Destruir o que os outros constroem é a compensação que resta aos que não são capazes de criar, de transformar. Rende mais, é moda, é in, dizer mal, até porque não tem consequências dizê-lo; a capa da liberdade fez-se álibi, manto diáfano de impunidades para a traficância, a chantagem, a devassa, a calúnia, a insinuação, o cinismo, a cobardia.
Carreiras, dignidades, projectos, iniciativas, sonhos, são demolidos, inibidos, ante alarvidades públicas e desesperos privados.
Os julgadores não estão, sabe-se, do lado da ousadia, do golpe de asa, do futuro, da mudança, da experimentação; estão do lado do lugar-comum, do instituído, do previsível, do correcto – a que dão voz para ter voz e proveito.
In “Os Mal-Amados” de Fernando Dacosta
Frequentar anões deforma a espinha vertebral (Oscar Wilde).
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