Em serviços oficiais, o uso de siglas tem regras, e não se pode permitir que cada um use as que quer.
As siglas são indiscutivelmente úteis no léxico médico, mas sem uma lista aprovada, ninguém se entende.
Morrer de TP para uns pode ser na consequência de uma "Tuberculose Pulmonar" e para outros uma morte causada por um “Tiro de Pistola”, e BCG (Bacillus Calmette-Guérin) já foi interpretado por um aluno de Medicina, aqui do norte, como a “Bacina Contra a Gripe”.
Nos últimos anos, tenho assistido “à malta nova”, cheia de energias positivas, atirar-se aos textos com uma "criatividade" sem nexo, perante a passividade e a falta de rigor dos mais velhos.
Surgiram então nos diários e outros registos, os “coc” – consciente, orientado e colaborante, os “2 id” ou “3 id” em vez de “b.i.d.” ou “t.i.d.”, vindos do latim "bis in die" e "ter in die", para significar duas e três vezes por dia, e a incapacidade/recusa em adoptar qd - "quaque die" – uma vez por dia, e o q_h - "quaque_hora” indicando o intervalo entre as administrações da medicação (por exemplo: 2 cápsulas q4h, para dizer 2 cápsulas de 4 em 4 horas) e outros sinais de desrespeito pelos nossos primórdios linguísticos, principalmente quando até os anglo-saxões as usam no seu léxico médico.
Mas são os tempos que correm. Aquilo a que os aventureiros chamam "A nova Era" e que tem resultado em fogachos "para inglês ver" e conseguir uma certificação de qualidade, esquecendo que tudo tem um princípio, um meio e um fim, e que se alguém se eleva, deve respeitar os ombros sobre quem se apoia.
Provavelmente a última central nuclear da Europa
Há 28 minutos