sábado, 6 de junho de 2015

CO2



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não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
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Como gostava de ter esta piedosa bonomia de Rómulo de Carvalho, em vez do fel que me revolve quando encontro gente desta em lugares de alguma relevância, estejam eles atrás de uma secretária “a cumprir ordens” ou em lugares decisórios, só porque o “sistema” promove quem “cumpre” e pune quem questiona.
Nos últimos 100 anos, o automóvel tomou conta do mundo - contabilizam-se 1 para cada 10 pessoas. Dão uma nova medida ao tempo, facilita-nos o transporte, o lazer e são ícon de sucesso e de “poder”.
Tantas são as suas vantagens, que as cidades se alteraram para lhes dar privilégios, sacrificando os espaços públicos e o estar de quem os não possui.
Sob a sua égide, tudo passou a ficar longe, para ficar “perto”. Dificultou-se a actividade do comércio de proximidade, das escolas de bairro, das pequenas fábricas e criaram-se Centros Comerciais, “Mega Agrupamentos Escolares, Parques Industriais e grandes Centros Hospitalares, onde a maioria chega individualmente motorizado, libertando CO2 para a atmosfera.
Bem fala frei Tomás e o punhado de gente de ciência que se alerta com as consequências do aquecimento global, que as políticas não se alteram para que seja possível viver fora da sua dependência.  
Não é fácil, principalmente quando 10  “AutoEuropa’s” equivalem o nosso PIB e quando o “bem-estar” de muitos países depende das indústrias associadas ao petróleo e ao automóvel, mas, não iniciar passos que valorizem a proximidade, o comércio e as escolas de bairro e as pequenas indústrias e se dêem fortes incentivos ao transporte público, é construir para destruir, porque o futuro não fica desse lado. Disse-mo Carl Sagan, Albert Arnold e o Papa Bergoglio, e eu … acredito.
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Quanto à “Indústria”, há que desenvolver a possibilidade de capturar o CO2, antes de ele ser enviado para a atmosfera, e armazená-lo em bacias carboníferas «nos poros do carvão», injectá-lo em aquíferos de água salina, não potável, ou em jazidas de petróleo (uma medida já utilizada no Mar do Norte, pela Noruega, e nos Estados Unidos).
Temos um trabalho ciclópico pela frente e mantemo-nos parados à espera de que os U.S.A. ratifiquem o Tratado de Quioto, para então deitarmos abaixo e começar "direito".


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