem cercadas e incapazes. Tal como estiveram desde as últimas eleições legislativas, há quase ano e meio, à espera de umas presidenciais ineficazes.

Ignorância e covardia

A falta de previsibilidade é má conselheira. Pior: revela a miopia dos responsáveis políticos, reféns de interesses particulares e de instâncias internacionais. Tudo o que podia ter sido feito há anos (coligação de governo, aliança parlamentar, plano nacional, programa de emergência, recurso financeiro internacional, etc.) foi adiado de modo incompreensível, por causa da incompetência, da ignorância, da covardia e da cupidez dos agentes políticos. Tudo terá de ser feito em piores condições e em mais terríveis circunstâncias. Há três ou quatro décadas que a história do nosso país é uma frustre sucessão de adiamentos. O fim da guerra, a democracia, a liquidação das "conquistas" de 1975, a abertura da economia, a revisão da Constituição, a reforma da Administração Pública e da justiça: eis, por defeito, uma breve lista do que fizemos tarde e mal, quando podíamos ter feito cedo e bem.

No rescaldo das eleições presidenciais de 1996, detectavam-se facilmente os problemas políticos mais importantes para os quais uma resolução era necessária e um esforço urgente: a justiça e a corrupção. Nestes cinco anos, essas dificuldades agravaram-se. Justiça deficiente e corrupção alimentam-se reciprocamente e combinam à perfeição com um sistema de partidos e de governo que as tornou indispensáveis à sua manutenção. A Administração Pública submeteu-se ainda mais à voracidade partidária. Alguns interesses económicos, os que mais dependem do Estado e os que menos escrúpulos têm, souberam capturar as instituições públicas e a decisão governamental. Certos interesses profissionais e corporativos conseguiram também, por outras vias, fazer o Estado refém e organizar, a seu proveito, os grandes serviços públicos e sociais. Assim, o Estado perdeu a sua liberdade, a sua isenção e a sua capacidade técnica e científica. É o administrador dos interesses de algumas corporações e de alguns grupos económicos. Por esse serviço, o Estado cobra, para os partidos, uma gabela ou um tributo. A corrupção, em Portugal, não é apenas o pagamento ilegal feito para obter vantagens públicas. É um sistema, frequentemente legal, de cruzamento de interesses e favores, de benefícios e vantagens, ao qual ninguém, nos superiores órgãos de poder político, parece querer realmente colocar um travão. Fora dos órgãos de poder político, só a justiça poderia ser, em teoria, um freio e um antídoto a este sistema. Acontece que a justiça se transformou também em parte integrante deste sistema. A sua ineficácia ainda é o menor dos males. Bem pior, na verdade, são os protagonistas e os principais activistas do sistema judiciário (conselhos superiores e sindicatos) que pretendem agora, explicitamente, uma maior fatia dos proventos económicos e do poder político.

Democracia em perigo

O Governo, refém interna e externamente, administra a democracia como quem preside ao saque do Estado: na economia, satisfaz, para além das exigências do país, os interesses económicos; na sociedade, distribui, mesmo sem os recursos necessários, a protecção social. Enquanto houve crescimento económico, rendimentos e crédito externo, o Governo e os seus partidos alimentaram a democracia com aquela distribuição, compatibilizando assim as mais absurdas, socialistas e sectárias políticas sociais de saúde, educação e segurança social, com as mais predadoras e vorazes iniciativas capitalistas. Este mundo improvável acabou. Os recursos financeiros esgotaram. O crescimento económico estagnou. O crédito evaporou-se. Pela primeira vez, em trinta anos, a democracia portuguesa está em perigo, porque perdeu os seus instrumentos favoritos. A nossa democracia ligou-se perigosamente aos favores concedidos e à demagogia providencial. Sem esquecer o facto de que a confiança nas instituições políticas, públicas e judiciárias, essencial à liberdade, estiola.O clima é mais importante do que o raio de sol ou o aguaceiro de passagem. Criar riqueza e favorecer o investimento é essencial, mas tal não se fará sem um novo enquadramento geral. Decretos e truques de cartola nada resolvem, sem a confiança dos cidadãos e dos agentes económicos. Sem certeza e estabilidade, as intenções e as oportunidades são miragens. Sem lealdade legislativa, ninguém, cidadãos ou empresas, pode planear as suas actividades. Uma boa estatística, que inebria os medíocres, será sempre contrariada pela seguinte, bem mais cruel.

