Quando adolescente, fui impregnado pelos filmes que corriam na TV e no
cinema, a maioria oriunda dos Estados Unidos. Era o Zorro e o seu amigo Tonto a
perseguirem assaltantes de diligências, o Mandrake com sua hipnose instantânea a derrotar
o crime urbano, os cowboys que vinham do nada e caminhavam em direcção ao sol
poente depois de terem resolvido injustiças que tardavam nas cidades do farwest,
era o Clark Kent transformado em Super-homem a voar por entre os arranha céus
de Nova York, eram os detetives vestidos de informalidades a dar conta dos
casos mais intrincados. Todos eles no centro de tudo, sem se sentir o peso de
qualquer organização ou instituição que lhes estivesse a facilitar as acções.
Eram indivíduos a fazer a História, a solo.
O que a vida me ensinou é que são as organizações e instituições que criam
os heróis e quem manda no mundo é quem as lidera e que raramente (ou nunca)
surge na linha da frente (o que não é desprimor).
Os heróis são "hot spots" de estruturas organizacionais, constituídas por pessoas competentes, unidas por projectos liderados por dirigentes de qualidade. Não há espaço para os "lonely cowboys without familly or friends " neste mundo cada vez mais complexo, onde o trabalho em grupo é fundamental.
Os "heróis" são figuras destinadas a morrer heroicamente ou, se
continuarem vivos depois do “feito”, tendem a ser "minorados" quando
o tempo de divulgar as suas fragilidades chegar e se "descobrir"
que "afinal" não são deuses. Sejam eles políticos, cientistas,
"influencers" ou "salvadores da humanidade" vão necessitar
de alguém que os reabilite, se necessário, acrescentando pontos ao conto, para
que o “público em geral” os tire do inevitável esquecimento.
Cristo teria sido apagado da história, não fora Paulo de Tarso ter cidadania
romana e competências sociais para juntar pessoas debaixo da bandeira da igualdade entre os homens. Maomé não foi de intrigas e conquistou
pelas armas a máquina para divulgação do seu pensar. Os Judeus construíram uma
rede de malha bem fechada, onde só se entra muito bem escrutinado. Os Maçónicos
copiaram-nos com 1500 anos de atraso, razão pela qual os judeus, que representam
cerca de
0,2% da população mundial, ganharam 22% dos Prémios Nobel, 20% da Medalhas Fields de Matemática, 67% das Medalhas John Clarke Bates para economistas com menos de quarenta anos de idade e 38%
dos Óscares para Melhor Realização Cinematográfica e dos Maçónicos não se fala.
Hoje, quem hoje tiver veleidades de “herói” tem de cuidar das suas competências sociais para poder criar ou poder integrar um grupo capaz
de construir um bom projecto, que financiadores não lhe irão faltar.
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