domingo, 4 de agosto de 2013

As "cunhas"

Não há volta a dar. A nação sempre contou com o compadrio, pois melhor que um saber tem sido a "cunha".
Depois é seguir o trilho. Cumprir a religião e aderir a um dos partidos maioritários que, com esses cartões, poucas portas se lhe hão-de fechar.
Nos últimos anos, respondeu à expansão do Estado. Lutou por um lugar qualquer num dos seus órgãos e com ofertas e adulações, agachou-se com o pragmatismo calculista dos aflitos, refazendo o discurso às necessidades do momento.
Como a exigência de quem nos governa se tem vindo a degradar, frequentemente só lendo as “Conclusões” e não o “Material e Métodos”, todos os caminhos se tornaram possíveis, porque é o curto prazo que domina e se esqueceu que há princípios que se não forem respeitados invalidam as “Conclusões”.
E, para pôr a cereja no bolo, surgiram os concursos internos para que alguém da casa, depois de um qualquer curso nocturno ou diurno como trabalhador estudante, seja integrado em novas funções na mesma instituição.
O resultado final é andarmos enxameados de gente que ocupa lugares para onde nunca entraria num concurso aberto, onde se tivessem de medir com os seus pares.
Entrar enfermeiro e passar a gestor, entrar "relações públicas" e passar a psicólogo, entrar assistente operacional e passar a enfermeiro ou a advogado, na mesma instituição, sem concurso aberto, é uma bizarria, que o Estado sustenta, e que só afecta a sua eficiência.
Também é por isso que "assim não vamos onde era suposto chegarmos!"

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