Somos um país disposto a perdões. Gente de “likes”, preocupada com causas sem compromissos, condescendente com a incompetência, porque “ele no fundo, não é má pessoa” e com a corrupção porque “comparado com outros, aquilo que ele faz, … são trocos”.
À nossa desvalorização interna e externa, respondemos com um simples "tudo se há-de arranjar", conformando-nos com a incontinência financeira dos gestores públicos que alimentam os seus egos e o bolso dos amigos que lhes atribuem valor “no mercado” à custa de um "brutal aumento dos impostos".
Temos um Estado que não vigia os desmandos e facilita as impunidades, e uma elite tão ocupada com o dia-a-dia, que esquece que a credibilidade de um país depende mais da resolução de casos como o BPN, dos submarinos e de todas as negociatas dos que fizeram da política trampolim, do que de um pagamento mais ou menos célere aos credores.
Tudo é tolerado se for "um bocadinho de cada vez" e, se for anunciado o péssimo e acontecer o mau, respiramos de alívio, porque evitámos umas "chatices".
Só os "grandes gestos" nos merecem reacção, e esquecemo-nos de que são os muitos poucos que fazem o muito.
Esperámos sentados que uma data alterasse o nosso modo de estar neste Mundo em rápida mudança, onde a irresponsabilidade se paga, e qualquer um assume lideranças, porque sabe, à partida, que, faça o que fizer, não haverá consequências negativas.
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