Todos nós temos fragilidades, dúvidas e inseguranças, a nível pessoal e a nível profissional, facilmente captadas nos desabafos e nos pequenos gestos do dia a dia.
As Instituições não deveriam ter este problema, por estarem acima dos indivíduos, vivendo de saberes acumulados dos muitos que para elas contribuíram, ao mesmo tempo que lhes tamponavam as deficiências.
É assim nos países civilizados, onde as mais prestigiadas Universidades, cumprem normas de longas décadas, para não se perderem por um qualquer erro de um dos seus elementos, por mais notável que ele seja.
Isto para dizer que nenhuma, com um mínimo de responsabilidade, poria na mão de dois ou três dirigentes, dar benefícios de ocasião a políticos ou criaria cursos sem saída profissional para obter vantagens económicas.
Nós portugueses, que há quase 40 anos andamos a dizer que queremos ser uma democracia moderna, nunca cuidámos das nossas Instituições. Deixámos que elas fossem tomadas pelos políticos, como se isso fosse uma coisa normal, e agora queixamo-nos da sua falta de credibilidade.
Até as carreiras médicas, que davam alguma garantia de independência, foram lenta e progressivamente descaracterizadas, até pelos próprios médicos quando lhe acenaram com algumas benesses cheias de racionalizações.
Nos Hospitais foram colocadas administrações de nomeação política, que por sua vez tratam de nomear direcções de serviço "a seu jeito", deitando mão de qualquer razão que o momento lhes torna premente. A incompetência e o voluntarismo tomam o poder, os políticos e o grupo de oportunistas, que habitualmente os acompanha, trata do seu benefício, e estranha-se quando surgem as disfunções.
É este o estado da Nação.
Temos demasiados Varas, Relvas, presidentes de nomeação política, e elegemos demasiados populistas sem seriedade.
Faltam-nos Instituições responsáveis, independentes e com democracia interna e não geridas por um qualquer que se sente um excêntrico do Euromilhões, por ter sido nomeado pelo político de serviço.
5 comentários:
Acho engraçado quando leio comentários ou ouço as pessoas a falar dos políticos, como sendo os (únicos)responsáveis por este estado actual.
"E o povo pá?"
Quem elegeu os tais políticos? De onde saíram eles, senão desse mesmo povo ignorante e boçal que vota neles e até se revê nos defeitos deles?
Quando leio na net os comentários dos "leitores" à situação do país e vejo a quantidade de erros de ortografia que dão (juntamente com as suas "sugestões") só posso concluir que não conhecem a linguagem escrita; e se não conhecem, é porque não leem nada ou nunca leram; limitam-se a ouvir e a repetir aquilo que ouvem. Então, que outros políticos senão Varas, Relvas e seus lambe-botas este país poderia ter? As instituições do Estado estão infiltradas a todos os níveis hierárquicos por este tipo de gente, com este tipo de comportamentos e saída das tais universidades populares.
Já agora, eleita pelo mesmo povo, que se queixa, queixa...
Caro anónimo:
O “povo” que se queixa, na primeira oportunidade está do outro lado.
O "povo" que sofre é ignorante e acredita que quem tem dinheiro o pode ajudar se ele estiver por perto.
Como duvida ainda mais da "bondade do Estado" mantem o seu velho lema: “cada um por si e Deus por nós todos” e tenta tirar a maior vantagem a todo o momento, sem pejo nem vergonha.
É por isso que devemos criar Instituições que nos protejam uns dos outros.
O eRepublik é um jogo social gratuito onde podes ser o presidente de Portugal e liderar o teu pais para um futuro mais promissor, revolucionar a economia e construir um império ou lutar pelo teu pais com os invasores Espanhóis e seres o Heroi da Batalha, junta-te a nós hoje em http://tinyurl.com/69o425l
Para mudar as instituições portuguesas vai ser preciso mudar os portugueses. Missão Impossível. Os povos teem as instituições e os governos que merecem, por estupidez, ignorancia, etc.
Eu não vejo solução para Portugal. Ou melhor, haveria de facto uma solução, mas demasiado drástica e com um preço demasiado elevado - cinco anos de guerra civil. Durante uma guerra, há uma purga da incompetência, e uma procura de eficiencia. "Perdeu-se" essa oportunidade na Abrilada, quando se substituiu um regime podre, por outro armadilhado à nascença pelos partidos politicos para se eternizarem no poder.
Perdemos também a oportunidade de ter participado na segunda guerra mundial. A guerra colonial não conta - foi uma guerra de sub-desenvolvidos contra sub-alimentados.
Quando alguém tenta fazer reformas em Portugal, mesmo de boa fé, é imediatamente torpedeado por todos os lados, e tudo fica sempre na mesma, ou pior do que antes, e o reformador "destruido". E ainda há quem diga que somos um povo de brandos costumes. Somos um povo venenoso.
Quando se tenta reformar o sistema nacional de saúde, a reforma depressa se torna na defesa dos interesses do médicos, farmácias, etc. Dos doentes mal se fala, e só são usados só como alavanca.
Quando se tenta reformar o sistema de justiça, a reforma torna-se na defesa dos interesses dos advogados e dos juízes. Da lei e da justiça pouco ou nada se fala.
Quando se tenta reformar o ensino, a reforma torna-se na defesa dos interesses dos professores. Do ensino propriamente e dos interesses dos alunos nicles.
Quando se fala da reforma da forças armadas, os militares nunca falam em definir a missão, aumentar a sua eficácia e prontidão, mas sim nas promoções. Temos mais generais e almirantes do que um país das bananas. Os F16 não servem para nada, e não há missão para os submarinos.
Portugal não tem capacidade nem competitividade para ter uma moeda como o Euro, que não pode desvalorizar - a solução que Portugal sempre adoptou para resolver todas a crises económicas, evitando sempre as reformas que poderiam minimizar os efeitos da próxima crise. A maioria do outros países aguenta e recupera das crises (inevitáveis) com relativa facilidade. Portugal fica em coma.
Ficar no Euro significa ser o parente pobre de uma familia rica (se a Alemanha estiver por aí virada), sujeito a esmolas. Sair do Euro significa regredir para o nivel da Albania, mas talvez seja essa a única opção, para evitar mais de 20% de desemprego, o sub-emprego, e o emprego precario.
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