sábado, 5 de setembro de 2009

Os Mouros























Em 711 DC, com a invasão da península pelos mouros, o árabe foi adaptado como língua administrativa nas regiões conquistadas. Contudo, a população continuou a falar latim vulgar.
Logo que os mouros foram expulsos e se formou Portugal (conquista de Faro em 1249), verificou-se que a influência exercida pelo árabe na língua foi pequena.

O português moderno tem ainda no seu léxico cerca de 600 palavras de origem árabe, especialmente relacionadas com os alimentos e com a agricultura, devido às técnicas e objectos que trouxeram, o que não tem equivalente noutras línguas latinas.
São fáceis de identificar porque muitas começam por al. - Almofada (al + mohada), noutras este prefixo não é tão evidente Azeitona (al + ceitun).

Muitas já entraram em desuso, porque as novas tecnologias as tendem a substituir: Azenha (moinho de roda movido por água), Alcatruz (cada um dos vasos que tiram a água da nora), Picota (engenho ou cegonha para elevar água), Almocreve (recoveiro condutor de bestas de carga), Almoxarife (feitor de propriedade real), Alqueire, Açoteia (terraço para recolha de chuva a ser conduzida para depósitos ou cisternas),
…outras resistem: Açude (presa feita em rio ou levada para desviar água para moinhos ou outros usos), Levada (canal construído para conduzir água), Nora, Alicerce, Tapete, Alfaiate, Alicate, Azulejo, Aldraba,
…mas, para além da toponímia (Almada, Alcântara, Algarve, Alfandega, Arsenal…), são os produtos do campo que se integraram mais fortemente na nossa língua (Laranja, Limão, Alcachofra, Alface, Açúcar, Abóbora, Acepipe, Algodão, Açucena, Javali).

De menos conhecida origem: Refém, Aldeia, Arrabalde. Os adjectivos (Mesquinho e Baldio) e uma preposição (Até).

Também lhes devemos a numeração em algarismos que hoje utilizamos, e que substituíram a numeração romana, e a introdução do Zero (0)

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