Na Idade Média, o Pão de Centeio, era o pão do norte da Europa. O milho, ainda não tinha vindo da América e o trigo, uma cultura mais exigente, só no sul era rentável.
Um fungo – Claviceps purpurea, infectava-o frequentemente, dando o aspecto de pequenas tachas cravadas nas suas espigas – a cravagem.
Este fungo produz alcalóides vasoconstritores e psicotrópicos que, quando ingeridos, podem causar convulsões, alucinações, gangrena das extremidades e morte.
De vez em quando, surgia uma destas epidemias que afectava pessoas e animais e era o divino que as tentava explicar – “o fogo santo”.
Rapidamente uma Ordem Religiosa se diferenciou no seu tratamento, sem no entanto impedir que alguns acabassem nas fogueiras acusados de bruxaria, por não lhes entenderem as alucinações!
As peregrinações a Santiago melhoraram muitos, porque na península ibérica o pão era de trigo e mesmo o de centeio (por não haver condições para o crescimento do fungo), não tinha tanta maleita.
Agora, habituamo-nos a ver morrer um aqui e outro ali, habitualmente velhos, e quase sempre com hora marcada. -“Sr. Doutor! É coisa para quanto tempo?”, e o médico balbucia um prognóstico vago de semanas ou meses.
Nas epidemias não há estes rendados. A imprevisibilidade é a regra. É que Deus, nestas alturas, anda mais por uns lados que por outros!
Sem comentários:
Enviar um comentário