domingo, 11 de janeiro de 2009

A Inveja



















Enunciar imperfeições ou enumerar defeitos é o modo mais banal (e cobarde) de invejar. À falta de as pessoas terem coragem para afirmar que se julgam melhores que «este» ou «aquele», insinuam-no, de forma (supostamente) modesta, e, assim, sobressaem sobre eles. Eduardo Sá.

A inveja é a religião dos medíocres. Reconforta-os, responde às inquietações que os roem por dentro e, em sua última análise, lhes apodrece a alma e lhes permite justificar a sua mesquinhez e cobiça a ponto de acreditarem que são virtudes e que as portas do céu se abrirão apenas aos infelizes como eles, que passam pela vida sem deixar outra marca que não seja a das suas mal amanhadas tentativas de amesquinhar os outros e de excluir, se possível for, destruir, aqueles que, pelo simples facto de existirem e de serem quem são, põem em evidência a sua pobreza de espírito, mente e entranhas. Bem-aventurado aquele a quem os cretinos ladram, porque a sua alma nunca lhes pertencerá.
- Ámen – declarava Don Basilio.- Se você não tivesse nascido rico, devia ter sido padre. Ou revolucionário. Com sermões assim até um bispo se prostra contrito.
In “O Jogo dos Anjos” de Carlos Ruiz Zafón

A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento, que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas. Miguel Cervantes

Num lugar onde é semeado inveja, as idéias nascem mortas. Rafael de Oliveira Leme

A minha Anedota Favorita sobre “A Inveja”, contaram-ma como se fosse passada na Rússia.
Um camponês, quando lavrava o terreno, desenterrou a Lâmpada de Aladino. Quando a segurou, viu de imediato sair do seu interior o génio que, agradecido, lhe disse:
- Dar-te-ei tudo o que quizeres, na condição de dar ao teu vizinho o dobro do que tu pedires!
O homem pensou, pensou … e depois de longos minutos, respondeu:
- Quero ficar cego de um olho
!

2 comentários:

H disse...

Uma excelente reflexão! E ainda por cima, cita um autor deslumbrante!
Cumprimentos

Melga disse...

"A inveja é assim tão magra e pálida porque morde e não come"
Quevedo , Francisco