"Tu pensas micro e com os ovários e a questão da Ucrânia tem de se pensar macro e com o cérebro!", e foi assim que a conversa acabou e me fez voltar ao livro de Kissinger.
Pouco ou nada sei de geoestratégia e de direito internacional. Estou formatado para viver numa Europa com valores sociais democratas e custa-me aceitar Estados muito centralizados, mesmo quando eles aparentemente beneficiam as condições dos povos que governam, porque se hoje o fazem, amanhã podem virar essa força em sentido contrário.
Reconheço a vantagem económica das grandes organizações, mas entendo que elas devem ser reguladas de modo a não sufocar todas as pequenas e as médias empresas em redor. Defendo que os Hipermercados os grandes Shopping Centers não deviam estar no interior das cidades, onde só devia haver mercearias, supermercados com o máximo de duas caixas registadoras e pequenos Centros Comerciais obrigados a uma paridade entre as grandes marcas internacionais e empresas regionais com arrendamentos facilitados. Isto no comércio de retalho, pois na indústria, punha um travão a esta globalização que nos levou à China como a fábrica do Mundo.
São linhas que orientam o meu pensamento “micro”. O poder das armas não define o que está certo. Esta coisa do
“Might makes Right”, colide com valores que prezo, pois é a reputação interna e externa - o
“Soft Power” - que mais importa neste mundo onde a informação, mais tarde ou mais cedo, chega a todo o lado e que é muito diferente do que era há bem poucas décadas.
E é por isso que a Rússia de Putin já perdeu a guerra, mesmo que a ganhe pela força das armas. A URSS ruiu em 1991, por incapacidades acumuladas ao longo de muitas décadas. Querer restaurá-la à força, não me parece boa ideia e creio que irá ter grandes repercussões negativas nos próximos anos, mesmo que se levantem as sanções. Os investimentos internacionais na Rússia, dificilmente voltarão ao que eram e para além disso, as novas tecnologias de aproveitamento da energia solar e eólica, mais a do hidrogénio, irão fazer com que o petróleo deixe de ter a importância que hoje tem.
O problema do “Poder”, talvez não deva ser pensado com os estrogénios no “rosa”, mas
“definitely” não pode ser pensado com a testosterona no vermelho, mesmo com um cérebro a funcionar em plenitude.
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