Portugal parece não estar dotado das instituições políticas, dos órgãos de poder, de partidos políticos e de dirigentes à altura de resolver alguns dos problemas essenciais do presente. O processo político português está de tal modo feito que tudo contraria os esforços políticos para reordenar a vida pública e encarar de modo duradouro as necessidades de emergência. As soluções encontram-se na relação entre sociedade e responsáveis políticos, não mais em golpes de sorte partidários, em personalidades impolutas ou em arranjos de gabinete. Com perícia e responsabilidade, as soluções serão graduais e pacíficas, mas rápidas. Sem o que, bruscamente, nada de bom resultará. Impõe-se uma paz partidária, nem que seja apenas entre alguns partidos. E é necessária uma trégua social honesta e equilibrada. Sem abdicar da sua autonomia, patrões e sindicatos precisam de encontrar um ponto de entendimento sem intervenção dos partidos.

Portugal em 2016

As peripécias, os acidentes de percurso, o carácter de algumas individualidades, a futilidade de tantos comportamentos políticos e a inutilidade das declarações públicas continuarão a ilustrar o roteiro da nossa jornada futura. Mas é possível detectar, indelével, sob a espuma do efémero, o percurso principal.

Dentro de cinco ou dez anos, Portugal poderá ser governado de modo diferente. Com mais ou menos democracia. Em completa dependência do estrangeiro ou com uma relativa autonomia. Com graus de corrupção pelo menos controlados ou na submissão a uma partidocracia insaciável. Com novos partidos, novo sistema de governo e um regime diferente. O governo de maioria poderá ser a regra, mas a deriva minoritária poderá prosseguir. O regime parlamentar ou presidencial poderá substituir este arremedo que nos rege, fruto da invenção delirante de juristas medrosos e académicos sem visão da realidade. As eleições poderão ser nominais, mas a ditadura dos partidos poderá também manter-se no alheamento do soberano e dos direitos individuais. Os dilemas são estes. Inelutáveis. Mas as escolhas são nossas. Pelo menos em parte.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Barcarola



Soprano Irina Iordachescu, Mezzosoprano Cristina Iordachescu.

A Barcarola é um estilo de música cantada pelos gondoleiros de Veneza, ou qualquer música criada nesse estilo. Tem habitualmente um compasso 8/6 ou 12/8 para simular o movimento do barco em movimento através das ondas, ao ritmo do remo do gondoleiro.
... dos Contos de Hoffmann, de Jacques Offenbach (1819 – 1880).

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ahhhh!


- Por favor, conte outra vez, que eu não entendi bem! O seu marido foi observado em Psiquiatria e teve alta, e a Sra. trá-lo de novo para a Urgência?
- Sim Sr. Dr.! O psiquiatra observou-o e deu-lhe alta com uma receita, mas ele logo que entrou na ambulância para voltarmos, começou a insultar-me e aos murros comigo e eu assim não o posso ter em casa. O bombeiro ainda foi lá dentro falar com o médico, mas ele manteve a alta. Sr. Dr.! Eu assim não o levo, que ele da última vez quase me matava!
- Ahhhh!

- E há quanto tempo é que sofre da asma?
- Sei lá, talvez desde os quinze anos. A minha mãe levou-me a um homenzinho para os lados de Braga, que me fez uns testes e disse que era alergia. Isso foi, … há uns seis anos!
- E esse “homenzinho”, como lhe chama, era médico?
- Sim!
- Ahhhh!

