quinta-feira, 29 de março de 2012

SuperFreakonomics



Depois de nos explicar "Em que é que uma prostituta de rua se parece com o Pai Natal de um centro comercial", o autor aborda o tema "Porque é que os bombistas suicidas deveriam ter seguro de vida?", e é aqui, sensivelmente a meio, que aparecem os Hospitais e o trabalho médico produzido nos Serviços de Urgência.

O autor, Steven D. Levitt, não é um qualquer. É um proeminente economista, professor na Universidade de Chicago.

Já quase no fim do assunto, e antes questionar os oncologistas e a quimioterapia, a meio da página 102, da edição portuguesa, afirma:

"A boa notícia é que a maior parte das pessoas que dão entrada apressadamente nos Serviços de Urgência e que pensam que vão morrer, correm de facto poucos riscos de morrer - ou pelo menos não irão morrer tão cedo.
Com efeito, talvez ficassem melhor em casa. Considere-se os resultados de uma série generalizada de greves dos médicos ocorridas em Los Angeles, em Israel e na Colômbia. Acontece que a taxa de mortalidade baixou de forma significativa nesses lugares, com reduções entre os 18% e os 50% quando os médico pararam de trabalhar!
Este efeito talvez seja parcialmente explicável pelo facto de os pacientes adiarem cirurgias programadas durante as greves. Foi o que Craig Feied pensou de imediato quando leu a literatura específica sobre esses casos. Mas teve a oportunidade de observar directamente um fenómeno semelhante quando um grande número de médicos de Washington saíram da cidade ao mesmo tempo para assistir a uma convenção médica. O resultado: uma baixa generalizada na taxa de mortalidade em todos os departamentos.
«Quando há demasiadas interacções entre médicos e pacientes, tudo contribui para a amplitude de ocorrências», diz ele. « Mais pessoas com problemas não fatais tomam mais medicações e são submetidas a mais intervenções médicas, muitas das quais não são necessariamente benéficas e algumas delas até prejudiciais, enquanto os pacientes com doenças realmente fatais raramente ficam curados e acabam por morrer de qualquer forma.»

Por conseguinte, talvez o facto de irmos ao hospital, aumente ligeiramente as nossas hipóteses de sobrevivência se tivermos um problema grave, e aumente os riscos de morrermos se não tivermos um problema grave. Assim são os acasos da vida.
...

Bibliografia: Solveig A. -"Doctors' Strikes and Mortality: A review", Social Science and Medicine 67, nº11 (Dez/2008).

Sem comentários: