terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um amuo
























Eu sei que estás sentida, mas agora não vale a pena amuares, que eu não mudo nada do que fiz.
Tens memória curta, senão lembravas-te dos acontecimentos dos últimos onze anos, e estarias tão grata, que te vergarias à minha passagem. Mas o que lá vai, lá vai, e agora sentes-te longe, mesmo sabendo que todos os dias te vejo e que rezo pela tua rápida recuperação.

Já te expliquei, que te puseram ao pé da porta contra minha vontade, pois já sabia que em meia dúzia de anos necessitarias de mais espaço, e que só à força de grandes podas é que aí podias ter ficado, mas, mesmo assim não te resignas ao novo lugar onde podes dar largas à tua vontade.
E mais! Não te esqueças que ias para lenha quando te fui buscar “in extremis”, sem saber a qualidade do teu fruto, que, hás-de convir, não é grande, nem saboroso.
Bem! Ficamos por aqui! Vê se deixas esse ar amodorrado e mandas cá para fora uns raminhos, que eu gosto de te ver luzir de sol, que adubo não te vai faltar, pelo menos enquanto eu aqui estiver.

Cresce, que até vais ver o mar aí de cima.

1 comentário:

Anónimo disse...

Era considerada como árvore sagrada em várias civilizações da Antiguidade. Mas já vi copas de oliveira podadas em forma de disco, em jardins de grandes vivendas (cheias de arabescos a condizer...). Uma burrice!