quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Orçamento 2013


Caro Vitor Gaspar

Tenho andado a pensar em ti há mais de três semanas. Gostava de te ajudar, pois sinto que a tua cabeça já não dá para mais, e hoje em conversa, reparei que não te lembraste do ar e da luz do sol. Podias propor uma taxa sobre eles, já que estes elementos até causam catástrofes a que o governo tem de acorrer. Com a tipologia de argumentação que tens usado, era-te fácil impor uma taxa de 1 a 2% sobre o vencimento ilíquido dos trabalhadores por conta de outrem, para secas, inundações, desabamentos, ciclones, eu sei lá ... aquilo que te aprouvesse!
Falavas ao Carlos Abreu Amorim, que ele não recusava ir à SIC argumentar a teu favor. Eu ontem ouvi-o e fiquei esclarecido. Aquilo é que é um senhor que sabe como se recupera a economia para que possamos pagar o que devemos! Devias chamá-lo mais para perto de ti, mesmo já estando rodeado de quem é da opinião de que devíamos vender os anéis e os dedos. Eu, ao menos, taxava todos. Apanhava turistas, à entrada na fronteira ... e pimba! imposto sobre o ar que aqui se respira, cheio de iodo do nosso mar, e mais um outro sobre o nosso sol, cheio de vitaminas. Pega, embrulha, e dá cá a massa, que a gente também gosta de andar de BMW, com o cuzinho tremido e o braço de fora. Falavas também aos autarcas. Dizias que parte era para eles, como fizeste com o IMI, e ias vê-los gulosos a projectar rotundas ou pavilhões multiusos para deixarem o nome numa placa.

Continua a cortar e a sacar, que a malta é mansa e ainda há muitos a pensar que andar de costas ao alto, com subsídios e economia paralela, lhes dá mais saúde que um emprego onde a toda a hora caem novos impostos, certos de que tu vais ignorar as suas movimentações bancárias. Até lá vais-te aguentando.

Mas se um dia te der para convencer os teus amigos da Troika que há que implementar políticas de desenvolvimento económico, garantindo que os partidos deixam de ser centrais de emprego e que os tribunais passam a funcionar em questões de corrupção e compadrio político, não te acanhes, fala comigo, que tens aqui um amigo. Mas se só gostaste daquela minha ideia, dá cumprimentos ao Álvaro e ao Passos, e passa bem, que resolver problemas aumentado impostos a quem não pode fugir, até se faz sem tirar licenciatura na Lusófona.
Fico à espera.

Fernando

P.S.: Diz ao Portas que impinja os submarinos no mesmo pacote dos F16 aos romenos. Ele que os convença de que os passeios turísticos no Danúbio por baixo de água são um "must" e que aquilo distribuído por 21 milhões não é dinheiro.

2 comentários:

JARRA disse...

Caro amigo
Desenvolvi nas horas vagas um contador de UV, que poderia ser muito útil na implementação do imposto solar que propõe.
Penso que se poderia fazer algo idêntico ao Magalhães, subsidiar a compra obrigatória do contador para todos os cidadãos e visitantes(como o via verde, de resto)que só poderiam transitar na via pública munidos do aparelho bem visível.
Além da coleta (de impostos e solar, pois o meu dispositivo permite carregar telemóveis, ipads, mp3 e carrinhos telecomandados, já que será obrigatório também para as crianças)já viu o impulso à economia que representará, com criação de milhares de postos de trabalho! Uma nova JP Sá Couto em perspetiva|)
Haveria que ter algum cuidado com o texto do decreto, para não se repetir aquele gag das licenças de isqueiro salazaristas, que se contornavam com uma telha debaixo da capa!
Mas eu próprio junto com o contrato de fornecimento dos dispositivos, posso oferecer em pacote, a legislação a aplicar.
Sempre grato

JARRA disse...

Quanto ao Carlos Abreu Amorim chegou-me um apelo desesperado (através dum dispositivo que desenvolvi para contactar com o mundo animal!)da comunidade bracarense de toupeiras, para que regresse o mais breve possível para os subterrâneos minhotos! A mãe está desesperada (e intrigada como ele quase cego, mercê da sua biologia, se tornou tão clarividente!)