Numa vila do Marco de Canavezes, uma esplanada era ponto de encontro onde o Sr. Fontes, dormitava a digestão das lautas refeições. Era um homem de 65 anos, obeso, e vestia habitualmente um fato completo de onde sobressaia no redondo do abdómen as grossas correntes do seu relógio de bolso.
Aquela exibição soava a provocação.
Um dia, um amigo, para o chamar à razão, disse-lhe :
-“Oh Fontes! Tu adormeces profundamente aí sentado com esse ouro todo exposto e se passa um ladrão, leva-to!”
-“Não te preocupes! Que eu tenho despertar fácil e sou ainda homem para o agarrar e dar-lhe o respectivo correctivo!” retrucou.
Esta farronca constituiu um desafio e, na primeira oportunidade, trocaram-lhe as correntes por umas falsas.
Depois, foram ter com ele:
-“Oh Fontes! Tu não tens cuidado com esse ouro e, se não te cuidas, vais ter uma surpresa desagradável!”.
Ouviram a resposta habitual e, simulando curiosidade face a tão grande valor, pediram para as observar.
Um dia, um amigo, para o chamar à razão, disse-lhe :
-“Oh Fontes! Tu adormeces profundamente aí sentado com esse ouro todo exposto e se passa um ladrão, leva-to!”
-“Não te preocupes! Que eu tenho despertar fácil e sou ainda homem para o agarrar e dar-lhe o respectivo correctivo!” retrucou.
Esta farronca constituiu um desafio e, na primeira oportunidade, trocaram-lhe as correntes por umas falsas.
Depois, foram ter com ele:
-“Oh Fontes! Tu não tens cuidado com esse ouro e, se não te cuidas, vais ter uma surpresa desagradável!”.
Ouviram a resposta habitual e, simulando curiosidade face a tão grande valor, pediram para as observar.
-"São falsas!" disseram, para seu espanto.
-“O quê?! Recebi-as como herança de um tio do Brasil, pessoa muito rica!” afirmava defendendo-lhes a autenticidade e, indignado perante a insistência do outro, propôs uma aposta. Apertaram a mão e foram ao ourives.
-“O quê?! Recebi-as como herança de um tio do Brasil, pessoa muito rica!” afirmava defendendo-lhes a autenticidade e, indignado perante a insistência do outro, propôs uma aposta. Apertaram a mão e foram ao ourives.
-"Então?"
-"São falsas!" e foi com ar pálido e resignado que deitou a mão à carteira.
Nos dias seguintes o assunto foi alvo de apreciações: “tu sabias que era falso!”, “”bem me parecia audácia demais!” ao que o Fontes, que se mantinha a usá-las, respondia a boa fé na veracidade das correntes, mas que estivera enganado aquele tempo todo.
Nos dias seguintes o assunto foi alvo de apreciações: “tu sabias que era falso!”, “”bem me parecia audácia demais!” ao que o Fontes, que se mantinha a usá-las, respondia a boa fé na veracidade das correntes, mas que estivera enganado aquele tempo todo.
Ao fim de duas semanas repuseram-lhas, de modo idêntico, e de novo o abordaram sobre a sua natureza.
-“Posso ver as correntes?”
-“Não vale a pena que são falsas!” e contou mais uma vez a história do seu erro, contrariando “a pés juntos”, o que o outro afirmava agora "ouro de lei".
Voltaram ao ourives com nova aposta, que de novo pagou, e foi-lhe então contada toda a tramoia que lhe fora urdida.
Desde então quando, de chacota, lhe perguntavam:
-“Oh Fontes! Então as correntes são de ouro ou não?”
O Fontes, filosoficamente, respondia:
-“Tem dias!”
-“Posso ver as correntes?”
-“Não vale a pena que são falsas!” e contou mais uma vez a história do seu erro, contrariando “a pés juntos”, o que o outro afirmava agora "ouro de lei".
Voltaram ao ourives com nova aposta, que de novo pagou, e foi-lhe então contada toda a tramoia que lhe fora urdida.
Desde então quando, de chacota, lhe perguntavam:
-“Oh Fontes! Então as correntes são de ouro ou não?”
O Fontes, filosoficamente, respondia:
-“Tem dias!”
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