segunda-feira, 26 de março de 2012

A Fonte Nova



Na taça, apartavam-se as águas. Para a direita iam para a casa, para a esquerda para os tanques. No primeiro bebiam os animais, no segundo as mulheres lavavam roupa.
A fonte era cuidada por quem dela beneficiava, principalmente pelo dono da casa vizinha, que tinha de garantir a qualidade da água que consumia, pois era a única que tinha.
Às vezes os animais, com as patas, conspurcavam a água. Um dia, para proteger a taça, o dono da casa fez-lhe uma cobertura em tijolo, o que desagradou aos outros utilizadores que a destruiram "a coberto de uma noite de trovoada". Na altura era assim. Se houvesse necessidade, resolviam-se os diferendos à sacholada. A água era um dos principais motivos porque se chegava às "vias de facto".

Quando a aldeia beneficiou de água canalizada, e a última moradora da casa morreu, a fonte perdeu utilidade e foi invadida pelo mato.
Só em 2000, um novo proprietário limpou o caminho, pôs a água de novo a correr para benefício de quem por lá agora passa.
Então o Presidente da Junta mandou pôr as letras JF (Junta de Freguesia), não fosse alguém levar a fonte dali para fora.

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