"Dar esmolas atrasa a revolução" dizia, cheio de certezas, o Arnaldo, enquanto eu duvidava do que ele propunha, pois sempre me pareceu "muito impossível" que sobre as cinzas das ditaduras florescecem democracias.
A população é o que é. Tem a cultura que tem, dá valor ao que dá e não é por causa de meia duzia de palavras que vai mudar comportamentos.
Onde a Justiça não funciona ou funciona mal e as normas sociais são a toda a hora ultrapassadas por conveniências de momento, a população sempre sobreviveu aconchegada ao poder.
- Sr. Director, arranje-me um emprego para a minha esposa. Está a ver! Um para cada lado, não dá!
- Sr. Director! A minha filha está a acabar o curso e gostava de fazer aqui o estágio. E depois, se fosse possível ela ficar cá!?
- Sr. Director! Ela era administrativa da instituição, só que agora tirou um curso superior em #. Será que ela não poderia integrar equipe nessa área!?
Aí o Sr. Director mede as suas conveniências e o risco de ultrapassar concurso público, faz cara de preocupado, e adia a decisão, só para não parecer mal dar de imediato o sim ao bispo, ao político do partido no poder ou ao colaborador importante da instituição. E ... soma mais uma vantagem.
"Nós somos as escolhas que fazemos" e não aquilo que propalamos.
É por isso que somos o que somos.
Mas isto é "Pregar aos peixes!".
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