Muçulmano
é a pessoa que segue a religião do Islão. A palavra vem do árabe muslim
(مُسْلِم), que significa “aquele que se submete” (a Deus, Allah).
Para se ser
muçulmano, basta que um dos pais seja muçulmano, pois o filho de um
muçulmano é considerado muçulmano por nascimento (mesmo que a mãe tenha
outra religião) e uma mulher muçulmana não pode casar com um homem de outra
religião sem ele se converter, e não é sensato ela converter.se a outra
religião porque tal é “apostasia”.
Qualquer pessoa se pode converter ao Islão. Faz Declaração da Shahada, isto é pronuncia,
com sinceridade e entendimento, a frase árabe: Ashhadu an la ilaha illa
Allah, wa ashhadu anna Muhammadan rasul Allah - “Testemunho que não há
divindade além de Allah, e testemunho que Muhammad é o Mensageiro de Allah”
perante o imam e algumas testemunhas. A aprendizagem, as práticas e a
integração comunitária, vêm depois, de forma progressiva. Pode pedir um certificado
de conversão (útil para casamento e para questões legais).
Em alguns
países fortemente islamizadas, ser muçulmano confere plena integração
comunitária, onde os não-muçulmanos são alvo de restrições (ex.: não podem
fazer proselitismo, não podem construir templos, têm restrições alimentares, a herança
e certos contratos civis têm regras diferentes, não têm direito a ocupar cargos
de liderança política ou nas forças armadas, são alvo de impostos e não
beneficiam de alguns subsídios ou apoios sociais. Em casos de divórcio a
lei favorece o progenitor muçulmano, para garantir que a criança seja educada
no Islão. Nota: a Igreja Católica, só aceita que o filho de mãe católica seja batizado
e educado na fé cristã, se ambos os pais concordarem. Se o pai não aceitar, a
Igreja não força.
No entanto, há grande
diversidade. Países como Turquia ou Albânia são oficialmente
seculares e concedem quase os mesmos direitos a muçulmanos e não-muçulmanos. Já
países com sharia incorporada como Arábia Saudita, Irão, Afeganistão
são muito restritivos para não-muçulmanos. Em muitos lugares (ex.: Marrocos,
Egito, Jordânia), a vida diária de cristãos e judeus é relativamente livre, mas
com algumas limitações legais e sociais.
Apostasia:
se um muçulmano declarar que já não é muçulmano, adotar outra religião ou
declarar-se ateu, insultar o Islão, negar pilares da fé ou abandonar práticas
fundamentais de forma pública. A sharia prevê a pena capital para apostasia. Na
prática, os tribunais dão ao acusado a possibilidade de se retratar
(isto é, voltar ao Islão).
Ser
secularista, isto é: defender a separação entre religião e política, ou a
liberdade de crença/descrença, em muitos países islâmicos é perigoso. Na Arábia
Saudita, Irão, Afeganistão, Sudão, criticar a fusão entre religião e
política pode ser tratado como apostasia, blasfémia ou terrorismo e
levar a prisão longa, chicotadas, até pena de morte. Nos outros países, mesmo
sem condenação formal, há risco de violência social (linchamentos, ameaças).
“””””””””””””””””””
A conversão ao
Judaísmo é um processo longo, exigente e altamente regulado. Primeiro
procura-se uma sinagoga ou comunidade judaica oficial e fala-se com o
rabino, que vai avaliar a seriedade da intenção. Depois o candidato
entra num período de estudo intensivo, sob orientação do rabino: estuda a Torá
e os profetas, as festas judaicas, as leis alimentares (kashrut), o Shabat e
outras práticas diárias, durante um a dois anos, porque
se espera que a pessoa comece a viver como judeu ainda antes da conversão
formal. Quando o rabino considera o candidato preparado, apresenta-o ao Beit
Din (tribunal de três rabinos), que lhe irá fazer perguntas para avaliar se
está convicto e preparado para seguir os mandamentos (mitzvot). Se o candidato
masculino não for circuncidado, deve fazê-lo. Depois, homens e mulheres devem
mergulhar numa mikvá (piscina ritual com água “viva”) como símbolo de
purificação e renascimento espiritual. Após o mergulho, o Beit Din declara a
pessoa judeu/judia e pode receber um nome hebraico. A partir daí, é
considerada parte do povo judeu, sem distinção de origem.
“”””””””””””””””””””””””
Os Drusos, os Alaouitas
e os Yazidis encerraram as portas à conversão: só quem nasce de pais dessas
religiões pode ser considerado.
“”””””””””””””””””””””””””
A Conversão ao
Cristianismo não é igual em todas as Igrejas cristãs (Católica, Ortodoxa,
Protestantes), mas há elementos comuns. Há um tempo de instrução (catequesese)
e de acompanhamento, antes do Batismo, que é considerado o rito fundamental de
entrada no Cristianismo. Em alguns ritos, recita o Credo (Igreja
Católica e Ortodoxa) ou faz um testemunho pessoal de fé (muitas Igrejas
protestantes), após o que se integra na vida comunitária.
“””””””””””””””””””””””””
Cristianismo – ~31% (católicos, protestantes, ortodoxos e outros ramos)
Islão – ~25% (sunitas, xiitas e outros ramos)
Hinduísmo – ~15% (principalmente na Índia e Nepal)
Budismo – ~6% (sobretudo na Ásia oriental e sudeste asiático)
Tradições chinesas / religiões populares – ~6%(taoísmo, confucionismo, culto dos antepassados, práticas sincréticas)
Religiões étnicas / indígenas – ~5% (África tradicional, povos ameríndios, religiões locais da Oceânia, etc.)
Sikhismo – ~0,3% (sobretudo na Índia/Punjab e diáspora)
Judaísmo – ~0,2% (maioritariamente em Israel e EUA)
Outras minorias (bahá'ís, jainistas, zoroastrianos, drusos, yazidis, etc.) – <0,2%
Sem religião (ateus, agnósticos, “nones”) – ~16% (muito significativo na China, Europa e países desenvolvidos)
“”””””””””””””””””””
Na Europa Ocidental, antes da II Guerra
Mundial, quase não havia muçulmanos. Após a guerra, com a imigração
laboral e colonial dos anos 50–70 para os países em reconstrução (França,
Alemanha, Bélgica, Holanda) e a chegada de muçulmanos de países em guerra
(Líbano, Palestina, Irão), mais bósnios e kosovares e novas vagas de imigrantes
do Magrebe e da Turquia, a população muçulmana multiplicou-se mais de 20 vezes.
Em 2020 eram 25 milhões. Em 2025 calcula-se que sejam mais de 44 milhões. A
grande maioria (≈70%) mantém-se muçulmana praticante. Cerca de 28% seguem a via
da secularização (muçulmanos “culturais”, agnósticos, afastados da
prática). Apenas uma pequena fração (≈2%) converte-se formalmente ao
Cristianismo
Na Europa actual: - Cristãos:~72%, Muçulmanos:~5%, “Sem religião”
(secularistas, ateus, agnósticos, indiferentes): ~23%
Tendências: Cristianismo:
em declínio, Secularistas: em crescimento. Em alguns países (República
Checa, Estónia, Holanda) já são maioria. Islão: crescimento lento mas
constante, devido a taxas de natalidade mais altas e imigração.
Projeção
para 2050 (Pew Research Center): Cristãos: deverão cair para cerca de 60%. Secularistas:
poderão estabilizar entre 23–28%. Muçulmanos: podem crescer para 10%.
Sem comentários:
Enviar um comentário