- Mas, de acordo com os registos, o neurologista já observou o seu pai!
- Sr. Dr.! Eu estive sempre ao pé dele e o neurologista, enquanto aqui esteve, não se chegou a nós.
- Tem a certeza que o conhece?
- Sim!
- Ahhhh!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Carta aberta a Fernando Nobre


Meu caro Fernando:
Tudo se prepara para o Cavaco. Estás no país errado, à hora errada, e nem os pobres te entendem! Confesso que eu próprio questiono a tua capacidade para ter mão nesta nau, onde os rombos surgem de todos os lados e os marinheiros não sabem onde é bombordo. Depois há os piratas, a falta de vento, o Adamastor já ali, e tu sem um Bartolomeu Dias a abrir caminhos.
Pensa bem e vais ver que é melhor assim. Ias dar o peito por um povo onde rareia a consciência colectiva, e que ignora equilíbrios e qualidade, e que mede tudo pelo muito.
Talvez daqui a três gerações (se houver alteração das condições de vida e da cultura subjacente) tivesses público. Mas não te zangues! Diz como o Nietzsche - “há homens que nascem póstumos!” e continua, porque o teu futuro não é na presidência, enquanto o individualismo for a bandeira de todas as nossas religiões.

Depois há “os Partidos e clientelas” que te iriam infernizar a vida, se te pusesses a defender os pobres e quem acrescenta ao que recebe. É disso que o Cavaco fala quando diz que é o garante da estabilidade, e tem razão. Ele representa mais de 50% dos votos que o elegem (os outros 50% trauteiam a música, sem saber a letra), porque esses acreditam no modelo do “fura-vidas” e do "vale tudo" para mexer as agulhas com que o país se cose.

Fizeste uma campanha fraca, mas não inútil. Alertaste para a necessidade de inverter políticas, e para os riscos de voltarmos a um novo PREC com “poder na rua”. Foste pouco motivador, como que a sentir que a malta do dinheiro que cerra fileiras à volta do Cavaco te podia puxar o tapete.

Deixa lá! Mantém-te na reserva. Faz exercícios de colocação da voz, para que a emoção fique sempre abaixo das cordas vocais e vai dando notícias, que há mais vida para além das eleições!

Um abraço!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Declaração de Voto



Pois é! Todos dizem que vais ser tu a representar os portugueses, mas por favor, tira-me da tua lista.
Pareces-me um fado triste de xailes negros e vozes roucas a escoar esperanças nos bordões de uma guitarra, e não me convenço que o teu Palácio de Belém (a sorver fundos superiores aos do Rei de Espanha) possa ajudar no que quer que seja.
Representas quem faz do lucro o seu objectivo, e és pouco atento na promoção de condições para que as Instituições do Estado sejam eficientes, fingindo não entender que há um grupo que as sorve o mais que pode, para assim garantires o seu apoio político.
Vejo-te como um “homem de um só livro”, incapaz de um golpe de asa que fuja às estritas regras do dinheiro, e que recusa a paternidade dos monstros que ajudou a criar, como BPN e outros subprodutos do cavaquismo, onde incluo as auto-estradas onde só os ricos vão poder andar.
És, de facto, o garante desta estabilidade política onde os poderosos se acomodam à sombra do Estado em Parcerias Público Privadas e tentam escorraçar os funcionários públicos, apontando-os como causa do défice, mas não te acho capaz de garantir estabilidade social no futuro próximo.

Não te queria isento de erros, que és humano, mas essa de se ter de nascer duas vezes para ser mais honesto que tu, é sinal de que o teu circulo de referência está muito limitado à Urbanização da Coelha, e isso não abona muito em teu favor.

Dizem que não há alternativa, mas quero que saibas em primeira-mão que, se ganhares, escusas de agradecer. Guarda lá o teu dinheiro, entretém-te como puderes, mas não te esqueças que, mesmo não votando em ti, vou ser obrigado a pagar parte das tuas contas, pelo que espero que reduzas aos assessores, desligues as luzes à noite e ponhas a Maria a fazer parte do trabalho doméstico, que isso de empregados para todo o serviço foi chão que deu uvas!

