quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Vasco Moscoso de Aragão

OS VELHOS MARINHEIROS ou O CAPITÃO DE LONGO CURSO / 1961 Jorge Amado (1912 — 2001)



Sinopse -Vindo ao mundo na cidade da Bahia em 1868 e órfão aos cinco anos, Vasco Moscoso de Aragão foi criado pelo avô materno, o rico comerciante de origem lusa José Moscoso, que o retira da escola com a idade de apenas dez anos e o mete na casa comercial. Todavia, o pupilo não nascera para o comércio, revelando-se infenso a trabalho de qualquer natureza, e, ao morrer o avô, herdou-lhe, como beneficiário único, o vasto patrimônio, inclusive a maior parte do acervo da firma comercial gerida por Rafael Menendez, sócio menor. Passara dos trinta anos quando, rico e solteiro, participa da turma de boémios de alta influência - Georges Dias Nadreau, capitão dos portos, Pedro de Alencar, coronel do Quartel-General do Exército, o tenente Lídio Marinho, ajudante-de-ordens do Governador do Estado, e o parente deste, Dr. Jerónimo de Paiva, candidato a deputado. Uma tristeza, contudo, o atormentava - não possuía título nenhum. Isso, porém, logo sabedores, aqueles gabaritados amigos solucionam: é agraciado com comenda pelo Rei Carlos I de Portugal e diplomado capitão de longo curso pela Capitania dos Portos, portanto, comandante. Com o tempo, a turma dispersa-se e ele, despendendo dinheiro sem cuidar da fonte, resulta alijado da firma e reduzido a precários rendimentos, até que, já encanecido mas sempre fabulando empolgantes aventuras, instala-se em espaçosa residência ornada de apetrechos náuticos no pacato subúrbio de Periperi, reduto de aposentados mas onde o quezilento Chico Pacheco, ex-fiscal do consumo, implica com a notoriedade alcançada pelas mirabolantes histórias do novo morador e aprestava-se para lhe contestar a veracidade das actividades navais quando ocorre a sua convocação, como único capitão de longo curso disponível na Capital baiana, para substituir o falecido comandante de um Ita (barco usado na navegação de cabotagem do Brasil) no prosseguimento da viagem até o extremo Norte. Era um comando puramente nominal e ele se desobriga, com brio e feliz, do cometimento que lhe coroava os sessenta e um anos. Ao aportar em Belém, o Imediato, por troça, indaga-lhe quantas as amarras a atracar - ele responde, todas. E assim foi feito: o navio é jungido ao cais com quanto liame a equipagem dispunha - para surpresa, gáudio e chacotas gerais na zona portuária. De crista caída, ele trata de escafeder-se, mas a noite traz a maior tempestade que jamais fustigara Belém, em cujo cais somente resistiu, incólume, o enleado Ita. Alvo das mais lisonjeiras homenagens por ter sabido precaver sua embarcação, retorna ele a Periperi onde envelhece em boa paz até falecer, em 1950, aos oitenta e dois anos. Fonte: Fundação Casa de Jorge Amado


Este livro deu-me um símbolo que me doi ver disperso por este Portugal

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