domingo, 24 de maio de 2015

Violência no Futebol



Embora veja alguns jogos na TV, não penso vê-los ao vivo, pelo temor que tenho por ajuntamentos de “adeptos”, sejam eles de clubes de futebol ou de facções políticas ou religiosas. Antevejo-lhes comportamentos imprevisíveis, significativamente diferentes do que cada elemento tomaria. Há anos que entendo o enxame como um animal “disperso” e desvalorizo as abelhas.
Custa-me admitir que 25 pessoas a correr atrás de uma bola, num rectângulo de 90 metros de largura por 120 de comprimento, possam levar um cidadão civilizado a comportamentos marginais, ao ponto de pôr em risco a vida de centenas de pessoas e que para o evitar seja necessário mobilizar grandes recursos públicos.

Os recentes casos de Guimarães e Lisboa, associados à vitória do Benfica no Campeonato, dão que pensar, principalmente quando a política e o futebol andam tão associados como neste país autoproclamado do primeiro mundo.
Mas o mais triste é ver a comunicação social triturar (e o Marques Mendes, do alto da sua cátedra, apelidar de “brutamontes”), um desgraçado de um polícia que se descontrolou, depois de muitas horas a fio a conter esse animal feroz. Oh Mendes! Gostava de ver ali o teu “31 de boca”!

Eu reconheço que, quando me puseram em situações que excediam larga e demoradamente a minha capacidade e recursos, nem sempre optei pelas melhores soluções e que feri quem não merecia, só porque estava ali no minuto errado.
Por isso, mesmo sem conhecer o dito polícia e sem saber o despertou aquela ira desmesurada, considero a bastonada um “efeito lateral” e, como não houve mortos nem feridos graves, proponho a resolução do caso com um simples pedido de desculpas, seguidos de um copo de verde a acompanhar uma broa com chouriço de S. Lourenço da Montaria, tomados ao balcão de qualquer tasca da região, já que essa coisa dos inquéritos, processos e tretas só nos vai mostrar gente em bicos de pés, que não irá actuar sobre a essência do problema, que está na alienação pelo futebol - o tal "pão e circo" - política dos antigos romanos, que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a sua insatisfação com os governantes.

2 comentários:

jarra disse...

... percebo que o teu post esteja sem comentários.
O meu comentário é : "sem comentários" !

PS - está na altura de trocares o verdão com muito colorau de S. lourenço, por iguarias mais civilizadas!

capitão disse...

Caro Jarra:
A intenção do texto é ser "inclusivo" com os policiais, admitindo-lhes o direito ao erro.
Quanto aos meus hábitos gastronómicas, e para uma eventualidade, raramente bebo verde e muito menos "verdão" e o "S. Lourenço", só o uso pelo aroma e nunca lhe dei o destino do diácono.

PS: Não tenho amigos na Polícia