segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O D. Sebastião



- Então vais-te reformar?
- Meti os papéis. Vou ter uma grande penalização, mas acho que atingi o meu limite. Se estivesse com a corda na garganta, tinha que aguentar. Mas como, felizmente, não estou, vou-me dedicar aos netos.


Acha que não faz muita falta àquela Escola de um dos bairros problemáticos do Porto. Diz que toma mais conta deles, do que lhes ensina o que quer que seja, pois a par da indisciplina, há um desinteresse enorme em querer aprender.

- Olha! No outro dia, numa aula da 9º ano, esforçava-me por explicar as dificuldades que o D. Sebastião devia ter sentido por ter nascido órfão de pai, ter sido nomeado rei aos três anos e ter assumido a governação do reino apenas com catorze anos de idade.
Depois de explicar o contexto, viro-me para o mais atento dos miúdos, e pergunto: - O que é que tu achas que o D. Sebastião, naquela altura, mais gostaria de ter tido?. E sabes o que é que ele me respondeu? – "O Rendimento Mínimo Garantido"!.
- Não dá! ... É um desespero diário! ...

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