segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Emergências




As equipas em funcionamento nas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) compostas por um médico e um enfermeiro e as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) constituídas por um enfermeiro e um Técnico de Ambulância de Emergência (TAE) irão ser integradas nas equipas dos serviços de urgência das unidades de saúde em que estão instaladas.
O objectivo é a rentabilização dos recursos e a redução dos custos.

Esta é a Notícia. Depois, vêm as comadres e as verdades.

Um questiona se alguém integrado numa equipa de urgência, estará em condições para uma emergência no exterior às 4 horas da manhã e logo outro comenta equipes que pavoneiam “remansosamente” os uniformes, por esplanadas e cafés, enquanto se aborrecem entre gasosas e francesinhas. Ali disponibiliza-se o lugar e mais à frente fala-se do “pouco” custo do serviço, naqueles 3 minutos que se perdem e augura-se o fim da emergência médica pré-hospitalar em Portugal.
Outros só pensam ... e não dizem nada.!

2 comentários:

capitão disse...

Caro S. Sousa:
Como deve ter percebido pela fotografia que antecede o texto, eu saúdo uma revisão que integre os meios INEM (SIV e SAV) nos SU.
Parece-me útil que os médicos e os enfermeiros que fazem VMER tenham actividade nos SU dos Hospitais e que não limitem a sua actividade só à emergência extra-hospitalar. Os porquês têm a ver com a vivência das situações críticas até uma fase mais adiantada, de modo poderem interpretar os seus actos no exterior.
Isto porque muitos deles ou são muito novos ou não adquiriram essa experiência nas suas princiapais áreas de actividade clínica.
Quando um médico é chamado a actuar no exterior obriga-se a assumir decisões que podem ser decisivas e que serão analisadas posteriormente pelos seus pares … e não só!
Em minha opinião não é para qualquer um! É preferível que quem o assume, tenha actividade num SU hospitalar, onde possa sentir o respaldo de uma equipe em que há sempre alguém que o pode ajudar.
Quanto à remuneração não me quero manifestar. Para mim todo o trabalho efectuado com qualidade e dignidade é difícil. Se uns são eficientes na emergência extra-hospitalar, outros aperfeiçoaram outras técnicas e muitos outros queimam pestanas a procurar saber o que poucos sabem.

capitão disse...

Caro S. Sousa:

Por lapso apaguei o seu comentário:
Insiro-o agora de novo. As minhas desculpas!

Ainda a procissão vai no adro face à integração dos meios INEM nos SU (leia-se meios SIV e SAV terrestres) e já qualquer pessoa, com ou sem conhecimento de causa, emite opinião sobre um assunto que apenas alguns bem conhecem e muitos deviam conhecer, nem que fosse para a partir daí comentarem, mas com conhecimento de causa.

Curiosamente todos falam dos tempos em que as equipas não estão em saída e porventura a comer as francesinhas e outras coisas que tal, como diria alguém, a mandar umas postas de pescada, mas não vejo ninguém a comentar que os mesmos profissionais se arriscam e arriscam em cada saída, que são vergonhosamente remunerados face à formação e o trabalho desenvolvido, os banhos, as secas… etc.

Não vejo as pessoas a questionar ou a comentar que mais uma vez estão a pressionar a raia miúda e os tubarões continuam no seu cantinho à espera que ninguém lhes toque…

É que se um médico ser remunerado a 17€ à hora, tem que passar a trabalhar 24h efectivas, objectivando a rentabilização de recursos, o que se faz aos que auferem um valor 3 a 4x superior para trabalhar 24h dentro do hospital e em que algumas são a dormir, outras são a trabalhar e algumas são não se sabe muito bem para que são…
Mas o mesmo se aplica ao enfermeiro, que é remunerado com uns singelos 8€ por hora para realizar duas funções: encaminhar a equipa ao seu destino, no menor tempo possível e actuar perante as situações com um alto nível de exigência.
É que ainda gostava de ver certos senhores, que para aí falam, a ter que fazer o seu trabalho, a ajudar alguns elementos das equipas e por vezes a substituir outros, nas condições que bem sabemos.
É que ainda gostava de ver alguns a deixar os seus lugares, ajustados ao seu perfil ao longo dos anos, a terem que saber trabalhar em equipa e fora dela, mas a saberem minimamente o que fazer, pois mandar umas bocas, toda a gente manda.

Estamos a mexer num assunto graças a alguns senhores que se venderam à coloração política mas que se esqueceram rapidamente do incómodo que é ter que se levantar às 2h e regressar à base às 5h e ainda ter que substituir todo o material gasto e que com jeitinho até podem descansar após as 6h…

Estamos a falar de tostões meus senhores, tostões… deixemos a hipocrisia de lado e a tentativa de destruir algo que funciona habitualmente bem (pelo menos na nossa realidade).