Adeus

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As cinzas do Carlos Castro


Eu já vi um porco a andar de bicicleta, o senhor Vidal a ler o Expresso, mas enfiar as cinzas de um ente querido por um bueiro sob os holofotes da Comunicação Social, confesso que me espanta!
...
Que mais nos reservam os prodígios do futuro!?

domingo, 16 de janeiro de 2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

Uma Cheia no Zêzere




















Este texto é mais um daqueles que o meu
avô escreveu e que eu, com "ousadia de ignorante", me atrevo a uma versão, para lembrar esse tempo em que as calamidades eram diárias.


Quando o Zêzere se enfurecia e saltava as trincheiras do seu estreito leito, era um touro investindo contra a trincheira do Tejo que o oprimia, e as águas de Albarracim quase se suspendiam, represadas num grande lago, que se escoava encostado aos salgueiros, como um burguês a atravessar uma ruela em dia de romaria. Nem Caronte ousaria dobrar aquele cabo das Tormentas que se formava na foz do rio lusitano.
Mal das plantas sem raízes bem seguras. Nateiros ubérrimos apareciam e desapareciam como mágica. Terras produtivas, onde antes se empenachavam milheirais e graciosas tangerineiras a reluzirem entre a folhagem verdoenga, emergiam desventradas, acabadas estas fúrias, só com a ossatura degradada à mostra. Terrenos áridos, onde outrora só medravam nalguma cova, tramagas raquíticas ou reduzidos canteiros de grama, eram recobertos por grossa camada de lodo, que se ajustava ali tão bem, como um casaco nas costas de um janota. E neste rodopiar de rapa, tira, põe e deixa, surgia, às vezes, nestes oásis, uma oliveira, que na primavera seguinte continuava a sua vida esquecida do puxão que o rio lhe dera nas raízes.



O Salvador cruzara os braços sobre a mesa medalhada pelos copos, e com o queixo pousado sobre as mãos, observava a bisca de nove dos camaradas. Ainda a meio da jogatina, já resfolegava num sono tão ruidoso, que o baralho vibrava como um harmónio.
O Calhaz, irritado com aquele bufar e com o olho vivo do Alqueirão a espreitar à sorrelfa a carta que se arqueava, socou a mesa com tais modos, que o Salvador ao acordar bruscamente, desmanchou o baralho com os braços.
-Raios partam o homem, mais as habilidades dele!, resmungou, tentando segurar a mortalha que lhe caía do beiço. -Ganhava dois jogos! Tinha manilha, às e três trunfos!, e levantou-se embezerrando a sua cara de Eduardo VII, enquanto aquele, depois de esfregar os olhos com as costas das mãos e de olhar ao redor da Taberna da Ana Casimira, gaguejou sem saber nem poder explicar-se: -Que raio de sonho! E eu que tenho tanto azar quando sonho assim! Sonhei que o meu pai, que Deus haja!, e levantou o barrete, mostrando as melenas emaranhadas na varanda da testa, - Vinha a boiar rio abaixo, envolto em enguias grossas como punhos, inchadas de tanto mamarem! Uma delas, com uns olhitos vermelhos, muito saídos, preparava-se com o focinho agudo para lhe entrar pela boca aberta, onde só havia um dente de ouro!
-Isso é que era uma festa para as enguias, ó Salvador! Era como se nós matássemos uma cabra e a estivéssemos a comer à vista dos chibatos!, gracejou o Alqueirão enquanto esmigalhava na cova da mão uns restos de charuto. -Reza-lhe por alma, que é o que ele precisa!
-E eu que logo de manhã vi o maldito cabril sobre o telhado a saltitar de telha em telha. E a minha mulher disse-me: Temos morte na vizinhança! Sempre tive agouro com o raio do pássaro!, rematou, ainda envolvido nas superstições.
-Deixem-se de cantigas!, retorquiu, mal humorado, o Calhaz, atando o baraço para segurar as calças. - O cabril é um pássaro como os outros. E quem se fia em sonhos, tem falta de entendimento! Toca mas é a andar! Que hoje temos de levar o milho ao dono!
-O quê? Com um temporal destes?!, protestou o Alqueirão embrulhando-se mais na japona negra que o transformava num esbirro do Santo Ofício.
-Para baixo, todos os santos ajudam!, argumentou, solene, o arrais.



