segunda-feira, 1 de julho de 2019

29


Nesses dias de muitos amigos, de futebol em qualquer espaço e de corridas a ver quem era o último, a alma não tinha poiso. Ia-se à Escola sem o objectivo do conhecimento, mas tão só o de "passar de ano", para que não questionassem o tempo que queríamos para todas as brincadeiras.
O entendimento do mundo estava muito para além do horizonte e estudar era mais um “jogo” que uma oportunidade de ganhar competências e muitos destes “estudantes” lutavam pelos mínimos, somando as notas de fim de período para darem 29 e faltando às aulas até ficarem “tapados por faltas”.
Este “lutar por mínimos” também implicava o copianço pelo parceiro mais próximo e a cábula o mais dissimulada possível, pois se entendia que a fraude e enganar ou “gozar” o professor, eram a vingança possível para uma "opressão" de programas que não eram nem “Child Friendly” nem “Pupil Friendly”, como também não o eram os métodos usados, onde a violência física e verbal pontificavam para conter a rebeldia dos mais difíceis.

Como resultado, muitos dos que “trabalhavam” para o 29, estão hoje na vida activa, com o mesmo espírito. Lutam por mínimos, sem qualquer brio, usando múltiplos estratagemas para obter proventos sem fornecer um bom serviço, numa táctica da “vitimização como passaporte, alibi ou motor de existência”.

Já chega de espertalhaços . É tempo de dar espaço a quem sabe e se esforça, se queremos utilizar os padrões das sociedades mais avançadas, e isso tem de começar na escola.

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