Há uns meses ouvi no YouTube, uma entrevista com Stephen Fry, actor, escritor e grande comunicador inglês, em que ele falava dos comentários ao que publicava nas redes sociais.
Dizia ele: “Você posta
algo e embora 99% das pessoas, pelo menos, sejam simpáticas mesmo que discordem
de você, há 1% que é desagradável, rude e ameaçador…. Eu acho que é um pouco
como uma piscina. Se 99% da água da piscina é limpa, é bom, mas se houver um
pedacinho de cocó flutuando nela, eu não vou nadar nessa piscina. Não sou esse
tipo de pessoa que não liga ao que as pessoas pensam ...”
Eu faço o esforço de estar nas
redes sociais, mesmo sabendo que nela há todo o tipo de gente.
Há os velhos teimosos, intolerantes, resmungões e
auto-indulgentes que, de punho erguido aproveitam o pobre incauto que cruzou o
seu caminho, para tentar converter a aldeia num asilo exclusivo para eles. Há gente que se sente corajosa por se manifestar
politicamente incorrecta e tresmalhada do rebanho, muitas vezes a coberto do
anonimato. Há os patetas com piadas jocosas (como se o humor fosse uma coisa fácil) cujo teor é o que se encontra nas
tabernas entre os bem bebidos. Há os que “acham” isto e aquilo, sem o mínimo de
humildade nem esforço de estudar ou pensar sobre o que se atrevem a dar opinião.
Há os do “bota abaixo” de olhar enviesado, que veem em tudo o que lhes cheira a
mudança, um prejuízo irreparável. Há os que dividem, não recusando o “bulling”, se o acharem útil e os que vestem a pele de um Canário de terceira e se põem a "espicaçar”
quem não conhecem, na esperança de uma resposta que satisfaça o “ai,olariloléla”
em que se sentem confortáveis.
A estes eu não respondo.
Eu uso as Redes Sociais na procura de alguma coisa
interessante: um humor com pés e cabeça, uma história pitoresca, uma observação
de um angulo diferente, um ensinamento, um negócio …
As brejeirices e outras “inconveniências”, guardo-as para
dentro de portas, para que possam entrar por um ouvido e sair pelo outro sem
deixar registo que nos comprometa e, mesmo assim, com cuidado, porque uma
palavra fora da boca é como a pasta de dentes que é impossível de voltar a
meter dentro do tubo.
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