Eia! O que aí vem!, exclamou o Cacilhas para o pai, suspendendo a caminhada. – Voltemos para trás e vamos segurar melhor o abringel, que o rio vem cheio de farroncas!, e dando uma reviravolta ao guarda-chuva de barbas de baleia, que os abrigava, assestou-o como um D. Quixote, contra a chuva que os enroscava.
Ouvira já o sussurrar do Zêzere lá ao longe, na Escorrega, sussurro que se perdera depois nalguma curva, para depois aparecer mais vivo e perto e começar de novo a soar como o chocalhar de muitas matracas.
-Este rio, com uma mijadela de gato, põe-se assim!, disse-lhe, imitando-lhe a corcova, quando um aguaceiro mais violento os impelia contra a parede. Além, cruzaram-se com o Barbisco a oscilar sob o peso de um barril que trazia sobre o ombro, e à porta do Couve-Velha pararam para lhe ouvir os lamentos do prejuízo que o rio tinha causado na madeira levara. Já longe, disse o pai, entre dentes: Tenho pena, mas é dos pobres! A cheia é como o Zé do Telhado, tira aos ricos e dá aos pobres!
Na verdade a cheia era uma cornucópia para esta gente. A madeira e outros despojos que cabriolavam rio abaixo, ficavam à mão de semear entre os arvoredos, como um foro que eles cobravam anualmente ao rio. Não havia cães de guarda, feitores ou donos de quintas, nem tão pouco muros nem portões. Tudo ficava ao Deus-dará.

….

Já não havia mais dilações para os moradores da parte baixa da vila. Na madrugada já as águas fariscavam pelas embocaduras das ruas e becos.
Nas tabernas e armazéns um lufa-lufa de gente esgatafunhava todos os cantos. Despiam-se prateleiras, enchiam-se cabazes e caixotes de garrafas, despejavam-se tonéis para barris e cascos mais pequenos, fazendo–os rolar com rumores de trovoada. Desaparafusavam-se balcões, armários e as portas dos seus gonzos. Homens corcovados transportam sobre o dorso objectos volumosos para a rua de Trás-da-Igreja, para os por a salvo da investida das águas, deixando para trás todos os recantos e esconsos a patentearem a sua velhice e sordidez, num chocante abandono de lojas nuas e portas escancaradas.
O silêncio sombrio do rio ia transformando em casarões decrépitos os prédios setecentistas, com soalhos apodrecidos e janelas sem caixilhos, contaminando de tristeza quem ali passava, sem contudo atormentar a maioria dos moradores, pois das casas habitadas saíam, a tempos, gargalhadas e cantigas.
A Garcelha, com as ninhadas de frangas já a pedirem galo, acabava de deixar o tegúrio entregue às ratazanas e ao enxovalho do rio e partiam com os restos das bugigangas, meneando as ancas e enchendo a rua com cantigas de despedida ao velho prédio, que deixavam de goelas escancaradas e olhos vazados.
Mais adiante a Perdida, a chocar outro parto gemelar, e sempre de galo vadio, rouquejava o seu estribilho predilecto: -Oh! Rapazes, isto é que é gado! Parecia o homem dos sete instrumentos. Sobre a cabeça um grande alguidar vidrado onde espreitavam garrafas e bicos de almotolias, debaixo de um braço um cântaro e às cavalitas o último rebento dos seus loucos amores. Os outros pintainhos, molhados até aos ossos, rodeavam-na carregadinhos conforme as posses como a afirmar o adágio de que o trabalho dos meninos é pouco, mas quem o não aproveita é louco.

...

