quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Psiquiatrices























- Oh Edgar! Ainda bem que chegaste! Vais ajudar-me, que hoje eu tive tanto que fazer de manhã, que mal vi os doentes que me passaram, por estarem sempre novos a chegar.
Isto de haver dias sem Psiquiatria durante as férias, é um imbróglio para o Chefe de Equipe, que tem de os avaliar para ver se a doença justifica uma transferência para o Porto!
Tu és novo nisto e não te faz mal nenhum abordar este, que vem acompanhado de dois guardas. Parece que fez uma tentativa de suicídio. Foi encontrado na auto-estrada pendurado numa ponte. Vê-o já, está bem?
- OK! Onde é que ele está?
- Está lá à frente na sala do Chefe de Equipe com os dois guardas!
… … … …
- Então já o viste? Conta!
- O homem está apanhado! Esteve sempre a querer levantar-se para espreitar à porta, porque dizia que estava à espera de um amigo que levara uns tiros de caçadeira, e foi difícil convencê-lo a contar o que se tinha passado. Ele diz que não se queria matar, ... "estava a fugir para se salvar".
- Ah, é? Continua!
- Segundo ele, havia lá na terra um lavrador de quem ele não gostava. Então "inventou" um comando que virava os carros ao contrário e os dobrava, e pôs-se na estrada com o amigo à espera que ele aparecesse. Quando ele ia a passar, accionou o comando, só que o homem quando sentiu o carro a torcer-se, parou e foi buscar a caçadeira ao porta-bagagem e desatou aos tiros. Ele fugiu, e nunca mais viu o amigo que deve ter ficado ferido, e era por causa disso que estava sempre a espreitar a ver se o via chegar. Depois foi pendurar-se do lado de fora da ponte, porque se ele viesse para o matar, ele não deixava ... "porque se matava primeiro"!
- OK! Esse vai já para o Porto! Obrigado!

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