segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Religiões

 


Muçulmano é a pessoa que segue a religião do Islão. A palavra vem do árabe muslim (مُسْلِم), que significa “aquele que se submete” (a Deus, Allah).

Para se ser muçulmano, basta que um dos pais seja muçulmano, pois o filho de um muçulmano é considerado muçulmano por nascimento (mesmo que a mãe tenha outra religião) e uma mulher muçulmana não pode casar com um homem de outra religião sem ele se converter, e não é sensato ela converter.se a outra religião porque tal é “apostasia”.

Qualquer pessoa se pode converter ao Islão. Faz Declaração da Shahada, isto é pronuncia, com sinceridade e entendimento, a frase árabe: Ashhadu an la ilaha illa Allah, wa ashhadu anna Muhammadan rasul Allah - “Testemunho que não há divindade além de Allah, e testemunho que Muhammad é o Mensageiro de Allah” perante o imam e algumas testemunhas. A aprendizagem, as práticas e a integração comunitária, vêm depois, de forma progressiva. Pode pedir um certificado de conversão (útil para casamento e para questões legais).

Em alguns países fortemente islamizadas, ser muçulmano confere plena integração comunitária, onde os não-muçulmanos são alvo de restrições (ex.: não podem fazer proselitismo, não podem construir templos, têm restrições alimentares, a herança e certos contratos civis têm regras diferentes, não têm direito a ocupar cargos de liderança política ou nas forças armadas, são alvo de impostos e não beneficiam de alguns subsídios ou apoios sociais. Em casos de divórcio a lei favorece o progenitor muçulmano, para garantir que a criança seja educada no Islão. Nota: a Igreja Católica, só aceita que o filho de mãe católica seja batizado e educado na fé cristã, se ambos os pais concordarem. Se o pai não aceitar, a Igreja não força. 

No entanto, há grande diversidade. Países como Turquia ou Albânia são oficialmente seculares e concedem quase os mesmos direitos a muçulmanos e não-muçulmanos. Já países com sharia incorporada como Arábia Saudita, Irão, Afeganistão são muito restritivos para não-muçulmanos. Em muitos lugares (ex.: Marrocos, Egito, Jordânia), a vida diária de cristãos e judeus é relativamente livre, mas com algumas limitações legais e sociais.

Apostasia: se um muçulmano declarar que já não é muçulmano, adotar outra religião ou declarar-se ateu, insultar o Islão, negar pilares da fé ou abandonar práticas fundamentais de forma pública. A sharia prevê a pena capital para apostasia. Na prática, os tribunais dão ao acusado a possibilidade de se retratar (isto é, voltar ao Islão).

Ser secularista, isto é: defender a separação entre religião e política, ou a liberdade de crença/descrença, em muitos países islâmicos é perigoso. Na Arábia Saudita, Irão, Afeganistão, Sudão, criticar a fusão entre religião e política pode ser tratado como apostasia, blasfémia ou terrorismo e levar a prisão longa, chicotadas, até pena de morte. Nos outros países, mesmo sem condenação formal, há risco de violência social (linchamentos, ameaças).

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A conversão ao Judaísmo é um processo longo, exigente e altamente regulado. Primeiro procura-se uma sinagoga ou comunidade judaica oficial e fala-se com o rabino, que vai avaliar a seriedade da intenção. Depois o candidato entra num período de estudo intensivo, sob orientação do rabino: estuda a Torá e os profetas, as festas judaicas, as leis alimentares (kashrut), o Shabat e outras práticas diárias, durante um a dois anos, porque se espera que a pessoa comece a viver como judeu ainda antes da conversão formal. Quando o rabino considera o candidato preparado, apresenta-o ao Beit Din (tribunal de três rabinos), que lhe irá fazer perguntas para avaliar se está convicto e preparado para seguir os mandamentos (mitzvot). Se o candidato masculino não for circuncidado, deve fazê-lo. Depois, homens e mulheres devem mergulhar numa mikvá (piscina ritual com água “viva”) como símbolo de purificação e renascimento espiritual. Após o mergulho, o Beit Din declara a pessoa judeu/judia e pode receber um nome hebraico. A partir daí, é considerada parte do povo judeu, sem distinção de origem.

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Os Drusos, os Alaouitas e os Yazidis encerraram as portas à conversão: só quem nasce de pais dessas religiões pode ser considerado.

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A Conversão ao Cristianismo não é igual em todas as Igrejas cristãs (Católica, Ortodoxa, Protestantes), mas há elementos comuns. Há um tempo de instrução (catequesese) e de acompanhamento, antes do Batismo, que é considerado o rito fundamental de entrada no Cristianismo. Em alguns ritos, recita o Credo (Igreja Católica e Ortodoxa) ou faz um testemunho pessoal de fé (muitas Igrejas protestantes), após o que se integra na vida comunitária.

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Distribuição religiosa mundial:
Cristianismo – ~31% (católicos, protestantes, ortodoxos e outros ramos)
Islão – ~25% (sunitas, xiitas e outros ramos)
Hinduísmo – ~15% (principalmente na Índia e Nepal)
Budismo – ~6% (sobretudo na Ásia oriental e sudeste asiático)
Tradições chinesas / religiões populares – ~6%(taoísmo, confucionismo, culto dos antepassados, práticas sincréticas)
Religiões étnicas / indígenas – ~5% (África tradicional, povos ameríndios, religiões locais da Oceânia, etc.)
Sikhismo – ~0,3% (sobretudo na Índia/Punjab e diáspora)
Judaísmo – ~0,2% (maioritariamente em Israel e EUA)
Outras minorias (bahá'ís, jainistas, zoroastrianos, drusos, yazidis, etc.) – <0,2%
Sem religião (ateus, agnósticos, “nones”) – ~16% (muito significativo na China, Europa e países desenvolvidos)

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 Na Europa Ocidental, antes da II Guerra Mundial, quase não havia muçulmanos. Após a guerra, com a imigração laboral e colonial dos anos 50–70 para os países em reconstrução (França, Alemanha, Bélgica, Holanda) e a chegada de muçulmanos de países em guerra (Líbano, Palestina, Irão), mais bósnios e kosovares e novas vagas de imigrantes do Magrebe e da Turquia, a população muçulmana multiplicou-se mais de 20 vezes. Em 2020 eram 25 milhões. Em 2025 calcula-se que sejam mais de 44 milhões. A grande maioria (≈70%) mantém-se muçulmana praticante. Cerca de 28% seguem a via da secularização (muçulmanos “culturais”, agnósticos, afastados da prática). Apenas uma pequena fração (≈2%) converte-se formalmente ao Cristianismo

Na Europa actual: - Cristãos:~72%, Muçulmanos:~5%, “Sem religião” (secularistas, ateus, agnósticos, indiferentes): ~23%

Tendências: Cristianismo: em declínio, Secularistas: em crescimento. Em alguns países (República Checa, Estónia, Holanda) já são maioria. Islão: crescimento lento mas constante, devido a taxas de natalidade mais altas e imigração.

Projeção para 2050 (Pew Research Center): Cristãos: deverão cair para cerca de 60%. Secularistas: poderão estabilizar entre 23–28%. Muçulmanos: podem crescer para 10%.