Os barcos acompanhavam a enchente e abrigavam-se entalados nas ruas cochilando contra o muro dos quintais como uma armada prestes a assaltar a vila.
-Eh Zé, acorda que são horas!, clamou o Alqueirão por debaixo do oleado, gatinhando por cima dos sacos de milho que lhe tinham servido de colchão, em direcção à proa. Espreguiçou-se, pegou na garrafa de aguardente, bocejou, bebeu três goladas, limpou os lábios com as costas da mão, fez um AHH!, e disse:
-Que raio de tempo! Tu ontem sonhaste com o cabril e eu fartei-me de comer uvas brancas esta noite!
-São lágrimas!, respondeu o camarada, novamente crucificado pelas superstições. Arregaçou as calças, saltou para a margem e meteu-se pela água espumosa para desatar a embarcação.
Àquela hora, nas ruas e becos da parte baixa, já inundada, ainda era cedo para as comadres observarem das janelas o vaivém das ressacas. O Excomungado, um pirata do rio, era o primeiro a passar ali com o seu abringel carregado de madeiras, abóboras e tronchudas. E, enquanto remava, dava a novidade: - A canoa do Zé Coimbra escangalhou-se contra os pilares da ponte. Foi uma sorte não levar ninguém!

O rio tinha uma sonoridade mais forte contra os pilares da ponte. Era um sorvedouro abísmico, que fazia tremer o mais ousado só de olhar para aquela torrente entrançada que fugia embaraçando-se nos obstáculos e desfazendo-se em turbilhões de massas pardas como lavas na cratera de um vulcão.
-Isto agora vai num rufo! Daqui a uma hora estamos lá!, afirmou o Calhaz, enquanto fazia fica-pé e empurrava a proa do barco com as costas.
-O raio é o nevoeiro que se está a formar!, emendou o Alqueirão, afugentando o cão que saltava e gania em volta do seu abringel, em ânsias de navegante.
O nevoeiro tombava pesadamente sobre o Tejo, como se um carreamento de mármore lhe tivesse tapado o seu leito, ameaçando soterrar a vila.
-Isto passa! Nós não somos fidalgos! Temos de ganhar o pão com o suor!, disse o arrais, segurando firme o leme do barco que seguia célere a baloiçar sobre a corrente impetuosa do Zêzere, e que ao chofrar-se com as águas do Tejo se empinou como um cavalo assustado, para depois numa reviravolta, apanhar a corrente de feição e furar pela serração compacta, enquanto o cão, na margem, uivava baixinho com intermitências, como um dobre de finados.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Viagens na nossa terra















- Sra. Maria.! Porque é que a levaram à Urgência?
- Sr. Dr.! Eu não fui à Urgência. Fui a uma consulta ao Centro de Saúde. De lá enviaram-me de ambulância para outro sítio, onde outro médico me enviou para aqui. Deve ter sido engano. Devem-me ter confundido com outra!
- Olhe que não! A carta do médico do Centro de Saúde diz que a sra. estava muito mal, e a carta do outro médico do Serviço de Urgência Básica parece confirmá-lo!
- Sr. Dr.! O que eu tenho é as pernas tolhidas e custa-me muito andar. Saí do Lar depois do almoço. Já passa da meia-noite e ainda ando por aqui! Por favor, mande-me para casa!
- D. Maria! Não está ninguém consigo?
- Não, Sr. Dr.! A senhora do Lar ainda foi comigo ao outro médico. Mas ela tinha a vida dela, e quando me mandaram para aqui, não me pode acompanhar. Mas disse que ia telefonar!
- Pois é! Tirando os ossos e o coração um bocadinho fraco, a senhora, apesar dos seus 94 anos, parece bem, e as análises confirmam-no! Tem a certeza que não se sentiu muito mal quando estava junto dos médicos que a viram?
- Não sr. Dr.! O meu mal são as pernas! Custa-me andar!
- Deixe lá, que hoje vai viajar mais de 180Km e leva que contar!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Também está bem!














Quando ouço a vontade de destruir o estado social, que entendo ser o único processo de garantir a estabilidade de uma nação, contra o arbítrio de uma economia fundamentada no lucro, vêm-me memórias que não têm nada a ver com políticas, mas com posturas dos profissionais do Estado.

A história passa-se num Serviço de Urgência de um Hospital do SNS em finais dos anos 80, e tem por intervenientes dois médicos. Um em início de carreira, preocupado com o bem-estar dos doentes e outro mais velho, com funções de chefia, preocupado unicamente com o número de doentes em macas num corredor cronicamente atafulhado.

Numa dessas macas está uma jovem mulher, que se queixa vivamente de uma dor de cabeça, o que desperta uma jovem médica para a ir observar, ignorando que ela já tinha sido avaliada pelo seu colega mais velho.
Já quase no final do seu exame físico, a médica ouve-o dirigir-se-lhe com ar autoritário, informando-a: “Essa doente é para ter alta e ir embora. É tudo do quinto andar!”, tentando assim explicar as queixas como dependentes de qualquer estado de ansiedade, coisa que só poderia ter essa interpretação por quem, com qualidade, tivesse excluído todas as outras possibilidades, o que não era o caso, pois o médico em questão, na prática recente, nunca provara interesse ou competência.
O diagnóstico dela era o de um processo neurológico agudo, a merecer exames auxiliares num Hospital Central, pelo que lhe respondeu: “Dr.!, Pode ser do quinto andar, como lhe chama, mas não é para ter alta! É para transferir para um Hospital que tenha Neurocirurgia!”
E em resposta ouviu: “Também está bem!”

É este o actual estado de coisas no país. “Também está bem!”. Defende-se hoje uma solução e amanhã outra porque não há brio profissional e nada tem consequências. Também as chefias abdicam de impor qualidade, pois frequentemente foram tomadas de assalto por quem pactua com uma solução e com a sua contrária, a coberto de “urgente necessidade de implementar políticas” ditadas por não se sabe quem, nem para quê.

Também está bem!. Ou tem alta, ou vai transferida!. Também está bem! Desde que vá daqui para fora, tudo está certo. Se morrer! Também está bem! Se se curar, melhor. Também está bem!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Comunicação



“Não é o vento que dita o êxito do barco à vela, mas a forma como se põe a vela do barco ao vento!”


Retirado daqui!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Carta fúnebre a Carlos Castro
























Morreu aos 65 anos, assassinado e sexualmente mutilado pelo seu amante de 21 anos.

Foste o grande promotor do glamour sintético das revistas dos quiosques e contribuíste, com o futebol, para a conversa da treta nos espaços públicos.
Moldaste a vida para que se falasse de ti e daqueles que apostam no “irreality show” e foste um criativo desse circo que formata o gosto das meninas dos shopping e afins, onde o insólito de feira embasbaca a populaça e esconde a aridez da ignorância.
Agora com o teu mundo nas primeiras páginas, todos procuram os flash e aqueles segundos decisivos para uma carreira na prestidigitação do supérfluo que serve de encobrimento aos negócios, que o público, aplaudindo licita.
Eu não vou sentir a tua falta, pois não admiro nem o estilo nem as paixões, mas a sociedade precisa de espectáculo, mesmo que ele seja sórdido e crie monstros ou vazios tão grandes que sorvam jovens na ilusão de risos e de amores assépticos.
Parece que foste inábil nesta tua última paixoneta, pois não te hão-de faltar culpas em tudo o que aconteceu, ao iludires o jovenzito com as facilidades que o dinheiro dá. Mas o “show must go on” e quem te seguir irá sorver esse espaço onde as feras se trucidam por um segundo de glória e morrem se esquecidas.
Repousa em paz, que eu espero para mim um céu sem flashs, nos teus antípodas.


Adeus!

sábado, 8 de janeiro de 2011

O rolhão


Sr. Dr.! Não volto àquela Clínica! Fui lá por causa de um rolhão de cerúmen e acabei por fazer um audiograma e um TAC ao ouvido. Aquilo é um engana meninos! Dr.!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ventilação não invasiva



Quem trouxe a Sra Olímpia?
Foi a VMER! A cuidadora chamou o 112 quando a encontrou caída na cama. Tem 83 anos e tem um sindome de hipoventilação/obesidade. Vive só há mais de 10 anos e desde Abril que não sai da cama por estar vinte e quatro horas por dia ligada ao Oxigénio e ao ventilador.

E fica sozinha à noite?
À noite e em grande parte do dia, que as duas ajudantes familiares, só lá vão para a higiene e refeições. A que avisou foi lá às cinco da manhã e encontrou-a bem, e quando lá voltou às dez, encontrou-a "a espumar" e "frustrada", sem dar acordo de si.
E não tem família?
Tem um filho em Lisboa que raramente cá vem. Vive da reforma e de uma pensão de alimentos do companheiro que faleceu. Mas ainda ontem estava no seu normal a ver televisão, na sua cama articulada com colchão anti-escara.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2ª carta ao Paulo



Então Paulo! O que é que te deu? Entravas por aqui a qualquer hora, saías quando querias sem uma “boa-noite” ou um obrigado, e agora dizem-me que foste tu quem matou a idosa em Lanheses!?
Sempre me pareceste incapaz de levantar as mãos acima dos ombros para qualquer tarefa, quanto mais para arrombar uma porta e entrar pela casa adentro e agredir tão violentamente alguém a ponto de a matar! Confesso que não te imaginava nesses preparos! De roubar, não me admiro, por te saber marginalizado pelos teus e sem apoio da Segurança Social. Mas de matar, custa!
Também, pensando bem, o que é que perdes por ir para a cadeia? Nada! Vais ter médico para a “bronquite”, remédios e comida de graça … e … a horas, cama lavada, corte de cabelo de vez em quando e, com sorte, até um pouco de droga para matar saudade e um parceiro à tua medida, para te contar histórias que te façam voar o pensamento.
Pena é, que não tenhas feito outro tipo de crime, mas nos tempos que correm está difícil ser preso, sem ser libertado no dia seguinte, e lá terias de esgravatar as sobras de uma refeição alheia, ou bater pela enésima vez à porta do hospital. Roubar já não dá essa garantia! Dar uns murros, igual! Sobrava-te a violação e o assassínio, já que não te vejo a elaborar planos para crime mais complexo.
Queres um conselho? Arranja uns ventilões e tem-nos sempre à mão. É melhor que nada! Assim, se o carcereiro se distrair e não to der a horas, vais bombando para que não acordes com o céu da boca gelado.
E conforma-te com a vida que te saiu em sorte: pobre, cigano e toxicodependente.

És um bom exemplo de que vale mais ser rico e ter saúde, que ser pobre e estar doente!

Adeus!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Yuppie



"Yuppie" é uma derivação da sigla "YUP", expressão inglesa que significa "Young Urban Professional", ou seja, Jovem Profissional Urbano.
Pretende definir os jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente da classe média/alta com pouca formação universitária, obcecados pelas modas e pelo individualismo, que a revolução tecnológica dos últimos trinta anos promoveu.
Abraçam uma profissão com o único objectivo de “realizar dinheiro”, e levam tudo à frente para obter os ícones de sucesso social (residências, sofisticados automóveis e aparelhos tecnológicos, desportos de elite, …), numa competição constante para não perderam a “crista da onda”, que os impede de ter outra visão da vida, para lá dos limites das suas carreiras, onde sacrificam as famílias e aqueles que avidamente exploraram.

Na versão portuguesa, há várias cores.
Hoje, para estar "a 140%" vai a versão Laranja!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

sábado, 1 de janeiro de 2011

Um tratado























É um livro que ajuda a entender como se organizou a nossa sociedade nos últimos anos, e que avisa para os perigos futuros se o pragmatismo prevalecer e nos mantivermos dirigidos por políticos que não acreditam em qualquer conjunto coerente de princípios, e para quem tudo o que é “legal” é “moralmente aceitável”.
... e também fala da importância do Estado para conter o "cleptocapitalismo", ... desde que não seja tomado de assalto por ele, como nos dá exemplo a deputada brasileira Cidinha Campos!